Conheça a história real que inspirou o filme A Mula, de Clint Eastwood, disponível na Netflix

Descubra a vida de Leo Sharp, a verdadeira inspiração para o filme A Mula, dirigido por Clint Eastwood e disponível na Netflix.
Conheça a história real que inspirou o filme A Mula, de Clint Eastwood, disponível na Netflix
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • O filme A Mula retrata a vida de Leo Sharp, um veterano de guerra e horticultor que se tornou transportador de drogas do cartel de Sinaloa.
    • Você pode conhecer a trajetória fascinante de Sharp, que combina uma vida respeitável com uma inesperada ligação ao crime organizado.
    • A história mostra como idade avançada e aparência inofensiva permitiram a Sharp atuar por quase dez anos no tráfico sem ser pego.
    • O filme dramatiza fatos reais, destacando a complexidade das escolhas do protagonista e sua busca por redenção.
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Disponível na Netflix, o filme A Mula (2018), dirigido e estrelado por Clint Eastwood, tem atraído muitos espectadores. Ele retrata um idoso que, de maneira surpreendente, se torna um dos traficantes mais improváveis da história dos Estados Unidos. Essa história cativante combina elementos ficcionais com uma base real.

A trama é inspirada na vida de Leo Sharp, um veterano de guerra e cultivador de flores que começou a trabalhar para o cartel de Sinaloa em idade avançada. A trajetória de Sharp é bastante particular, mostrando duas fases de sua vida: a de um horticultor premiado e, mais tarde, a de um transportador de drogas para uma rede de crime internacional.

A Mula de Clint Eastwood: A História Real por Trás do Filme da Netflix

A vida de Leo Sharp é o ponto de partida para o filme. Ele nasceu em 1924 e serviu como soldado durante a Segunda Guerra Mundial. Após o conflito, Sharp voltou para casa e construiu uma vida dedicada à horticultura, ganhando reconhecimento.

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Ele se destacou especialmente no cultivo de lírios-do-dia, o que o tornou uma figura conhecida e respeitada entre especialistas e colecionadores. Por muitos anos, Sharp foi uma referência em seu campo, consolidando uma carreira legítima e recebendo muitos prêmios por seu trabalho.

De Veterano de Guerra a Mestre das Flores

No entanto, com o passar do tempo, a situação financeira de Sharp começou a piorar. O avanço da internet e as mudanças no mercado afetaram negativamente seu negócio de flores. Ele teve grandes dificuldades para manter a propriedade que havia construído com tanto esforço ao longo de sua vida.

Foi nesse cenário de fragilidade e dívidas que surgiram os primeiros contatos de Sharp com pessoas ligadas ao cartel de Sinaloa. Ele precisava de dinheiro e encontrou uma saída inesperada para seus problemas financeiros, apesar dos riscos.

Como Leo Sharp Entrou para o Cartel de Sinaloa

Já em uma idade bastante avançada, Leo Sharp foi recrutado para atuar como transportador de drogas. Inicialmente, suas entregas eram pequenas. Contudo, sua aparência inofensiva e seu comportamento tranquilo o tornaram o candidato ideal para passar despercebido pelas autoridades.

Dentro do cartel, ele recebeu o apelido de “El Tata”, um termo carinhoso que significa “avô”. Ironicamente, esse “avô” transportava grandes quantidades de cocaína, tornando-se uma figura curiosa dentro da organização criminosa.

Ao contrário do que é mostrado no filme, onde o personagem Earl Stone realiza poucas viagens, Leo Sharp trabalhou para o cartel por quase dez anos. Durante esse período, ele fez transportes enormes para diversas cidades, incluindo Detroit.

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Estima-se que Sharp carregava em média 250 quilos de cocaína por viagem, recebendo cerca de mil dólares por quilo entregue. Esses números são realmente impressionantes para alguém com mais de 80 anos, mostrando a dimensão de suas atividades.

Sua longa e bem-sucedida trajetória como transportador fez dele uma espécie de lenda dentro da organização criminosa. Muitos chegavam a considerar quase inacreditável que um homem tão idoso conseguisse movimentar tanta droga por tanto tempo sem ser pego.

A Captura e o Destino de “El Tata”

O que era inevitável acabou acontecendo em 2011, quando Sharp foi interceptado pela DEA (Administração para o Controle de Drogas) em uma rodovia. Ele estava dirigindo uma caminhonete Lincoln carregada de drogas no momento da prisão.

O agente responsável por sua captura foi Jeff Moore, que serviu de inspiração para o personagem interpretado por Bradley Cooper no filme. A prisão de Sharp marcou o fim de sua carreira no tráfico e o início de um processo judicial.

Preso, Sharp admitiu sua culpa e foi condenado a três anos de prisão, mas cumpriu apenas um ano da pena. Seu advogado chegou a fazer uma proposta inusitada: que ele pagasse sua dívida cultivando papaias no Havaí para o governo, mas a ideia não foi aceita.

Devido ao seu estado de saúde delicado, Leo Sharp foi libertado em 2015. Ele faleceu no ano seguinte, aos 92 anos, vítima de uma doença terminal. Sua morte encerrou uma vida de contrastes marcantes.

De um lado, ele era um veterano de guerra respeitado e um horticultor premiado. Do outro, tornou-se um dos mais improváveis correios do tráfico internacional, uma figura enigmática que desafiou as expectativas.

O Filme e a Realidade: As Diferenças em “A Mula”

Embora baseado na história de Leo Sharp, o filme adaptou diversos aspectos de sua vida para a narrativa cinematográfica. Clint Eastwood transformou o protagonista no personagem Earl Stone, um veterano da Guerra da Coreia, com relações familiares bastante complicadas.

Esse elemento de conflito familiar, um dos focos do drama no filme, não existia na vida real de Leo Sharp. Além disso, a trama da produção cinematográfica condensou os dez anos de tráfico de Sharp em apenas alguns meses, suavizando a dimensão criminosa de sua verdadeira atuação.

Essas mudanças foram feitas para criar uma narrativa mais dramática e emocional, focando no arrependimento do personagem e em sua busca por redenção. A vida real de Sharp, por sua vez, foi mais pragmática e dura, com menos espaço para essas nuances emocionais.

Ainda assim, o núcleo da história permanece o mesmo: um idoso veterano, antes reconhecido por sua contribuição à horticultura, que se tornou uma peça importante no esquema de um dos cartéis de drogas mais poderosos do mundo.

O filme dramatiza esses acontecimentos com uma perspectiva mais humana, permitindo ao público refletir sobre as escolhas do protagonista. O legado de Leo Sharp, no entanto, continua sendo um dos casos mais curiosos e debatidos sobre a conexão entre idade, uma aparente inocência e o crime organizado.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.