Cientistas usam mapeamento genético para recuperar manguezais da Amazônia

Cientistas no Pará sequenciam genes de manguezais para reflorestamento em 2026, com participação de comunidades locais. Saiba mais!
Atualizado há 6 horas atrás
Cientistas usam mapeamento genético para recuperar manguezais da Amazônia
Cientistas e comunidades locais sequenciam genes de manguezais para reflorestamento em 2026. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Cientistas no Pará estão mapeando geneticamente manguezais amazônicos para recuperar áreas degradadas.
    • O projeto visa iniciar o reflorestamento em 2026, usando sementes de alta variabilidade genética.
    • Você pode se beneficiar de um ecossistema mais equilibrado e da preservação da biodiversidade local.
    • A iniciativa também promove educação ambiental e envolve comunidades locais no processo.
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Cientistas no Pará estão desvendando os segredos genéticos dos mangues amazônicos para turbinar a recuperação dessas áreas tão importantes. O projeto Recuperar mangues amazônicos, que já está a todo vapor com a coleta de material desde fevereiro, agora foca no sequenciamento genético das espécies. A ideia é começar o reflorestamento já no início de 2026, com a participação ativa das comunidades locais, unindo ciência e educação ambiental.

Mapeamento Genético dos Manguezais Amazônicos

A pesquisa, inserida no projeto Mangues da Amazônia, está quase finalizando a etapa de coleta de material, com um forte investimento no sequenciamento genético das espécies encontradas. O objetivo é usar essas informações para iniciar o reflorestamento de áreas de mangue já no começo de 2026.

A participação das comunidades locais é um ponto chave do projeto, promovendo a educação ambiental sobre a importância dos manguezais. Afinal, essas áreas são cruciais para a biodiversidade, reprodução de espécies e armazenamento de carbono, um fator importantíssimo na crise climática atual.

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A estratégia é realizar futuros reflorestamentos com sementes de áreas com a maior variabilidade genética possível, o que pode garantir um replantio mais bem-sucedido. Essa variabilidade é essencial para aumentar a resiliência das espécies, já que a uniformidade genética pode facilitar a disseminação de problemas dentro de uma população.

Adam Bessa Silva, biólogo do projeto Mangues da Amazônia e responsável pelo mapeamento genético, explica: “Nós estudamos a variabilidade genética dessas áreas e podemos apontar: ‘olha, essa área tem maior variabilidade genética, é aconselhável ir lá como fonte de semente para as áreas degradadas'”.

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Coleta e Sequenciamento Genético

Para realizar o estudo, a equipe percorreu cerca de 150 km de manguezais, coletando cerca de 3.000 amostras de folhas. Segundo Silva, essa grande quantidade garante amostras congeladas para estudos futuros, mesmo que nem todas sejam usadas de imediato.

Após a coleta, o material é levado para o laboratório, onde é feito o sequenciamento genético. A fase de coleta está quase completa, faltando apenas algumas áreas de difícil acesso. A expectativa é que os primeiros dados de sequenciamento genético estejam prontos até o final deste ano.

Silva revela que as primeiras análises indicam uma diversidade genética relativamente padronizada, com variações sutis entre as áreas. “É como se as áreas tivessem um padrão, embora com variações sutis, muito parecido de diversidade”, afirma.

Resiliência Natural dos Mangues Amazônicos

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Marcus Fernandes, coordenador do programa ProMangue (Programa Manguezal) e responsável pelo Lama (Laboratório de Ecologia de Manguezal) na UFPA (Universidade Federal do Pará), destaca que os mangues amazônicos já possuem uma variabilidade genética e resiliência maiores em comparação com outros manguezais no Brasil.

“Eles conseguem se ajustar melhor às mudanças que estão por vir, que já estão acontecendo e que já aconteceram”, explica Fernandes. No entanto, a crise climática impõe ainda mais pressão sobre os biomas, tornando essencial o aumento da resiliência dos ecossistemas.

O projeto se concentra na península de Ajuruteua, na Resex (Reserva Extrativista) Marinha de Caeté-Taperaçu, em Bragança, no Pará. Essa área já foi mapeada pelo projeto Mangues da Amazônia, com informações sobre a estrutura da floresta, a localização das espécies e quais são predominantes.

O mapeamento genético adiciona uma nova camada de informação aos dados já existentes. Apesar da vasta diversidade vegetal da Amazônia, os manguezais são formados por um número relativamente pequeno de espécies. “Seis árvores montam todo esse universo”, diz Fernandes, referindo-se às seis espécies típicas de manguezais que compõem a costa amazônica: três mangues-vermelhos, dois mangues-pretos e um mangue-branco. Essas espécies não são exclusivas da Amazônia, sendo encontradas em mangues por todo o Brasil.

Métodos de Regeneração dos Manguezais

Fernandes explica que existem três formas principais de replantio em áreas degradadas: plantio direto, plantio indireto e transplante. No plantio direto, as sementes são plantadas diretamente no solo, competindo entre si para que a melhor vingue. No plantio indireto, as sementes são cultivadas em viveiros por cerca de nove meses. O projeto conta com dois viveiros, cada um com capacidade para 20 mil mudas.

A terceira forma é o transplante: durante a época de reprodução, muitas sementes caem no chão e começam a brotar perto das árvores-mãe. Como a maioria dessas mudas não sobrevive, os membros do projeto as recolhem e as replantam em outras áreas, transformando-as em mudas futuras.

As espécies não são plantadas aleatoriamente, mas sim de forma a replicar o ambiente original das áreas degradadas, mantendo os percentuais de composição vegetal da região. Segundo Fernandes, os mangues amazônicos enfrentam problemas como lixo, esgoto e desmatamento, semelhantes aos de outros manguezais no país, mas ainda se mantêm relativamente preservados.

Apesar da resiliência e preservação dos mangues amazônicos, toda ajuda é bem-vinda, seja através do replantio ou da simples conscientização sobre a importância dessas áreas, muitas vezes negligenciadas devido ao seu cheiro característico. Para entender melhor sobre demandas de profissionais de inteligência artificial cresce 21% no Brasil que podem auxiliar neste projeto de recuperação.

A Recuperar mangues amazônicos é um esforço que une ciência, comunidade e conservação, visando garantir a saúde e a resiliência desses ecossistemas vitais para a Amazônia e para o planeta.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de S.Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.