Crescimento dos Ativos Tokenizados deve Chegar a R$ 18,9 Trilhões até 2033

A tokenização de RWA (ativos do mundo real) está ganhando força, e a estimativa é que o mercado alcance US$18,9 trilhões até 2033. Especialistas do setor acreditam que esse número pode ser ainda maior, impulsionado pela crescente adoção de stablecoins. Esse crescimento rápido está impulsionando a adoção de blockchain, com 60% do valor da tokenização de RWA vindo do Ethereum.

Stellar Aposta Alto na Tokenização de RWA

O Ethereum não é a única blockchain de Camada 1 (L1) que contribui para o crescimento da tokenização de RWA. A Stellar se destaca como a segunda maior rede em casos de uso de tokenização.

De acordo com Denelle Dixon, diretora executiva da Stellar Development Foundation, a rede Stellar ocupa a segunda posição, logo após o Ethereum, no ranking de casos de uso de tokenização. A executiva informou que a Stellar possui cerca de US$470 milhões em títulos, commodities e stablecoins na rede.

Em novembro de 2019, a Franklin Templeton, uma das maiores instituições financeiras do mundo, iniciou o planejamento para construir um fundo de mercado monetário tokenizado na Stellar. Desde então, o “OnChain U.S. Government Money Market Fund” (FOBXX) da Franklin Templeton se tornou o terceiro maior fundo de mercado monetário tokenizado. Ele está disponível em Ethereum, Base (Camada 2 da Coinbase), Aptos e Avalanche, mas a rede Stellar é a blockchain principal.

Dixon informou que o OnChain U.S. Government Money Fund possui cerca de US$701,7 milhões em valor total de ativos, com a maior parte, US$466,5 milhões, na rede Stellar. A tokenização de títulos permite que as instituições reduzam os custos de transação de US$1 para menos de um centavo. Assim, o custo de 50.000 transações, que seria de US$50.000, cai para apenas US$120.

Para uma instituição como a Franklin Templeton, que administra US$1,7 trilhão em ativos, essa eficiência pode transformar a economia operacional. A Stellar pretende alcançar US$3 bilhões em valor de RWA on-chain ainda este ano, e já estabeleceu parcerias para garantir isso.

A Societe Generale-Forge lançou sua stablecoin lastreada em EUR (EURCV) na rede Stellar. Além disso, a Ondo planeja lançar sua stablecoin com rendimento, o United States Dollar Yield (USDY), na Stellar nos próximos meses. A Etherfuse também está trazendo “stablebonds” para a rede Stellar, oferecendo produtos lastreados em ativos com potencial de retorno.

Avalanche Quer Parcerias com Instituições Tradicionais

A blockchain L1 Avalanche também busca injetar bilhões no mercado de tokenização de RWA. Morgan Krupetsky, diretora sênior de desenvolvimento de negócios, instituições e mercados de capitais da Ava Labs, afirmou que a missão principal da Avalanche é digitalizar e tokenizar os ativos do mundo.

Krupetsky ressaltou que a Avalanche foi construída para a próxima geração de finanças habilitadas por blockchain. A rede possui alto rendimento, finalização em menos de um segundo, baixos custos de transação e customização, sendo ideal para a tokenização, negociação e transferência de ativos do mundo real (RWA) em escala global.

Recentemente, a WisdomTree expandiu sua plataforma de investimento institucional, WisdomTree Connect, para incluir 13 fundos tokenizados em várias blockchains, incluindo a Avalanche. A empresa está comprometida em cultivar um ecossistema de ativos tokenizados de alta qualidade, aprofundando as relações com grandes gestores de ativos e emissores.

A Avalanche planeja expandir a diversidade e a escala de RWAs tokenizados na rede, incluindo stablecoins e outros equivalentes de caixa, ações, títulos, crédito privado e outras alternativas. A empresa também está focada na distribuição, tanto dentro do ecossistema DeFi nativo da Avalanche quanto através de parceiros de mercado de capitais tradicionais.

Para exemplificar, Krupetsky informou que a empresa financeira Intain desenvolveu uma plataforma que utiliza a arquitetura Avalanche para lançar um mercado on-chain para títulos lastreados em ativos tokenizados (ABS). A plataforma, chamada “IntainMARKETS“, facilita a emissão, investimento, administração e negociação de ativos. Ela já administrou mais de US$6 bilhões em empréstimos tokenizados.

Injective Foca na Utilidade do RWA em DeFi

A rede L1 Injective também está focada em transformar o mercado financeiro, tornando a tokenização de RWA compatível através de uma fábrica de tokens nativa e um módulo de permissões. O módulo de exchange on-chain da Injective permite que qualquer emissor crie mercados secundários para seus ativos.

De acordo com Eric Chen, cofundador da Injective, a Libre, emissora de RWA, lançou recentemente versões tokenizadas de um fundo de mercado monetário da BlackRock e um fundo de carry da Laser Digital. A empresa está criando um mercado BlackRock/Laser Digital na Injective, onde mais de 15 formadores de mercado institucionais podem cotar preços, permitindo que os usuários entrem e saiam desses fundos de forma transparente e com liquidez.

Chen destacou que isso desbloqueia a liquidez e democratiza o acesso a produtos que antes estavam disponíveis apenas para um seleto grupo. Outro caso de uso importante para a Injective é a colateralização. A Injective permite que os usuários marginem perpetuals de Bitcoin (BTC) ou Ethereum (ETH) com stablecoins com rendimento.

Para a Injective, o objetivo não é apenas a emissão de RWA, mas sim ativar a utilidade real em DeFi, desde a negociação secundária até casos de uso de margem e empréstimo. Embora não tenha divulgado um valor-alvo, a Injective foi construída para capturar uma grande fatia do mercado de RWA, que já ultrapassa US$10 bilhões em valor total bloqueado.

Desafios da Tokenização de RWA

Apesar do crescimento impulsionado pelas redes blockchain, a tokenização de RWA ainda enfrenta desafios. Morgan Krupetsky, da Ava Labs, explicou que, embora a tokenização de um ativo seja um processo cada vez mais banalizado, criar demanda consistente e liquidez no mercado secundário tem sido um obstáculo.

Sem mercados ativos ou integração em fluxos de trabalho mais amplos de DeFi ou TradFi, os RWAs tokenizados correm o risco de permanecer representações estáticas, em vez de ativos funcionais. Para combater isso, Krupetsky acredita que o setor deve focar na “tokenização com distribuição em primeiro lugar”, onde os RWAs são integrados primeiramente em produtos DeFi. Em seguida, os especialistas do setor devem pensar em como essas ofertas podem se encaixar em canais de distribuição mais tradicionais.

Embora a entrada de BlackRock e Franklin Templeton no setor seja notável, Krupetsky afirmou que a maioria das instituições financeiras e participantes do mercado ainda operam em sistemas legados. Isso significa que ainda não existem pontes de integração, onboarding, serviços e relatórios integrados em ativos tokenizados. Para resolver isso, o setor deve investir em middleware, padrões de token e ferramentas de integração que permitam a compatibilidade com sistemas DeFi e TradFi, trabalhando em conjunto com custodiantes, administradores de fundos e provedores de compliance para conectar a infraestrutura on-chain e off-chain.

A falta de clareza regulatória em diferentes jurisdições é outro desafio, mas os especialistas do setor estão confiantes de que 2025 será um ano marcante para os RWAs tokenizados. Bhaji Illuminati, CEO da plataforma RWA Centrifuge, afirmou que o interesse institucional está se transformando em ação, a clareza regulatória está melhorando e a infraestrutura que impulsiona a tokenização está amadurecendo.

Os RWAs tokenizados estão saindo dos programas piloto e entrando nas estratégias de alocação reais. A expectativa é de um crescimento exponencial nos volumes on-chain, à medida que a tokenização se torna uma parte essencial da emissão e negociação de ativos.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Cryptonews

André Luiz

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.