Dependência do GPS e alternativas nacionais na era digital

Entenda como o Brasil pode fortalecer sua soberania digital com substitutos do GPS e reduzir dependência de tecnologia estrangeira.
Atualizado há 1 dia atrás
Dependência do GPS e alternativas nacionais na era digital
Fortalecer a soberania digital do Brasil com alternativas ao GPS e menos dependência externa. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Temores sobre o desligamento do sinal de GPS pelos EUA são considerados ameaças infundadas atualmente.
    • O uso de substitutos do GPS no Brasil vem crescendo e oferece maior segurança na navegação e localização.
    • Dependência de softwares americanos na tecnologia pode gerar riscos de soberania digital e restrições internacionais.
    • Brasil e outros países investem em alternativas nacionais e em soluções de código aberto para autonomia digital.
    • Movimentos globais indicam uma tendência de diversificação e fortalecimento de tecnologias independentes.
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Temores sobre o desligamento do sinal de GPS pelos EUA vêm sendo espalhados como uma ameaça que colocaria em risco diversas atividades no Brasil. Muitos afirmam que, sem o sinal, nossas operações econômicas entrariam em colapso, dificultando a localização de pessoas, veículos e equipamentos. No entanto, essa preocupação está longe de ser realista, pois o uso de substitutos do GPS civilizados tem crescido e se diversificado.

Desmistificando o medo do bloqueio do GPS civil

Muita gente acredita que os EUA irão interromper o sinal de GPS para o Brasil, mas essa hipótese é incorreta. Desde 1978, com o lançamento dos satélites, os Estados Unidos já adotaram medidas para dificultar o uso militar do sistema por outros países, como a introdução de um erro aleatório de até 100 metros. Essa prática não é novidade e, caso haja disputa com alguma nação, o bloqueio completo do sinal civil nunca foi considerado uma estratégia viável pelos americanos.

Na verdade, em 1999, os satélites estadunidenses passaram a introduzir um erro no sinal civil para garantir a segurança nacional. Mesmo na época, países em conflito, como a Índia, solicitaram acesso à precisão do serviço civil. A solicitação foi negada, reforçando a ideia de que o GPS civil sempre foi deliberadamente limitado. Outros sistemas, como o GLONASS, da Rússia, surgiram poucos anos depois exatamente para ampliar as alternativas no cenário global.

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Diante dessas limitações, várias nações investiram em alternativas próprias para não ficarem dependentes apenas do sistema dos EUA. Hoje, o Brasil já suporta múltiplas constelações como BeiDou, Galileo, QZSS e NavIC, que funcionam em conjunto com o GPS. Essas opções garantem maior precisão na navegação, mesmo que o sinal americano venha a sofrer alguma alteração no futuro.

Se você usa o Waze ou chamadas pelo Uber, certamente está usufruindo das informações de satélites de países diferentes. Os smartphones brasileiros já suportam todas essas constelações por padrão. No setor de aviação, a independência também é maior, pois a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) exige que os pilotos tenham proficiência na radionavegação, que depende de bases terrestres, como o sistema VOR, não de satélites. Dispositivos antigos que funcionam apenas com o GPS americano podem ser trocados por modelos mais novos, que suportam as demais constelações.

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Por que o substitutos do GPS são a maior segurança

O perigo real não é o desligamento do sinal civil, mas a dependência de softwares americanos, especialmente os serviços de nuvem e plataformas SaaS. Países como Cuba, Irã e Venezuela enfrentam restrições para usar produtos de gigantes como Microsoft, Google ou Amazon, justamente por limitações impostas pelos EUA. Essa situação pode gerar sérios problemas de soberania digital, pois a maior parte da infraestrutura de tecnologia ainda é de empresas estrangeiras.

No entanto, a solução não precisa ser difícil ou cara. Empresas brasileiras podem desenvolver substitutos nacionais ou recorrer a soluções de código aberto, como já ocorre em outros países. Ainda assim, essa transição acelerada implica custos altos, que podem ser evitados com um planejamento estratégico adequado para reduzir a dependência de soluções externas.

Mesmo com as dificuldades, o mercado brasileiro possui recursos e profissionais capazes de criar alternativas. Nosso país tem uma base sólida de infraestrutura em data centers e telecomunicações, além de um ecossistema de tecnologia crescente. Para quem acompanha as tendências, há sinais de que uma big tech brasileira é uma possibilidade viável se as decisões corretas forem tomadas, fortalecendo a soberania digital brasileira.

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Internacionalmente, a Europa investe em reduzir sua dependência de fornecedores estadunidenses, buscando autonomia tecnológica. A China, há anos, avança na sua independência com o desenvolvimento de CPUs e sistemas operacionais próprios. Esses movimentos sinalizam uma tendência global de diversificação e fortalecimento de alternativas ao avanço dos interesses dos EUA em tecnologia.

O enfrentamento ao desligamento do GPS civil faz parte de uma disputa que vai além do simples funcionamento de dispositivos. Ele evidencia que o Brasil pode e deve buscar alternativas próprias, fortalecendo sua infraestrutura digital e reduzindo riscos futuros. Paisagens tecnológicas de outras nações nos mostram que, com planejamento, é possível fazer essa transição e garantir maior autonomia na era digital.

Via https://www.tecmundo.com.br/seguranca/405844-tire-o-gps-da-cabeca-nossa-dependencia-tecnologica-e-outra-fala-ayub.htm

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.