Como o uso de Ozempic está transformando os hábitos sociais em jantares

Descubra como o uso de medicamentos como Ozempic está alterando a etiqueta e os hábitos em jantares sociais no Brasil e no mundo.
Atualizado há 1 dia atrás
Como o uso de Ozempic está transformando os hábitos sociais em jantares
Ozempic transforma a dinâmica social e os hábitos em jantares ao redor do mundo. (Imagem/Reprodução: Infomoney)
Resumo da notícia
    • O uso de medicamentos como Ozempic está alterando os hábitos alimentares e sociais em jantares em grupo.
    • Você pode se adaptar melhor a essas mudanças e evitar situações constrangedoras em encontros sociais.
    • Essa tendência impacta tanto quem usa os medicamentos quanto quem não usa, criando novas dinâmicas à mesa.
    • A transparência sobre o uso desses remédios pode ajudar a normalizar a situação e evitar mal-entendidos.
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Já se perguntou como os medicamentos para perda de peso estão mudando nossos hábitos sociais? A onda de usuários de GLP-1, como o famoso Ozempic, tem gerado novas situações em restaurantes. As pessoas estão repensando a etiqueta à mesa e adaptando seus comportamentos. Será que estamos preparados para essa nova dinâmica nos jantares em grupo? Vamos explorar como essa tendência impacta tanto quem usa os medicamentos quanto quem não usa.

Michael Foote, durante um jantar em tempos de Ozempic com amigos em um restaurante tailandês em Manhattan, percebeu que era o único comendo normalmente. Seus amigos, todos usuários de medicamentos GLP-1, apenas beliscavam a comida. Essa cena ilustra uma mudança crescente nos hábitos alimentares e sociais impulsionada pelos medicamentos para perda de peso.

Foote, um advogado, observou que muitos de seus amigos utilizam esses medicamentos, o que cria uma nova dinâmica quando saem para comer. Frequentemente, pedem entradas e pratos principais para compartilhar, mas seus amigos comem pequenas porções, deixando o restante para ele. “Eu tenho 1,93m, peso 95 kg e sinto bastante fome”, disse Foote, 36 anos, rindo, mostrando como ele lida com a situação.

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Apesar das mudanças, eles continuam saindo para jantar com frequência. Para os amigos de Foote, pode ser “uma completa encenação”, mas enquanto dividirem a conta, ele está satisfeito. “Se eu fosse uma pessoa mais consciente, me importaria de ser o único a comer como um porquinho aqui”, brincou. “Mas eu amo comida. Algumas pessoas comem para viver. Eu amo comer.”

A popularização dos GLP-1 e os novos dilemas à mesa

Analistas da Morgan Stanley Research estimam que, até 2035, 24 milhões de americanos, ou 7% da população, estarão utilizando GLP-1. Com a crescente popularidade desses medicamentos para emagrecimento, tanto quem os usa quanto quem não usa enfrentam dilemas de etiqueta em restaurantes e, em alguns casos, mudam seus hábitos alimentares.

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Quem usa GLP-1 está descobrindo quais tipos de restaurantes são mais confortáveis para frequentar, como deixar comida no prato sem ofender o chef ou os acompanhantes, e como aproveitar melhor a experiência. Enquanto isso, quem não usa lida com os prós e contras de sair para comer com pessoas que quase não comem.

“Há um componente social nisso”, disse David Wiss, nutricionista em Los Angeles com doutorado em saúde pública. “Estamos em um período de mudança e as pessoas estão aprendendo a lidar com isso.” Essa adaptação é fundamental para manter a harmonia nos encontros sociais.

Will Farmer, um agente de talentos em Londres, começou a tomar Mounjaro, um GLP-1 usado fora da indicação para perda de peso, há nove meses. Logo depois, participou de um jantar de 10 pratos para um evento de trabalho e só conseguiu comer um pouco de cada prato. “Eu comia um quarto de um ovo escocês”, contou. O restaurante chegou a enviar um e-mail para o anfitrião do evento, preocupado com a possibilidade de a comida não ter agradado Farmer.

Estratégias para lidar com a nova etiqueta

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Atualmente, Farmer só frequenta restaurantes que servem pratos para compartilhar ou pequenas porções, evitando o constrangimento de deixar grandes quantidades de comida no prato. “Se você vai a um restaurante de carnes, é estranho deixar a maior parte do prato”, explicou. “Mas quando todos compartilham, a comida desaparece e não há essa vergonha individual de deixar comida no prato.”

Lauren Wire, publicitária de vinhos e destilados em Nova York, é uma autodeclarada amante da gastronomia que adora sair para comer e pedir muitos pratos. “Quero experimentar tudo”, disse. Para ela, a solução é ser transparente sobre o uso de GLP-1.

Assim que se senta à mesa, Wire avisa a todos, desde o garçom até seus amigos, que está usando GLP-1. “O chef pode até vir cumprimentar, ou eu posso estar num encontro e brinco que vou precisar de uma marmita porque estou no Ozempic”, contou Wire, 36 anos. “Não quero que pensem que não gostei da comida, e também quero normalizar isso.” Essa abordagem aberta ajuda a evitar mal-entendidos e a criar um ambiente mais confortável.

Para Wire, guardar as sobras é uma vantagem: ela economiza dinheiro e aproveita a mesma quantidade de comida por mais tempo. Além disso, ela acredita que seus acompanhantes se beneficiam da situação. “Eu ainda peço demais, e eles acabam comendo mais da minha comida”, disse, rindo. Essa atitude transforma o que poderia ser um problema em uma experiência positiva para todos.

Desafios em diferentes situações sociais

Reuniões que não envolvem jantar têm sido as mais difíceis para Joseph Suchodolski, consultor de moda em Nova York que usa Mounjaro há mais de dois anos para tratar diabetes. Ele costuma beliscar durante o dia e muitas vezes insiste em tomar só um café em reuniões matinais.

Em uma recente reunião em Los Angeles, Suchodolski descobriu que seu acompanhante também usava GLP-1. “Ambos pedimos café da manhã e só mexíamos na comida no prato”, contou Suchodolski, 38 anos. Quando finalmente revelaram o motivo, começaram a rir e se abriram. Essa experiência demonstra como a honestidade pode fortalecer os laços sociais.

David Wiss sugere que pacientes que começaram a usar GLP-1 pensem em como lidar com situações sociais ao comer menos em público. “Quando as pessoas param de beber álcool, por exemplo, é útil pensar em como responder quando oferecem uma bebida ou quando o garçom fica desapontado por não pedir vinho”, explicou. “Estamos vendo isso se repetir com a comida.”

Algumas pessoas relatam que os GLP-1 melhoraram a experiência de comer fora. Jackson Lemay, criador de conteúdo em Atlanta, que lutou contra a obesidade na infância, costumava ficar ansioso por comer rápido ou demais em restaurantes. Ele se preocupava com o cardápio antes de chegar e se culpava se pedia algo pouco saudável ou muito grande. Se você está interessado em tecnologia, veja como a inteligência artificial está influenciando diversas áreas.

Impacto positivo e adaptações

Após usar GLP-1 por um ano e meio, esse “barulho da comida” desapareceu para Lemay. “Isso me fez sentir mais confiante para comer em público”, disse Lemay, 27 anos. Ele nunca gostou tanto de restaurantes como agora. A transformação de Lemay mostra como os medicamentos podem ter um impacto positivo na relação das pessoas com a comida e com a socialização.

Nathaly del Carmen, gerente de marketing em Nova York, adora estar perto de pessoas com apetite menor. Sua mãe, irmã e muitos amigos usam GLP-1, e ela estima que sempre há pelo menos uma pessoa na mesa usando o medicamento quando sai para jantar.

Del Carmen disse que acaba imitando o comportamento dos que usam os remédios, o que a faz comer menos e não sentir pressão para terminar a comida se não estiver com fome. “Isso me ajuda a controlar impulsos”, afirmou. Além disso, pesquisas recentes indicam que os GLP-1 podem reduzir o desejo por álcool, o que Del Carmen também notou em seus amigos. Veja também como o mundo do entretenimento está se adaptando às novas tendências.

Del Carmen, 31 anos, observou que alguns amigos que usam os medicamentos não conseguem tomar mais de uma ou duas doses de álcool sem passar mal, o que a ajuda a beber menos. “Eles são o oposto daquele amigo que incentiva você a beber mais ou tomar mais um martini.” Assim, a influência dos GLP-1 vai além da alimentação, impactando também outros hábitos sociais.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via InfoMoney

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.