Conclave mais longo da história: os bastidores da eleição papal que durou 34 meses

Saiba como disputas políticas prolongaram por 34 meses a eleição papal mais demorada da história e como isso moldou a Igreja Católica.
Atualizado há 6 horas
Conclave mais longo da história: os bastidores da eleição papal que durou 34 meses
A longa disputa política que adiou a eleição papal e moldou a Igreja Católica. (Imagem/Reprodução: Super)
Resumo da notícia
    • Entre 1268 e 1271, a eleição papal durou 34 meses devido a disputas políticas e divisões internas.
    • Você vai entender como as rivalidades entre cardeais franceses e italianos impactaram a escolha do novo papa.
    • Essa demora histórica levou à criação de regras para agilizar futuras eleições papais.
    • O conclave mais longo revela como a política pode influenciar decisões religiosas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Você sabia que a escolha de um papa pode levar anos? Entre 1268 e 1271, os cardeais da Igreja Católica demoraram 34 meses para eleger um novo líder, um período marcado por guerras e intensas disputas políticas. Essa longa espera nos faz questionar os bastidores dessa eleição. Vamos descobrir os detalhes do conclave mais longo da história e entender os motivos que levaram a essa demora.

O Conclave Mais Longo da História da Igreja Católica

Em tempos modernos, a eleição de um novo papa costuma ser rápida. No entanto, nem sempre foi assim. A eleição papal de 1268 a 1271 é um exemplo de como a política e as divisões internas podem prolongar esse processo. Para entender essa história, vamos voltar ao século XIII e analisar os fatores que levaram a essa situação.

No dia 7 de maio, 133 cardeais da Igreja Católica se reunirão para o conclave, a eleição secreta do próximo papa. Confinados na Capela Sistina, no Vaticano, para evitar influências externas, eles realizarão votações até eleger o novo pontífice. Para ser eleito, o candidato precisa de, no mínimo, dois terços dos votos. Os últimos conclaves foram rápidos: Francisco foi eleito em dois dias (cinco votações) e Bento 16 em quatro votações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para anunciar a decisão, usa-se a chaminé da Capela Sistina. Fumaça cinza indica que ainda não há decisão, enquanto fumaça branca sinaliza um novo papa. A fumaça foi usada pela primeira vez em 1903, na eleição de Pio 10. A ideia surgiu no século 19, quando queimavam-se os votos inválidos. O conclave como conhecemos começou no século 13, após uma eleição papal que durou quase três anos.

Disputas e Divisões no Conclave Mais Longo da História

Após a morte do Papa Clemente 4 em novembro de 1268, a Igreja Católica enfrentou uma grande crise. As eleições papais da época não seguiam o modelo de conclave que conhecemos hoje. Antes de 1059, a eleição envolvia o clero local e os leigos, sem a necessidade de confinamento e confidencialidade. Tudo mudou com a escolha do sucessor de Clemente.

Leia também:

Os cardeais franceses, defensores da dinastia de Anjou, apoiavam a invasão da Itália por Carlos de Anjou, que havia sido coroado rei de Nápoles e da Sicília por Clemente, também francês. Essa situação gerou desconforto entre os cardeais não franceses, principalmente os italianos, que não concordavam em eleger outro papa francês. Além disso, a Igreja estava envolvida em uma guerra na época.

Clemente 4 foi eleito durante um conflito com Manfredo, rei da Sicília da casa dos romano-germânicos Hohenstaufen. A Itália só se unificaria no século 19, e antes disso era dividida em vários reinos. Clemente exerceu seu papado em Viterbo, temendo ir para Roma devido à disputa com a dinastia, que não aceitava o papa como senhor feudal. A conquista de Nápoles e Sicília por Carlos de Anjou em 1266 trouxe um pouco de tranquilidade ao pontífice.

A guerra deixou marcas. Clemente foi criticado pela crueldade de Carlos de Anjou, mesmo que tenha desaprovado a violência. Os cardeais italianos queriam limitar a influência de Anjou e da monarquia francesa, o que os levava a resistir à eleição de um papa francês. A eleição do sucessor de Clemente estava travada, com 20 cardeais eleitores divididos. Os italianos tinham votos suficientes para impedir a vitória dos franceses, mas ninguém cedia. A demora foi tanta que três cardeais morreram antes da escolha do novo papa.

O Confinamento e a Pressão Externa

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A eleição papal deveria ocorrer na cidade onde o papa anterior faleceu. Em Viterbo, os cardeais votavam diariamente e retornavam para suas casas. No final de 1269, diante da falta de progresso, o prefeito de Viterbo ordenou o confinamento dos cardeais no palácio papal até que um novo pontífice fosse eleito.

Para acelerar a decisão, o teto do palácio foi removido e a dieta dos cardeais foi limitada a pão e água, possivelmente por ordem de Carlos de Anjou. Mesmo assim, a situação persistiu. A solução veio com a escolha de um comitê de seis membros do Colégio Cardinal para eleger o novo papa em 1271, após muita pressão externa. Nesse comitê, os apoiadores da dinastia Anjou foram deixados de lado, e outras correntes políticas definiram o próximo papa: Teobaldo Visconti.

Visconti, que não era cardeal e estava na Palestina participando da Nona Cruzada, foi eleito em novembro de 1271. Ele só chegou a Viterbo em fevereiro de 1272 para ser nomeado papa, adotando o nome de Gregório 10. Ele se tornou pontífice antes mesmo de ser ordenado padre. Gregório 10 trabalhou pela Igreja sem ser sacerdote oficialmente. Apesar de italiano, sua eleição agradou aos franceses devido à sua proximidade com os cardeais da região. Para entender melhor, você pode acompanhar as atualizações do duelo da Libertadores ao vivo para ver como diferentes interesses podem influenciar decisões importantes.

Diante das dificuldades políticas na escolha de um pontífice, Gregório 10 estabeleceu regras para a eleição. Em 1274, a bula Ubi periculum determinou que todas as futuras eleições papais deveriam seguir o modelo de confinamento praticado em Viterbo, mas com telhado e uma dieta mais diversificada. O objetivo era agilizar a escolha e reduzir a influência política externa. No entanto, seus sucessores não foram favoráveis a esses conclaves rigorosos.

Regras e Exceções nos Conclaves Papais

João 21, papa por menos de um ano entre 1276 e 1277, revogou o decreto de Gregório 10, resultando em eleições mais longas e caóticas. Posteriormente, Bonifácio 8 restaurou as regras do conclave em 1294, mas isso não impediu que novas disputas políticas entre os reinos da Itália e da França causassem um conclave de 27 meses entre 1314 e 1316.

Outro conclave demorado ocorreu entre 1415 e 1417, quando três pessoas reivindicavam o título de pontífice. Essa eleição escolheu Martinho 5 para restaurar a unidade do catolicismo. Nos últimos dez papas, a eleição mais longa durou cinco dias, elegendo Pio 11 em 1922. Alguns cardeais acreditam que o conclave para eleger o sucessor de Francisco levará de dois a quatro dias. A fumaça cinza não deve persistir por muito tempo.

A história do conclave mais longo da história nos mostra como as disputas políticas e as divisões internas podem impactar a Igreja Católica. As regras estabelecidas por Gregório 10, embora nem sempre seguidas, foram um passo importante para tentar agilizar e tornar mais transparente o processo de eleição papal.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.