Delta usa IA para precificar passagens, com impacto nos valores ao passageiro

A Delta Air Lines pretende ampliar o uso de inteligência artificial para definir os preços de passagens aéreas até o final deste ano, aumentando a precisão na precificação e potencialmente influenciando o valor que o passageiro paga. A tecnologia, que já vinha sendo discutida internamente desde novembro de 2024, será aplicada em 20% dos voos nos Estados Unidos, o que pode impactar os valores observados pelos consumidores.

Como a IA da Delta calcula os preços das passagens aéreas?

De acordo com o presidente da companhia, Glen Hauenstein, a inteligência artificial generativa será responsável por determinar quanto cada passageiro paga por um voo. Essa tecnologia leva em conta variáveis como demanda, horário, época do ano e preço do combustível para fazer seus cálculos. Ela funciona como um “super analista” que trabalha 24 horas por dia, garantindo que os preços sejam sempre atualizados e personalizados ao momento da consulta.

Por enquanto, a ferramenta está por trás de cerca de 3% dos voos domésticos nos Estados Unidos, mas a meta é chegar a 20% até dezembro. Essa estratégia é semelhante à tarifa dinâmica adotada por plataformas de transporte, hotéis e comércio eletrônico. Segundo o gestor, os resultados iniciais têm sido positivos, com aumento de até 9% na receita durante testes e uma redução de 60% nos processos manuais envolvendo preços.

A tecnologia de precificação por IA é fornecida pela Fetcherr, que atende também companhias como Azul e Virgin Atlantic. A empresa israelense planeja expandir seus serviços para outros setores, como aluguel de carros, cruzeiros e hospitalidade. Próximo ao lançamento completo, os consumidores podem notar que os preços das passagens tendem a variar conforme o momento da pesquisa, refletindo dados em tempo real.

O impacto no valor das passagens e a controvérsia

A inovação da Delta gera debates sobre possíveis aumentos no valor das tarifas aéreas. Alguns especialistas e órgãos reguladores manifestaram preocupação de que a tecnologia possa ser usada de forma predatória, ajustando os preços para explorar a disposição de pagar dos clientes. O senador Ruben Gallego chegou a chamar o método de “predatório” e prometeu investigar o procedimento.

Por outro lado, há a possibilidade de preços mais baixos em voos de baixa demanda, o que poderia beneficiar os viajantes. Ainda assim, especialistas alertam que esses ajustamentos podem criar uma experiência de compra mais desigual, onde o consumidor muitas vezes paga mais por algo que poderia custar menos em condições diferentes.

O uso de precificação dinâmica é comum em diversos setores, como no transporte e na hotelaria, como ressaltado neste artigo do tecmundo. Ainda assim, a transparência na aplicação dessas estratégias é fundamental para evitar práticas abusivas e garantir um mercado mais justo.

É possível economizar com a nova estratégia?

A introdução de IA na definição de preços também pode trazer benefícios aos consumidores em certas condições, principalmente quando a demanda por determinados voos estiver baixa. Empresas como a Delta estão adotando essa tecnologia para ajustar valores em tempo real, o que pode resultar em tarifas mais competitivas, especialmente em períodos de baixa procura.

Entretanto, com a variação automática de preços, o consumidor deve estar atento, pois a mesma pesquisa feita em momentos diferentes pode apresentar valores distintos. Algumas plataformas de busca, como o Google Voos, já oferecem dicas para encontrar passagens mais baratas, independentemente dos ajustes em tempo real.

A preocupação maior é que, ao entender até que ponto a tecnologia pode ser usada para definir valores personalizados, os usuários tenham clareza sobre como seus dados influenciam esses preços. O desafio contínuo é equilibrar inovação com transparência, para oferecer preços justos sem deixar de explorar os benefícios da automação.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.