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- Relatos de comportamento inadequado em cinemas, como conversas altas e uso de celulares, têm se tornado frequentes.
- Você pode ter sua experiência no cinema prejudicada por distrações e falta de respeito de outros espectadores.
- Essa situação pode levar a uma migração do público para o streaming, afetando as bilheterias e a diversidade de filmes.
- A indústria cinematográfica enfrenta desafios para manter a relevância cultural e financeira das salas de cinema.
Relatos sobre experiências ruins em salas de cinema se tornaram comuns. Conversas altas, telas de celular com brilho no máximo e até flashes durante a exibição são algumas das queixas. O que antes era um espaço de imersão coletiva parece estar se transformando, levantando a questão: será que as pessoas esqueceram como se comportar para assistir filmes no cinema?
Barulho e Luzes: A Nova Realidade das Salas?
Ir ao cinema para ver um lançamento esperado pode se tornar um teste de paciência. Muitos espectadores relatam que, mesmo em sessões com poucos lugares ocupados, o barulho de conversas paralelas e o brilho de smartphones são constantes. Situações mais extremas, como o uso de flash na direção da tela, também têm sido registradas, prejudicando a experiência de quem deseja focar no filme.
Essas experiências, infelizmente, não são casos isolados. Relatos semelhantes pipocam pela internet, indicando um padrão de comportamento inadequado que vai além de simples distrações. A situação parece ter se intensificado nos últimos anos, especialmente após o período de isolamento social.
O Caso ‘Um Filme Minecraft’ e as Redes Sociais
Um exemplo recente envolve o filme Um Filme Minecraft. Uma trend no TikTok incentivou o público a gritar “Chicken Jockey!” durante uma cena específica, como referência ao jogo. Embora a ideia pudesse parecer uma interação divertida, ela escalou para situações de descontrole em várias salas pelo mundo, levando à expulsão de espectadores. O ator Jack Black chegou a pedir aos fãs que evitassem jogar pipoca durante as sessões.
Essa trend ilustra como as redes sociais podem influenciar o comportamento coletivo dentro do cinema. Algumas redes exibidoras, como a Cineworld, emitiram comunicados reforçando que comportamentos antissociais, incluindo gritos e algazarra, não seriam tolerados e resultariam em remoção da sala sem reembolso. Isso demonstra a preocupação crescente com a manutenção de um ambiente minimamente respeitoso.
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Embora o público de Um Filme Minecraft seja majoritariamente jovem, o problema do mau comportamento não se restringe a essa faixa etária. Relatos abrangem diversos tipos de filmes e públicos, sugerindo uma mudança cultural mais ampla na forma como as pessoas encaram o espaço compartilhado do cinema.
Streaming vs. Cinema: A Comodidade Mudou Nossos Hábitos?
A ascensão dos serviços de streaming transformou a maneira como consumimos filmes. A conveniência de assistir a lançamentos recentes no conforto de casa, muitas vezes poucos meses após a estreia nos cinemas, é um fator importante. Plataformas como Max e Disney+ costumam adicionar grandes produções ao catálogo em cerca de 60 a 90 dias, dependendo do desempenho nas bilheterias.
Em casa, a experiência é totalmente controlada pelo espectador: pausar para ir ao banheiro, buscar um lanche ou atender o celular são ações sem consequências. Essa flexibilidade contrasta com a experiência coletiva e com as regras de etiqueta implícitas do cinema. A facilidade do streaming pode ter contribuído para uma menor tolerância a inconvenientes e uma maior dificuldade em respeitar o espaço alheio na sala escura.
A pandemia de COVID-19 acelerou essa transição para o consumo doméstico, forçando o fechamento de cinemas e impulsionando as assinaturas de streaming. Com a reabertura, parte do público pode ter retornado às salas desacostumado com as “regras” de convivência em um ambiente compartilhado, trazendo hábitos do sofá para a poltrona do cinema.
A Cultura do “Conteúdo” e a Gravação de Cenas
Outro fator apontado é a cultura das redes sociais, onde tudo pode virar “conteúdo”. Um executivo de cinema, em entrevista à Variety, mencionou que o comportamento mudou após a pandemia, citando o período de lançamento de Deadpool & Wolverine como um marco. Durante a divulgação, o diretor e o ator principal repostaram stories de fãs gravando trechos do filme no cinema, o que incentivou mais pessoas a fazerem o mesmo.
Embora o diretor tenha afirmado que não era sua intenção promover esse tipo de comportamento, o episódio reflete uma mentalidade onde a experiência do filme pode ser secundária à criação de conteúdo para plataformas como o TikTok, que testa novas formas de interação comunitária. A questão central não seria um filme ou diretor específico, mas sim uma mudança na percepção sobre o espaço público e o respeito à experiência alheia.
Impacto na Indústria Cinematográfica
O comportamento inadequado nas salas de cinema não afeta apenas os espectadores presentes, mas pode ter consequências mais amplas para a indústria. Se ir ao cinema se torna uma fonte de estresse e incômodo, o público tende a optar por ficar em casa, impactando diretamente as bilheterias.
Essa migração para o streaming, intensificada por experiências negativas, resulta em salas mais vazias e lucros menores para as redes exibidoras. Isso pode ameaçar a viabilidade de filmes que não são grandes blockbusters, como produções independentes ou de arte, que dependem de um público engajado e disposto a ir ao cinema.
A diminuição do público para certos tipos de filme pode levar a uma menor diversidade na programação, com exibidores priorizando apenas lançamentos com garantia de lotação rápida. O cinema, que por natureza é uma experiência compartilhada, corre o risco de perder parte de sua relevância cultural se o respeito mútuo no espaço coletivo continuar a diminuir.
A questão que fica é se estamos lidando com uma dificuldade geracional em compartilhar e respeitar espaços públicos. A experiência cinematográfica depende da colaboração de todos na sala para funcionar. A falta dessa colaboração pode, a longo prazo, comprometer não apenas a ida ao cinema como lazer, mas também a diversidade e a saúde financeira da sétima arte.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.