Como os animais se orientam utilizando o campo magnético

Saiba como pássaros e outros animais utilizam o campo magnético para se orientar em suas jornadas.
Atualizado há 4 dias
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Já parou para pensar como alguns animais conseguem se orientar em longas distâncias sem se perder? Enquanto nós, humanos, contamos com nossos cinco sentidos e tecnologias como GPS, diversas espécies, como as aves, possuem uma habilidade impressionante: a capacidade de sentir o campo magnético da Terra. Essa “bússola” interna permite que elas se orientem durante suas migrações e em outras atividades essenciais para a sobrevivência.

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A “bússola” interna das aves e o campo magnético da Terra

Pesquisadores das Universidades de Oxford, no Reino Unido, e de Oldenburg, na Alemanha, têm descoberto evidências de que aves migratórias noturnas possuem uma proteína específica na retina que as ajuda a sentir os campos magnéticos. Essa proteína funciona como um sensor, auxiliando na orientação e sobrevivência desses animais.

Antigamente, os humanos utilizavam bússolas para se localizar em caminhadas. Hoje, contamos com a tecnologia do GPS. No entanto, muitos animais, como os pássaros, utilizam mecanismos internos sofisticados para se orientar, de maneira intuitiva.

Cientistas afirmam que algumas aves possuem mecanismos internos extremamente sofisticados de geolocalização. Henrik Mouritsen, biólogo da Universidade de Oldenburg, declarou em 2021 ao podcast Nature: “Nunca pensei que chegaria a um ponto em que começaríamos a entender o mecanismo quântico que ocorre dentro de um pássaro. Não sabemos exatamente o que o pássaro está vendo porque não podemos perguntar ao pássaro”.

Mouritsen se refere a um estudo sobre os tordos europeus, aves do gênero Turdus, nativas da Europa, Norte da África, Oriente Médio e Sibéria. Esses animais não apenas usam o campo magnético da Terra para navegar, mas também o enxergam de alguma forma. A explicação para isso envolve a física quântica. “Nós encontramos criptocromos nos olhos dos pássaros. Parece que o criptocromo 4 dos pássaros migratórios é significativamente mais sensível magneticamente do que a mesma molécula de uma galinha”, contou.

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Como funciona o criptocromo

Criptocromo é uma proteína comum em plantas e animais, que funciona como fotorreceptor, ou seja, é sensível à luz. Além de regular o ritmo circadiano, essa proteína também pode desempenhar outra função nos pássaros.

Katherine J. Wu, bióloga da Universidade de Harvard, explica: “A teoria de trabalho atual é esta: quando uma partícula de luz, ou fóton, atinge o criptocromo do pássaro, sua energia pode perturbar moléculas dentro da proteína. A perturbação catapulta um par de moléculas para um estado instável tão frágil que pode ser afetado até mesmo pelo sutil pulso energético do campo magnético da Terra“.

A partir do uso dessa proteína, as retinas dos olhos dos tordos desenvolvem um mecanismo que os faz captar em microssegundos o campo magnético da Terra ao seu redor, funcionando como uma espécie de sensor. Em todos os experimentos, os pesquisadores examinaram as proteínas isoladas em laboratório e depois aplicaram campos magnéticos mais fortes do que o campo magnético da Terra.

Ainda não se sabe ao certo o que acontece nos olhos das aves para obter este resultado inesperado, pois falta estrutura técnica para realizar este estudo. No entanto, os pesquisadores consideram esta descoberta bastante relevante. “Achamos que esses resultados são muito importantes porque mostram, pela primeira vez, que uma molécula do aparelho visual de uma ave migratória é sensível a campos magnéticos”, afirma Mouritsen.

Outros animais e o campo magnético da Terra

Outros animais também utilizam o poder do campo magnético da Terra, mas de maneira mais simples. Entre eles, tartarugas, salmões e mamíferos como raposas e coiotes. Até mesmo os cães podem demonstrar essa capacidade.

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Em um estudo publicado em 2013, pesquisadores da Czech University of Life Sciences Prague escreveram: “inspirados por nossas observações até então em outros animais, monitoramos o alinhamento espontâneo em cães durante diversas atividades e eventualmente nos concentramos na excreção (defecação e micção, incluindo marcação), pois essa atividade parecia ser mais promissora”.

Os cachorros podem usar seu senso biológico do campo de força geomagnético para se situar na hora de fazer cocô. Supostamente, os cães costumam defecar virados para o norte ou para o sul: “[durante condições calmas de campo magnético, revelou-se uma preferência axial altamente significativa para o alinhamento norte-sul durante a defecação”, relataram os autores do artigo.

Ninguém sabe ao certo por que isso acontece. Os pesquisadores ainda não conseguiram decifrar se eles fazem isso conscientemente (ou seja, se eles, tal como os pássaros, conseguem “ver” o campo magnético da Terra) ou se é algo inconsciente mesmo. Além dos cães, vacas, veados, javalis e carpas também parecem ter um mecanismo que os faz preferir o alinhamento norte-sul.

A estratégia das raposas-vermelhas

As raposas-vermelhas são particularmente inteligentes: ao atacar suas presas, elas tendem a usar o eixo nordeste. “Raposas à espreita tendem a realizar seus saltos em uma direção de bússola aproximadamente nordeste. A direção dos ataques era independente da hora do dia, estação do ano, cobertura de nuvens e direção do vento”, escreveram os autores. Supostamente, isso faz com que elas tenham três vezes mais chances de atingir seu alvo.

A capacidade de sentir e utilizar o campo magnético da Terra é um exemplo fascinante de como os animais se adaptam e utilizam os recursos naturais para sobreviver. Embora os mecanismos exatos ainda estejam sendo pesquisados, as descobertas até agora revelam a complexidade e a sofisticação dos sistemas de orientação animal.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.