Dependência digital dos EUA preocupa a Europa diante de possíveis ações de Trump

Europa busca reduzir dependência digital dos EUA e evitar interrupções na internet por ações do governo americano.
Atualizado há 22 horas atrás
Dependência digital dos EUA preocupa a Europa diante de possíveis ações de Trump
Europa visa diminuir a dependência digital dos EUA e garantir estabilidade na internet. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • A dependência digital da União Europeia dos Estados Unidos é alta, especialmente em serviços de nuvem como Google, Microsoft e Amazon.
    • As ações dos EUA, como sanções ou bloqueios, podem afetar significativamente a infraestrutura digital do continente.
    • A UE planeja estratégias como o projeto EuroStack para criar uma infraestrutura tecnológica própria e diminuir essa dependência.
    • Empresas europeias estão crescendo na oferta de serviços na nuvem, oferecendo alternativas às plataformas americanas.
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O medo de um possível “desligamento da internet” na União Europeia (UE) por ordem de Donald Trump, em meio à intensificação da guerra comercial e tarifas, cresce na região, segundo o site Politico. A preocupação se deve à dependência digital dos EUA, visto que os países do bloco dependem quase totalmente de empresas americanas para seus serviços digitais.

A situação ganhou destaque quando a Microsoft bloqueou o e-mail do promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan. O promotor havia solicitado a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O bloqueio ocorreu após uma determinação da Casa Branca, acendendo um sinal de alerta entre os especialistas europeus.

Como uma possível ação dos EUA pode afetar a Europa online

Empresas como Google, Microsoft e Amazon fornecem os principais serviços de computação na nuvem para a União Europeia, dominando cerca de dois terços desse mercado. Essas plataformas são cruciais, pois oferecem armazenamento de dados e poder de processamento. Por isso, mudanças na legislação americana, definidas pelo presidente dos EUA, poderiam forçar esses provedores a interromper o fornecimento de tecnologia para o bloco europeu.

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Essa interrupção poderia ocorrer se houver uma tentativa de defender as empresas americanas de regulamentações e multas impostas por legisladores da União Europeia. O relatório aponta que a preocupação não é apenas teórica. Com a computação na nuvem sendo a espinha dorsal de muitas operações, um bloqueio afetaria severamente a infraestrutura digital essencial em todo o continente.

Serviços fundamentais seriam impactados. Isso inclui o envio de mensagens, transmissões online, comunicações governamentais e até o processamento de dados industriais. Basicamente, qualquer coisa que dependa da infraestrutura de nuvem seria afetada, causando uma paralisação digital generalizada. Em situações de emergência ou interrupções, ter um plano para como fazer e receber chamadas durante outages na rede pode ser essencial.

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Os reguladores europeus também demonstram grande preocupação com os dados de cidadãos do continente que estão armazenados em servidores americanos. A soberania e segurança desses dados são um ponto sensível. Mesmo as big techs estariam se preparando para um cenário adverso, inserindo cláusulas contratuais para garantir a continuidade do serviço mesmo em caso de sanções da Casa Branca.

Zach Meyers, diretor de pesquisa do CERRE, comentou sobre o cenário. Ele afirmou que “Trump realmente odeia a Europa” e que a ideia de que ele possa ordenar uma interrupção dos serviços ou tomar outra medida prejudicial aos interesses econômicos da UE não é “tão implausível quanto poderia ter soado há seis meses”. A forma como os dados são gerenciados, inclusive para fins de segurança, levanta questionamentos sobre o controle de documentos na IA para aumentar a segurança e conformidade.

A professora da University College London, Cristina Caffarra, levanta uma questão importante sobre a capacidade das empresas de resistir a tais ordens governamentais. Ela indagou se, caso a dimensão política se torne hostil, “quão crível é que as empresas com as melhores intenções possam desafiar seu presidente?”. A preocupação é real, dada a pressão que empresas americanas podem sofrer de seu próprio governo. Inclusive, governos passam a consultar redes sociais de solicitantes de visto, indicando um controle crescente sobre as informações digitais.

Estratégias da Europa para diminuir a dependência digital dos EUA

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A pressão para a União Europeia reduzir sua dependência digital dos EUA tem aumentado. Isso acontece principalmente desde o início do segundo mandato do republicano. No entanto, essa mudança é complexa e exige muitos recursos. Recentemente, uma proposta chamada “EuroStack”, desenvolvida por um grupo de especialistas em tecnologia e economistas europeus, começou a ganhar força.

A iniciativa “EuroStack” visa a tornar a Europa totalmente independente dos Estados Unidos. Isso engloba desde a infraestrutura de rede até o desenvolvimento de software próprio. A proposta também inclui a priorização de empresas europeias em contratos públicos. Contudo, a estimativa de investimento inicial é alta, cerca de € 300 bilhões, o equivalente a R$ 1,9 trilhão na cotação atual.

Outra estratégia em discussão na União Europeia é uma nova regulamentação. Essa medida poderia limitar a influência de Donald Trump sobre as controladoras das plataformas de nuvem. Alguns países consideram essa iniciativa arriscada, temendo possíveis retaliações da Casa Branca. Esse receio tem atrasado o avanço dos debates sobre o tema.

Apesar das incertezas, algumas empresas europeias de serviços na nuvem estão crescendo. Exemplos incluem a Intermax Group, da Holanda, e a Exoscale, da Suíça. Ambas estão conquistando clientes que antes utilizavam exclusivamente provedores americanos. Para aqueles que buscam soluções de armazenamento, vale a pena conhecer opções como a Internxt, que oferece plano vitalício de 20 TB na nuvem.

Esses novos clientes mostram um movimento gradual em direção à diversificação do mercado de nuvem na Europa. A busca por alternativas é um reflexo das preocupações com a segurança e a soberania dos dados. Isso também influencia a forma como serviços de comunicação são gerenciados, inclusive a funcionalidade de resumir mensagens não lidas com IA.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.