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- O jogo Clair Obscur: Expedition 33 foi desenvolvido pela Sandfall Interactive.
- Ele apresenta uma narrativa rica e personagens cativantes que envolvem o jogador de forma única.
- A qualidade visual e o sistema de combate inovador elevam a experiência do RPG.
- Apesar de pequenas imperfeições técnicas, a obra é considerada uma das melhores da nova geração.
Em um mercado saturado por jogos como serviço e shooters genéricos, Clair Obscur: Expedition 33 surge como um sopro de originalidade. Desenvolvido pela Sandfall Interactive, este RPG chama a atenção por sua narrativa envolvente, direção de arte impecável e personagens cativantes. Será que ele entrega tudo o que promete? Descubra nesta análise completa, baseada na versão de PS5.
Uma história que merece ser contada em museus
Desde os primeiros trailers e prévias, o universo de Clair Obscur: Expedition 33 já demonstrava ser um dos pontos altos do jogo. A narrativa, a forma como é apresentada, os inimigos, os cenários e os combates despertam grande interesse. Felizmente, o enredo do jogo não decepciona, entregando uma das melhores histórias dos últimos anos, não só em RPGs, mas em jogos em geral.
A trama acompanha a Expedição 33, cuja missão é destruir a Artífice, uma entidade que desperta anualmente e pinta um número em um monólito. Esse número representa o limite de idade que as pessoas podem viver, e todos que o ultrapassam desaparecem em um evento chamado gommage. Controlando os expedicionários, o jogador deve quebrar esse ciclo de morte.
Para evitar spoilers, não entraremos em detalhes sobre a história. Cada momento e acontecimento transformam a narrativa e a forma como o jogador a percebe. Além de uma trama misteriosa e envolvente, que aborda temas maduros como legado, luto e vida, o jogo conta com atuações impecáveis, com destaque para Andy Sarkis como Renoir e Ben Starr como Verso.
Um detalhe que pode incomodar, mas que é facilmente superado pela atuação dos atores, são os problemas de sincronia labial em algumas cenas na versão testada. A Sandfall prometeu corrigir isso com um patch no lançamento.
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Clair Obscur: Expedition 33: Uma verdadeira obra de arte visual
A qualidade de Clair Obscur: Expedition 33 não se resume à narrativa, já que todos os elementos que a envolvem também merecem destaque. A direção de arte é um show à parte, tanto nos cenários de Lumiére quanto no continente da Artífice. Os cenários são únicos e belíssimos, mesmo jogando no modo desempenho do PS5, é impossível não admirar as paisagens deslumbrantes e aterrorizantes.
É importante explorar cada cenário, pois quase todos escondem caminhos secretos com itens e informações sobre a história do jogo. Os diários de expedições passadas revelam como os antecessores falharam e como pavimentaram o caminho para os que viriam depois.
O design dos inimigos também impressiona pela criatividade e execução. A variedade é enorme, criando uma expectativa constante sobre o que será enfrentado a seguir, especialmente nos chefes. Além dos Nevrons, outros personagens aparecem, como a tribo dos Gestrais e o Esquie, que serve de transporte e apoio emocional aos expedicionários.
A Sandfall demonstra grande cuidado com os NPCs e personagens jogáveis, cada um com personalidades, passados e problemas próprios. Isso se reflete na forma como eles encaram a missão e interagem entre si. É fundamental explorar as opções de diálogo no acampamento, pois essas conversas revelam os sentimentos dos aliados e ajudam a criar laços emocionais, tornando o elenco de Clair Obscur: Expedition 33 um dos mais orgânicos e vívidos dos últimos tempos.
Para completar e dar ainda mais força ao universo criado pela Sandfall, a trilha sonora merece todos os elogios. A música eleva a trama a um patamar inesquecível, rivalizando com títulos triple A conhecidos por sua qualidade sonora, como a série Final Fantasy.
Um gameplay que te deixa em movimento
Apesar de priorizar narrativas e personagens, Clair Obscur: Expedition 33 não peca na jogabilidade. O game oferece um excelente sistema de combate em turnos com ações em tempo real, além de um sistema robusto de customização de builds e personagens. Isso garante diversão e variedade durante a campanha e desafios extras após o término.
O sistema de combate é um dos pontos altos do jogo. Ele se assemelha a um RPG por turnos tradicional até o momento do golpe, quando é possível usar um quick time event para fortalecê-lo. Ao receber um ataque, o jogador pode desviar para evitar o dano ou tentar um parry para contra-atacar. Como esse sistema depende dos padrões de ataque dos Nevrons, a repetição poderia torná-lo cansativo.
Felizmente, cada Nevron possui padrões e mecânicas específicos, exigindo que o jogador entenda a forma como cada um ataca para vencer. Mesmo quando alguns inimigos reaparecem em áreas diferentes, seus padrões de ataque mudam, evitando a repetição. Os chefes também são desafiadores, com combates complexos e mecânicas que exigem atenção, tornando cada confronto uma experiência única e divertida.
Além do combate, cada personagem jogável possui mecânicas únicas que alteram a forma de jogar. Gustave precisa carregar seu braço robótico antes de atacar, priorizando golpes consecutivos, enquanto Maelle precisa alternar entre diferentes formas de combate, exigindo um planejamento estratégico. Isso torna a customização variada, já que cada personagem se beneficia de habilidades e bônus específicos.
A customização dos expedicionários envolve atributos como vitalidade, agilidade e força, além de armamentos que escalam com diferentes atributos. Para evitar problemas com builds, o jogo oferece um item que permite redistribuir os atributos.
A complexidade do jogo se encontra nos pictos e luminas. Pictos são itens que aumentam os atributos e habilitam habilidades passivas, como um ponto de ação extra por turno ou maior chance de crítico em inimigos queimados. É possível equipar até três pictos por personagem, e suas habilidades podem ser combinadas para resultados ainda melhores. As luminas entram em cena após quatro vitórias com um picto equipado, transformando a passiva em lumina, que pode ser equipada em qualquer personagem. Há um limite de pontos de lumina por personagem, que aumenta com o nível e itens consumíveis encontrados nos cenários. Habilidades mais fortes custam mais pontos, exigindo uma estratégia para distribuir as passivas. Esse sistema recompensa a exploração e a busca por novos pictos e pontos de lumina, tornando-se um ciclo viciante.
Algumas imperfeições existem
Mesmo as obras de arte mais belas possuem seus defeitos, e Clair Obscur: Expedition 33 não é uma exceção. Durante a análise no PS5, foram raros os bugs, mas algumas quedas de frame ocorreram, principalmente em cutscenes com muitos movimentos. Felizmente, isso não aconteceu durante o combate, o que seria prejudicial devido ao sistema de parry.
Alguns movimentos e animações fora de combate revelam a natureza AA do jogo, sendo menos fluidos do que os ataques e especiais. Apesar disso, esses detalhes não diminuem o brilho de Clair Obscur: Expedition 33, especialmente por ser o título de estreia da Sandfall. No entanto, quem busca perfeição técnica de um jogo triple A deve estar ciente disso. Se você está buscando saber como fazer a pré-venda do Switch 2 na Walmart, talvez este não seja o seu jogo.
Afinal, vale a pena?
Em uma indústria que muitas vezes desaponta com suas grandes empresas, é revigorante encontrar empresas que quebram esse padrão e trazem materiais autorais e feitos com paixão. Isso se torna ainda mais especial em títulos com grandes trilhas sonoras e participações de atores renomados, algo que o mercado indie nem sempre consegue proporcionar.
Há muitos anos, quando comecei a trabalhar com análise de jogos, a discussão sobre se videogames poderiam ser considerados obras de arte era constante. Embora eu não tenha conhecimento acadêmico para afirmar isso com certeza, Clair Obscur: Expedition 33, com sua história, arte e música, despertou em mim sentimentos que apenas as obras de arte mais belas conseguem: dor, alegria, tristeza, euforia e luto.
Tudo isso se junta a um dos melhores gameplays de RPG por turnos da última década, tornando o título não apenas um dos melhores jogos de 2025, mas também um dos melhores desta geração. Se você se interessa pelo assunto, pode querer ler sobre SWiRL: A importância da IA que pensa como os melhores solucionadores de problemas, que também aborda temas importantes.
Nota do Voxel: 100
Pontos positivos (prós):
- Narrativa e atuações incríveis;
- Combate e sistema de customização;
- Trilha sonora;
- Esquie.
Pontos negativos (contras):
- Alguns problemas de performance e lipsync;
Clair Obscur: Expedition 33 chega ao PC, PS5 e Xbox Series S e X no dia 24 de abril. O game será lançado diretamente no Xbox Game Pass. A review do game foi produzida com uma cópia cedida pela Kepler Interactive para PlayStation 5.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo