Cortes de financiamento no governo Trump levam ao sacrifício de animais de laboratório nos EUA

Redução de verbas para pesquisas nos EUA levou ao sacrifício de animais de laboratório, gerando debates éticos e impactos na ciência.
Atualizado há 8 horas
Cortes de financiamento no governo Trump levam ao sacrifício de animais de laboratório nos EUA
Redução de verbas para pesquisas nos EUA gera sacrifício de animais e debates éticos. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Cortes de financiamento no governo Trump resultaram no sacrifício de animais de laboratório nos EUA.
    • Entenda como a redução de verbas afetou pesquisas científicas e o bem-estar animal.
    • O impacto pode retardar avanços na medicina e levantar questões éticas sobre o uso de animais em pesquisas.
    • Debates sobre alternativas à pesquisa com animais ganham força diante da crise.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Animais de laboratório são mortos após cortes de Trump; entenda o caso

A redução no financiamento de pesquisas nos EUA, intensificada durante o governo Trump, impactou diretamente a vida de animais de laboratório. Com menos recursos, muitos projetos foram interrompidos e instalações tiveram que sacrificar animais, gerando debates éticos e preocupações sobre o futuro da pesquisa biomédica.

Impactos dos cortes nos animais de laboratório

Em 1º de abril de 2025, o Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (Niosh), na Virgínia Ocidental, sentiu o impacto dos cortes de financiamento do governo Trump. Centenas de funcionários foram demitidos, e o destino de mais de 900 animais de laboratório ficou incerto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apesar dos esforços para realocar parte dos animais, cerca de 300 foram sacrificados no final de abril. Essa situação evidencia como as políticas de corte de gastos afetam diretamente a pesquisa científica e o bem-estar animal.

As medidas do governo Trump, como demissões de cientistas e cortes em bolsas de pesquisa, resultaram em sérias consequências para os animais usados em experimentos. Muitos pesquisadores se mostraram preocupados com o desperdício de vidas e a interrupção de estudos importantes.

Leia também:

“Muitos animais vão acabar sendo sacrificados”, alertou Paul Locke, especialista em legislação sobre animais de laboratório da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Johns Hopkins. A falta de informações precisas e o medo de represálias dificultam a avaliação completa do impacto desses cortes.

Alguns ativistas de bem-estar animal celebraram a interrupção das pesquisas, mesmo que isso significasse a morte dos animais. No entanto, muitos pesquisadores lamentaram a perda de vidas sem que houvesse ganho de conhecimento científico.

Kyle Mandler, um dos cientistas demitidos do Niosh, expressou sua frustração com o sacrifício de seus camundongos, cujo estudo sobre poeiras perigosas ficou inacabado. “O fato de que as vidas e o sacrifício deles serão completamente desperdiçados é ao mesmo tempo deprimente e enfurecedor”, disse ele.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) defendeu as mudanças no Niosh como parte de um “realinhamento mais amplo”, visando uma América mais saudável. No entanto, a declaração não abordou diretamente o destino dos animais sacrificados.

A complexidade da pesquisa com animais de laboratório

Nos últimos anos, muitos países, incluindo os Estados Unidos, têm buscado alternativas à pesquisa com animais, devido aos altos custos, questões éticas e limitações na translação dos resultados para humanos. A FDA, por exemplo, anunciou planos para eliminar gradualmente os testes em animais para certos medicamentos.

Apesar do potencial de tecnologias como organoides, especialistas concordam que os animais ainda são essenciais em algumas áreas da pesquisa biomédica. A pesquisa com animais requer financiamento estável, veterinários e técnicos qualificados, mas as medidas do governo Trump colocaram tudo isso em risco.

No centro do Niosh em Morgantown, as demissões incluíram a equipe de cuidados com animais, gerando preocupações sobre o bem-estar dos animais restantes. Animais de projetos encerrados podem ter sido submetidos a tratamentos experimentais ou expostos a patógenos e toxinas, tornando a transferência para outros laboratórios complexa.

Animais de laboratório, criados para exibir características específicas, não podem ser simplesmente libertados na natureza. Além disso, o aumento repentino no número de animais pode sobrecarregar a capacidade dos santuários.

Muitos pesquisadores também expressaram preocupação com os esforços dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) para limitar o financiamento de “custos indiretos” relacionados à manutenção de instalações de cuidados com animais. Embora um juiz federal tenha temporariamente impedido a implementação desses limites, o NIH recorreu da decisão.

Se a política for aprovada, instituições que realizam pesquisas com primatas não humanos, que são caros de manter, podem ser duramente atingidas. O Centro Nacional de Pesquisa com Primatas de Washington, por exemplo, poderia perder milhões de dólares anualmente, forçando-o a reduzir sua colônia.

Deborah Fuller, diretora do centro, enfatizou que todos os esforços seriam feitos para encontrar novos lares para os animais. No entanto, outros centros de pesquisa enfrentariam desafios semelhantes, e os santuários de primatas podem não ser capazes de absorver todos os animais. Em último caso, os primatas podem precisar ser sacrificados.

Sally Thompson-Iritani, vice-reitora assistente no escritório de pesquisa da universidade, reconheceu que essa é uma possibilidade que ninguém deseja considerar, mas que pode acontecer. Paul Locke espera que a crise sirva de alerta para acelerar a transição para alternativas à pesquisa com animais, mas de forma ponderada.

“Não acho aceitável sacrificar milhões de animais da pesquisa”, afirmou Locke. “Não acho que seja socialmente aceitável. Não acho que seja cientificamente aceitável, e acredito que precisamos reconhecer que esse é um resultado provável.”

Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Segunda: Via Folha de São Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.