Cientistas revelam ‘tempo negativo’ em novas descobertas quânticas

Tempo negativo tem gerado fascínio e controvérsias na ciência, desafiando nosso entendimento sobre o fluxo do tempo e suas implicações quânticas.
Atualizado há 5 horas
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Pesquisadores da Universidade de Toronto descobriram um fenômeno intrigante chamado tempo negativo em experimentos quânticos. Essa descoberta desafia conceitos estabelecidos na física, gerando tanto fascínio quanto ceticismo na comunidade científica. Embora a pesquisa não sugira a possibilidade de viagens no tempo, ela destaca peculiaridades da mecânica quântica que merecem atenção.

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Os cientistas já sabiam que a luz pode parecer sair de um material antes de realmente entrar nele. Essa ilusão é causada pela distorção das ondas pela matéria. No entanto, a equipe da Universidade de Toronto demonstrou que o tempo negativo é uma realidade física, não apenas uma ideia teórica. Os resultados ainda não foram publicados em revistas científicas revisadas por pares, mas já atraíram a atenção global.

A pesquisa, liderada por Daniela Angulo, focou nas interações entre luz e matéria. Quando fótons passam pelos átomos, alguns são absorvidos e depois reemitidos, alterando temporariamente o estado energético dos átomos. O que Angulo e sua equipe descobriram é que o tempo que esses átomos permanecem em um estado excitado pode ser considerado negativo, ou seja, menor que zero.

Para ilustrar esse conceito, imagine carros entrando em um túnel. Se o tempo médio de entrada para mil carros é meio-dia, alguns podem sair um pouco antes, às 11h59. Esse resultado, antes considerado insignificante, agora é visto como uma evidência do tempo negativo.

Explorando o conceito de tempo negativo

Os experimentos realizados pela equipe levaram mais de dois anos para serem otimizados. Os lasers utilizados precisaram de calibração cuidadosa para não distorcer os resultados. Apesar das descobertas, os pesquisadores enfatizam que não se trata de uma nova forma de viagem no tempo. “Não queremos dizer que algo tenha viajado no tempo”, afirma Aephraim Steinberg, professor de física quântica experimental.

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A mecânica quântica, que rege o comportamento de partículas como os fótons, é caracterizada por interações probabilísticas. Isso significa que, em vez de seguir um calendário fixo de absorção e reemissão, essas interações ocorrem em um espectro de durações possíveis. Algumas dessas durações desafiam a intuição cotidiana, mas não violam a teoria da relatividade de Einstein, que afirma que nada pode viajar mais rápido que a luz.

O conceito de tempo negativo gerou debates acalorados entre cientistas. A física teórica Sabine Hossenfelder criticou a pesquisa, afirmando que o tempo negativo não se relaciona com a passagem do tempo, mas sim com a forma como os fótons se comportam ao atravessar um meio. Apesar das críticas, Angulo e Steinberg defendem que suas descobertas abordam lacunas importantes na compreensão da luz.

Embora as aplicações práticas do tempo negativo ainda sejam incertas, os pesquisadores acreditam que suas descobertas abrem novos caminhos para a exploração de fenômenos quânticos. “Vou ser honesto: atualmente não tenho um caminho claro desde o que estamos analisando até suas aplicações”, admite Steinberg. “Vamos continuar pensando nisso, mas não quero que as pessoas tenham muitas esperanças.”

Essa pesquisa é um exemplo de como a física quântica continua a desafiar nossas percepções e a expandir nosso entendimento do universo. O tempo negativo pode ser um conceito complexo, mas é um passo importante na busca por respostas sobre a natureza da realidade.

Via O Globo

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André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.