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- Uma geóloga liderou uma expedição ao Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil, para estudar sua formação geológica.
- O objetivo é entender como as montanhas amazônicas se formaram e sua conexão com o supercontinente Columbia.
- Essa pesquisa pode revelar informações valiosas sobre a história geológica da Terra e a evolução dos continentes.
- A colaboração com os Yanomami enriqueceu o estudo, destacando a importância do conhecimento tradicional.
Já pensou em explorar a Amazônia além da floresta? Uma cientista embarcou em uma aventura rumo ao ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina, para desvendar os segredos de suas montanhas e a história geológica da região. Acompanhe essa jornada com a colaboração dos Yanomami e descubra como a geologia de campo pode nos revelar o passado do nosso planeta.
Desvendando a Geologia do Pico da Neblina
Quando pensamos na Amazônia, logo imaginamos uma vasta floresta verde. Mas a região também esconde montanhas e serras, incluindo o Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil. Para Valentina Fraiz, geóloga amazônida, a região é um verdadeiro paraíso das montanhas. Seu projeto de pesquisa busca entender como essas cadeias de montanhas se formaram há bilhões de anos e sua relação com um supercontinente.
A pesquisa de Valentina envolve expedições para estudar in loco a formação dessas montanhas, investigando os movimentos da tectônica de placas que as moldaram. Segundo ela, a Amazônia é uma das unidades tectônicas mais antigas e estáveis da América do Sul, com uma formação que começou há cerca de 3 bilhões de anos.
A principal hipótese que Valentina investiga é que, há 2 bilhões de anos, a região fazia parte do supercontinente Columbia. Isso significa que suas cadeias montanhosas estavam conectadas a um antigo continente que hoje corresponde ao norte da Europa. Para reconstruir esse supercontinente, são necessários diversos dados geológicos, como rochas de ambientes tectônicos específicos, grandes províncias ígneas e diques.
Esses são os tipos de rocha que a geóloga procura na Amazônia para construir um modelo paleogeográfico da região de quando ela fazia parte do supercontinente Columbia. No início do projeto, em agosto de 2024, explorar o Pico da Neblina parecia um sonho distante, que se concretizou em dezembro do mesmo ano.
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A Expedição ao Yaripo
Valentina finalmente conheceu o ponto culminante do Brasil, com 2.995,30 metros de altitude. Conhecido como Yaripo pelos Yanomami, o Pico da Neblina está localizado no Parque Nacional Pico da Neblina, território Yanomami, entre Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, na serra do Imeri, no Amazonas.
A expedição foi realizada a convite do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de São Gabriel da Cachoeira, em parceria com a Associação Yanomami do Rio Cauaburi e Afluentes (AYRCA). A equipe era formada por pesquisadores de diversas instituições, incluindo os geólogos Gilmar Honorato e Joana Sánchez, e 17 colaboradores Yanomami.
A viagem não foi fácil: nove dias de trilha, dormindo em redes e barracas em uma região extremamente úmida. O campo logo impôs suas regras, com botas encharcadas e roupas eternamente úmidas. Após três dias de caminhada, a equipe finalmente avistou o cume do Pico da Neblina.
A equipe conseguiu realizar observações geológicas relevantes e coletar amostras em pontos estratégicos, registrando diferentes tipos de rochas que indicam ambientes e atividades tectônicas. Agora, os dados estão sendo processados em laboratório para contribuir com o quebra-cabeça geológico. Essa análise detalhada pode até ajudar a entender melhor sobre segurança cibernética, tema de crescente importância para empresas e governos.
O Desafio do Cume e a Recompensa da Descoberta
O ataque ao cume do Pico da Neblina foi o auge do desafio. Lama, escadas de aço, cordas e correntes tornaram a escalada ainda mais difícil. O medo e a tensão endureceram o corpo, mas o apoio dos colegas e dos guias Yanomami foram essenciais para seguir em frente. A cada escada, a esperança de estar perto do topo, até que a emoção desabou ao alcançar o cume. A equipe permaneceu apenas 15 minutos no topo, mas a experiência ficou gravada para sempre.
A descida foi lenta e dolorida, cheia de tropeços. O frio e a chuva não deram trégua, mas cada passo era uma vitória silenciosa. O corpo doía, mas a mente já celebrava o feito. A floresta ensina, o campo transforma, e cada rocha carregada na mochila trazia a história de quem ajudou a equipe a chegar até ela.
Para compreender a longa e complexa história da Terra, o trabalho de campo sempre foi fundamental na geologia. A geologia nasce do olhar atento, como o de Charles Lyell, que defendeu que a Terra era moldada por processos lentos e contínuos. Essa ideia influenciou diretamente Charles Darwin na formulação da teoria da evolução. O trabalho dos geólogos começa ao examinar a natureza, analisando rochas, relevos e paisagens para construir interpretações sobre o planeta.
A experiência de Valentina Fraiz no Pico da Neblina demonstra a importância da exploração e da pesquisa para desvendar os mistérios da Terra. Com a colaboração dos povos originários e o olhar atento dos cientistas, podemos aprender muito sobre o passado do nosso planeta e, quem sabe, vislumbrar o futuro.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo