Como as novas tecnologias estão transformando os carros conectados e elétricos no Brasil

Descubra como novas tecnologias estão moldando o futuro dos carros conectados e elétricos no Brasil.
Atualizado há 2 horas
Como as novas tecnologias estão transformando os carros conectados e elétricos no Brasil
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Tecnologias de competições automotivas, como freios regenerativos e controle de tração, estão migrando para carros comuns.
    • Você poderá contar com carros mais eficientes, customizáveis e conectados à sua rotina diária.
    • Essa evolução tecnológica amplia a segurança, economia e a experiência do motorista.
    • A personalização e a atualização via software prometem revolucionar o mercado automotivo brasileiro.
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O universo das competições automotivas atua como um laboratório dinâmico para o futuro dos veículos. Tecnologias que hoje impulsionam carros de corrida, como freios regenerativos e controle de tração avançado, estão se preparando para transformar os automóveis que dirigimos diariamente. Entender essa transição da pista para a rua é essencial para antecipar as próximas inovações da tecnologia automotiva para carros.

Conversamos com um piloto, uma especialista em marketing e uma empreendedora da indústria para desvendar o que vem por aí. Eles compartilham visões sobre como o mercado e as fábricas estão se adaptando, e o que o consumidor pode esperar nos próximos anos, desde sistemas de frenagem eletrônica até personalização via software.

Iago Garcia: Da Pista para a Tecnologia Automotiva para Carros de Rua

Piloto com vitórias na F1600 Brasil Light e participações no Porsche Cup Brasil Endurance Challenge 2024, Iago Garcia tem uma vivência direta com a velocidade. Ele oferece uma perspectiva prática de como a alta performance se conecta com o desenvolvimento tecnológico. Sua experiência na pista revela quais inovações estão mais próximas de chegar aos carros do dia a dia.

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Para Iago, o que mais impressiona nas competições atuais é a capacidade dos modos de condução e mapas de motor. Eles alteram o comportamento do carro de forma instantânea, permitindo que o acelerador responda de maneiras diferentes e o controle de tração atue com maior ou menor liberdade. Isso faz com que um mesmo carro mude completamente sua agressividade na mesma volta, oferecendo uma versatilidade notável.

Essa capacidade de ter “vários carros em um” redefine o papel do piloto, que precisa saber o momento certo para explorar os pontos fortes de cada configuração. É um exemplo de como a eletrônica permite uma adaptação precisa às condições da pista, otimizando o desempenho e a eficiência.

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Entre as tecnologias de corrida que devem migrar para os carros de rua, Iago destaca o brake-by-wire. Esse sistema, já utilizado na Fórmula 1 e em protótipos de endurance, substitui o sistema hidráulico por controle eletrônico. Ele permite que o carro determine a proporção ideal entre frenagem mecânica e regenerativa, aumentando a precisão e a eficiência, algo crucial para veículos elétricos e híbridos.

Em um futuro um pouco mais distante, o steer-by-wire é a próxima fronteira. Ele elimina a ligação física entre o volante e as rodas, abrindo caminho para respostas de direção totalmente ajustáveis e uma personalização real da experiência de condução. Se Iago pudesse escolher uma tecnologia para carros de rua, ele traria a telemetria acessível. Ele a compara a um “smartwatch” para o carro, capaz de fornecer dados detalhados sobre a condução.

Na pista, esses dados ajudam a identificar onde ser mais rápido, consistente e eficiente. Nos carros de rua, essa função permitiria aos motoristas acompanhar seu desempenho, otimizar o uso do veículo, economizar combustível e reduzir o desgaste. Seria uma ferramenta valiosa para unir aprendizado, eficiência e prazer de dirigir, criando uma relação mais consciente entre a pessoa e a máquina.

Priscilla Freitas Monteiro: A Evolução da Indústria Automotiva

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Priscilla Freitas Monteiro, da LUZA Academy, acompanha de perto as novidades nas fábricas e na formação de profissionais para a indústria automotiva. Ela oferece um panorama interno sobre as tecnologias que estão ganhando espaço e transformando a forma como os veículos são produzidos e utilizados.

A tecnologia embarcada tem sido um motor constante de inovação. A transição da carburação para a injeção eletrônica foi um marco, tornando os carros mais econômicos e inteligentes. Atualmente, o avanço é ainda maior com as atualizações e funcionalidades via software, conhecidas como atualização remota (OTA).

Essas atualizações permitem que os proprietários realizem diagnósticos, correções e até adquiram novas funções conectando o veículo à internet, sem precisar ir a uma oficina. Um desafio importante dessa nova era é a segurança da informação. A cibersegurança se tornou vital nos automóveis, com normatizações específicas e a necessidade contínua de aprimoramento para proteger sistemas e usuários. Essa tecnologia também viabiliza a customização dos veículos na linha de produção, de acordo com as preferências pré-estabelecidas pela marca.

A eletrificação e a digitalização estão mudando o perfil dos profissionais da indústria. A LUZA Academy prepara essa nova geração com uma formação multidisciplinar que combina eletrônica, programação e automação. Os programas oferecem vivências práticas e contextualizadas, alinhadas com a realidade das indústrias 4.0 e automotiva. O foco é desenvolver uma mentalidade investigativa e empreendedora, capacitando os futuros profissionais a aprender continuamente, resolver problemas complexos e adaptar-se rapidamente às novas tecnologias.

Priscilla aposta que a próxima grande virada tecnológica na indústria automotiva será em veículos cada vez mais definidos por software. Isso inclui autonomia dinâmica, funcionalidades sob demanda, segurança reforçada e personalização constante. Ela cita o exemplo da Tesla, que em 2017, durante o furacão Irma, enviou uma atualização remota (OTA) para desbloquear a capacidade extra de bateria em modelos Model S e Model X, permitindo maior autonomia para evacuação.

Em 2018, durante o furacão Michael, a Tesla realizou uma ação similar, estendendo a autonomia de carros para ajudar proprietários. Essas ações demonstram o potencial do veículo como uma plataforma flexível, onde capacidades e funcionalidades podem ser alteradas via software conforme as necessidades do usuário ou condições externas. Isso reforça a importância de tecnologia embarcada bem projetada, segurança digital e transparência para o usuário.

Desirée Castro: O Que o Consumidor Busca

Desirée Castro, gerente de marketing da Automob, o maior grupo de concessionárias do Brasil, possui oito anos de experiência no setor. Ela acompanha as transformações no comportamento dos consumidores e como as montadoras estão integrando tecnologia e inovação para atender a essas novas demandas e desejos.

O modo como as pessoas escolhem um carro mudou bastante nos últimos anos. Se antes os fatores principais eram motor, consumo e design, hoje o consumidor busca uma experiência mais interativa com o veículo. A tecnologia assumiu um papel central, e a conectividade se tornou um item indispensável. Isso vai além de apenas parear o celular.

Recursos como Android Auto sem fio, Apple CarPlay, Wi-Fi embarcado e assistentes de voz integrados, como o ChatGPT em testes na linha DS Automobiles na Europa, são exemplos de tecnologias que realmente atraem o público. A eletrificação também é um ponto forte, com carros elétricos e híbridos oferecendo economia, conforto e bom desempenho a preços cada vez mais acessíveis.

A segurança é outro aspecto que move o desejo do consumidor. Tecnologias como frenagem automática, assistente de permanência em faixa, piloto automático adaptativo e sensor de sonolência, que antes eram exclusivas de modelos premium, agora estão presentes em SUVs compactos. Isso eleva a percepção de valor e segurança para um público mais amplo.

No universo das concessionárias, Desirée explica que um argumento de venda eficaz é aquele que o cliente entende e valoriza imediatamente, percebendo sua utilidade no dia a dia. Por exemplo, oferecer um Wallbox grátis na compra de um carro elétrico é um grande diferencial. Se for portátil, melhor ainda, pois resolve uma necessidade prática e mostra que a marca pensa na jornada completa do cliente.

Em contrapartida, recursos como realidade aumentada no showroom ou test-drive virtual, embora interessantes e geradores de buzz, ainda se encontram no campo da curiosidade. Eles não são decisivos na compra, pois o cliente prefere tocar, sentir e dirigir o veículo. A tecnologia deve ser útil e funcional, não apenas decorativa ou divertida, para influenciar a decisão de compra.

Olhando para o futuro, Desirée acredita que experiências personalizadas e integradas transformarão a relação entre marca, tecnologia e cliente. Imagine entrar na concessionária e o vendedor, com base em dados e com a privacidade garantida, já conhecer seu histórico de buscas e interesses. Isso será possível com a inteligência artificial.

As lojas estão se tornando espaços de convivência, com áreas para reuniões, atividades físicas ou lazer, como jogos e boliche, estruturas já vistas em marcas como Volvo, BMW e Toyota. A compra do carro se torna um detalhe; o verdadeiro diferencial está na experiência oferecida. O conceito de phygital, que une o físico e o digital, também ganha força. Lojas como BYD House e GWM Experience Store permitem interações com telas, simulações de configurações e análise do impacto ambiental do carro de forma imersiva.

O pós-venda inteligente também é fundamental para fidelizar o cliente. Aplicativos que alertam sobre manutenções, agendam serviços e oferecem benefícios personalizados criam praticidade. O carro se tornou uma extensão do estilo de vida, e as marcas que compreenderem essa mudança deixarão de vender apenas veículos para oferecer novos capítulos na vida do cliente.

Os carros estão se transformando em plataformas vivas, conectadas e inteligentes, atualizadas constantemente. Cada componente e cada linha de código se somam às escolhas que o sistema interpreta diariamente. Essa evolução leva a tecnologia automotiva para um novo patamar, onde ajustes podem ser feitos via software, sem que o proprietário precise configurar nada ou abrir o capô.

Hoje, os consumidores querem um carro que se integre à rotina, que se comunique com o celular, alerte sobre o trânsito, agende revisões automaticamente e interaja com outros dispositivos. Um pós-venda que realmente conheça o histórico do veículo e sugira melhorias com base em dados reais é altamente valorizado. Isso significa otimizações de verdade, não apenas ofertas. Se antes o carro era símbolo de status, agora é uma extensão do estilo de vida.

A forma como dirigimos, compramos e interagimos com os veículos está em constante transformação. Os automóveis, sejam eles híbridos, elétricos ou tradicionais, evoluem continuamente. Em um mundo cada vez mais digital, o veículo se torna um serviço, uma peça estratégica no ecossistema de dispositivos conectados. A questão agora não é apenas “como será o carro do futuro?”, mas “o que mais ele será capaz de fazer amanhã?”. A resposta a essa pergunta será revelada nos próximos updates.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.