Como o calor extremo pode acelerar o envelhecimento

Descubra como altas temperaturas podem impactar o envelhecimento precoce da pele e da saúde.
Atualizado há 16 horas
Calor extremo e envelhecimento

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Você já sentiu que o calor está te envelhecendo? A sensação de estar em uma “fritadeira climática” pode não ser apenas impressão. Nosso corpo reage de diversas formas ao calor extremo, desde desidratação e insolação até o aumento da pressão arterial. Mas, além desses efeitos, novas pesquisas indicam que o calor pode acelerar o envelhecimento.

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Um estudo recente, publicado na revista Science Advances, feito por pesquisadores da Escola Leonard Davis de Gerontologia da Universidade do Sul da Califórnia, revela uma ligação entre a exposição ao calor e o aumento de marcadores epigenéticos associados ao envelhecimento biológico. Quer saber mais? Então prepare seu protetor solar, beba bastante água e vamos descobrir como as ondas de calor afetam sua idade biológica.

O que o calor extremo faz com a nossa pele?

Não é de hoje que sabemos que o calor afeta nossa saúde. No Brasil, estudos já mostram que o número de mortes aumenta em dias de calor intenso, principalmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Esses riscos estão ligados às reações do corpo ao calor, como a desidratação, o aumento da temperatura corporal e a dilatação dos vasos sanguíneos.

Os efeitos do calor constante podem ser visíveis na pele, que tende a ficar ressecada, avermelhada e com descamação. Em casos mais graves, podem surgir cânceres de pele devido a mutações causadas pelo estresse térmico. Mas e internamente? O estudo da Universidade do Sul da Califórnia mostrou que o calor extremo pode causar danos acumulativos nos nossos genes, alterando a forma como eles se expressam e acelerando o envelhecimento.

A pesquisa analisou dados de 3.686 pessoas com mais de 56 anos, participantes do Estudo de Saúde e Aposentadoria dos Estados Unidos. A idade média dos participantes era de 68,6 anos, e a maioria (54%) era composta por mulheres.

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Os pesquisadores examinaram marcadores epigenéticos no sangue dos participantes, observando o nível de metilação do DNA ao longo do tempo. A metilação é um processo que interfere na expressão dos genes e, aparentemente, aumenta com a idade, sendo um bom indicador do envelhecimento genético. As amostras de sangue foram coletadas em diferentes momentos, ao longo de seis anos (2010 a 2017): 7 dias, 30 dias, 60 dias, 365 dias e 6 anos após o início do estudo.

Como o calor afeta nossos genes?

Em cada coleta de sangue, os pesquisadores também coletavam dados climáticos das áreas onde os participantes moravam, obtidos no National Weather Service. Além da temperatura do ar, eles consideraram a umidade e a sensação térmica. Vale ressaltar que a pesquisa não levou em conta as temperaturas dentro das casas, apenas o tempo de exposição ao ar livre.

Os resultados mostraram que as pessoas que viviam em regiões mais quentes apresentavam um avanço no envelhecimento biológico, com uma diferença de até 14 meses em relação à idade cronológica. Ou seja, só por morarem em locais quentes, essas pessoas envelheciam mais rápido. De acordo com os pesquisadores, essa aceleração pode estar relacionada à perda natural da capacidade de regular a temperatura do corpo, que ocorre com o envelhecimento, tornando o organismo mais vulnerável ao calor extremo.

Essa vulnerabilidade pode levar a uma maior metilação do DNA, causando um desequilíbrio na expressão genética. Isso significa que alguns genes que deveriam estar ativos podem ser silenciados, enquanto outros podem se expressar de forma descontrolada. Outro ponto importante é que o efeito do calor extremo é rápido e acumulativo. Mesmo que os sinais não sejam visíveis no início, as alterações nas células já podem estar acontecendo, acumulando danos ao longo do tempo.

Os pesquisadores afirmam que, mesmo levando em conta fatores como diferenças socioeconômicas, estilo de vida, atividade física, consumo de álcool e tabagismo, os indicadores epigenéticos de envelhecimento continuaram relacionados ao calor extremo.

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O que podemos fazer para nos proteger?

É importante lembrar que, apesar de o estudo mostrar indícios importantes, correlação não significa causa. O calor pode, sim, afetar nossa saúde e aumentar o risco de um envelhecimento acelerado, mas ainda não entendemos completamente como essa relação funciona. Estudos como este servem para nos alertar sobre a importância de criar estratégias para um envelhecimento mais saudável, e isso inclui repensar a forma como construímos nossas cidades.

As “ilhas de calor”, causadas por construções, asfalto e falta de áreas verdes, aumentam a sensação térmica e nossa exposição ao calor extremo, que é intensificado pelas mudanças climáticas. Além de mudanças na cidade, também precisamos cuidar da nossa saúde, com uma alimentação balanceada, exercícios físicos, lazer e descanso.

Para envelhecer bem, mesmo com o calor, não se esqueça de beber água, usar protetor solar e procurar lugares frescos. E para continuar por dentro de conteúdos interessantes, continue acompanhando a gente aqui no TekMundo! Ah, e não deixe de conferir as principais notícias da semana.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via TecMundo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.