O fim da Humane AI Pin era algo que já se esperava. A empresa tentou chamar a atenção com seu AI Pin no final de 2023, divulgando o aparelho como um substituto para smartphones e destacando que os fundadores eram ex-funcionários da Apple. O problema é que não ficou claro o que o AI Pin faria para justificar seu preço de 700 dólares, mais uma assinatura de 24 dólares por mês.
Não demorou muito para as coisas saírem do controle. O AI Pin foi lançado em abril de 2024 com algumas das piores avaliações já vistas para um produto de tecnologia. Apenas um mês após o lançamento, surgiram notícias de que a empresa já estava tentando ser comprada por algo entre 750 milhões e 1 bilhão de dólares. Ao mesmo tempo, havia rumores de que a Humane vendeu apenas 10.000 unidades, bem abaixo das 100.000 planejadas. A HP chegou a ser apontada como possível compradora, mas esperou para adquirir a Humane por apenas 116 milhões de dólares.
No fim das contas, não basta acenar com as mãos e falar sobre as maravilhas da IA para construir um hardware interessante. A Humane viu seu produto ser criticado pelo preço alto, bateria fraca, desempenho lento, aquecimento excessivo e tela de projeção difícil de usar. E a Engadget não foi a única publicação a detonar o aparelho.
Para um dispositivo cuja principal forma de interação era a conversação, os problemas do AI Pin em responder perguntas ou executar comandos o tornavam inviável. Mesmo quando fazia o que era pedido, fazia de maneiras estranhas, como enviar mensagens de texto genéricas em vez de permitir que você ditasse o que queria dizer. A câmera raramente funcionava como esperado e, depois de tirar fotos e visualizá-las no projetor, o Pin ficava extremamente quente e, às vezes, simplesmente desligava. E por falar na tela de projeção, era quase impossível vê-la ao ar livre, mesmo em um dia nublado. Interagir com ela fez a nossa colega Cherlynn Low ter vontade de “arrancar os próprios olhos”.
Ah, e não vamos esquecer que a bateria externa foi recolhida porque representava um risco de incêndio!
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Essa história toda serve como exemplo de como a maior parte da IA para o consumidor final ainda não está pronta para o mercado. Google e Apple podem estar tentando enfiar o Gemini e o Apple Intelligence em quase todos os produtos que lançam, mas essas ferramentas são complementos, construídos sobre as bases sólidas das plataformas já existentes de cada empresa. No caso da Humane, não havia nada para se apoiar. E a combinação de respostas de voz e reconhecimento ruins com uma tela de projeção que não estava nem um pouco pronta para o uso (sem mencionar as outras falhas de hardware) era demais para superar.
Simplesmente não havia inteligência ali, nem artificial, nem de outro tipo.
Para ser justo com a Humane, construir hardware é notoriamente difícil; produtos de primeira geração costumam ter falhas gritantes, mesmo quando se trata de empresas gigantes como a Apple. O primeiro iPhone, iPad e Apple Watch podem ter mostrado grande potencial, mas também tinham omissões estranhas e problemas de desempenho que os tornavam difíceis de recomendar para todos.
Algumas empresas conseguem dar a volta por cima; a Pebble é um ótimo exemplo de uma startup de hardware que superou alguns problemas iniciais e fez sucesso. Ela superou Apple, Samsung e Google no mercado de smartwatches e fez isso de uma forma que ainda não foi imitada (talvez por isso a empresa esteja sendo ressuscitada). O Pebble não era exatamente a peça de hardware mais elegante, mas tanto o relógio quanto o software funcionavam bem o suficiente para abrir caminho para os smartwatches mais avançados que temos hoje. Claro, isso não foi suficiente para manter a Pebble viva, já que a empresa acabou pedindo falência e teve seus ativos comprados pela Fitbit (que mais tarde foi comprada pelo Google, para quem estiver acompanhando).
A situação da Humane no lançamento não era totalmente diferente: ela estava tentando construir um novo tipo de hardware e a história nos diz que os primeiros produtos em um novo espaço estarão longe de ser perfeitos. Mas, se pelo menos houvesse um vislumbre de software útil, a Humane poderia ter sobrevivido para melhorar esses problemas de hardware com uma versão futura. Mas seu assistente era tão ruim que matou qualquer potencial que o AI Pin pudesse ter. Simplesmente não havia inteligência ali, nem artificial, nem de outro tipo.
A lição que tiro do desastre da Humane é que é muito cedo para gastar seu dinheiro suado na promessa da IA: o mercado ainda não está consolidado e confiar em uma empresa totalmente nova como a Humane para acertar nesse tipo de coisa é demais. (Se você não está convencido, veja o igualmente problemático Rabbit R1.) O Apple Intelligence ainda está cru, na melhor das hipóteses, mas pelo menos você pode desligá-lo e ignorá-lo. Mas o AI Pin, bem, dependia completamente da IA e não estava apenas “não pronto”, era um dos piores dispositivos que já testamos em nossos quase 21 anos como publicação. Para alguns milhares de primeiros compradores, isso significa que seu Pin será um peso de papel em poucos dias, sem nenhuma compensação financeira. Mas, ei, pelo menos ele ainda poderá te dizer o nível da bateria.
Humane AI Pin: Promessa e Queda
A Humane entrou no mercado com grandes ambições, querendo revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia. A ideia era substituir o smartphone por um dispositivo menor e mais integrado à nossa vida. No entanto, a execução deixou muito a desejar.
O AI Pin, desde o início, não conseguiu justificar seu alto custo. Com um preço de 700 dólares e uma assinatura mensal de 24 dólares, os consumidores esperavam um produto que realmente fizesse a diferença em suas vidas. Em vez disso, receberam um dispositivo com funcionalidades limitadas e desempenho problemático.
A empresa, fundada por ex-funcionários da Apple, tentou capitalizar em sua experiência e conhecimento para criar algo inovador. Contudo, a inovação não se concretizou, e o produto final ficou aquém das expectativas. A Humane não conseguiu entregar um dispositivo que fosse verdadeiramente útil e que justificasse o investimento.
Além dos problemas de funcionalidade, o AI Pin também sofria de questões de hardware. A bateria fraca, o aquecimento excessivo e a tela de projeção de difícil visualização tornavam o uso do dispositivo uma experiência frustrante. Esses problemas de hardware, combinados com o software problemático, contribuíram para o fracasso do produto.
As Críticas e o Tentativa de Aquisição
As críticas ao AI Pin foram extremamente negativas. Publicações de tecnologia de renome, como a Engadget, detonaram o dispositivo, apontando seus inúmeros defeitos e a falta de valor para o consumidor. As avaliações ruins impactaram diretamente as vendas do produto, que ficaram muito abaixo do esperado.
Diante do fracasso de vendas e das críticas negativas, a Humane tentou ser adquirida por outra empresa. A empresa chegou a buscar uma aquisição por valores entre 750 milhões e 1 bilhão de dólares, um valor considerado alto, dado o desempenho do produto. No entanto, a HP acabou adquirindo a Humane por um valor bem menor, de apenas 116 milhões de dólares.
A tentativa de aquisição demonstra a dificuldade da Humane em se manter no mercado de forma independente. A empresa precisava de um parceiro estratégico para tentar reverter a situação e dar uma nova direção ao negócio. No entanto, mesmo com a aquisição, o futuro da Humane e do AI Pin permanece incerto.
A busca por investidores e compradores revela a fragilidade de empresas que dependem exclusivamente de inteligência artificial sem uma base sólida de hardware e software. A Humane não conseguiu criar um ecossistema que justificasse o uso do seu produto, o que contribuiu para sua rápida desvalorização no mercado.
O Legado do Fracasso
O fracasso do AI Pin serve como um alerta para outras empresas que apostam na inteligência artificial como solução para todos os problemas. A IA pode ser uma ferramenta poderosa, mas é preciso ter uma estratégia bem definida e um produto que realmente faça a diferença na vida das pessoas. A Humane não conseguiu entregar essa proposta de valor, e o resultado foi o fracasso.
A história da Humane também mostra a importância de se ter um bom software e um bom hardware. Não basta ter uma tecnologia inovadora se o produto final não funciona corretamente. A Humane falhou em entregar um dispositivo que fosse confiável e fácil de usar, e isso contribuiu para a sua queda.
Além disso, o caso da Humane destaca a importância de se ter uma base sólida antes de apostar em novas tecnologias. Google e Apple, por exemplo, conseguem integrar a IA em seus produtos porque já possuem plataformas estabelecidas e uma base de usuários fiel. A Humane não tinha essa base, e isso tornou o seu desafio ainda maior.
Em resumo, o fracasso do AI Pin é uma lição sobre a importância de se ter uma estratégia bem definida, um produto funcional e uma base sólida antes de apostar em novas tecnologias. A Humane não conseguiu entregar esses elementos, e o resultado foi o fim de um projeto ambicioso.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Engadget