Descobrir onde um vídeo foi gravado é mais complexo do que parece

Entenda por que identificar a localização de um vídeo não é tão simples quanto parece e como a tecnologia e a análise humana se complementam.
Atualizado há 7 horas atrás
Descobrir onde um vídeo foi gravado é mais complexo do que parece
Identificar a localização de um vídeo exige tecnologia e análise humana em conjunto. (Imagem/Reprodução: G1)
Resumo da notícia
    • Um youtuber descobriu o paradeiro da deputada Carla Zambelli nos EUA usando análise detalhada e ferramentas tecnológicas.
    • Mostrar como a combinação de tecnologia e análise humana pode resolver desafios complexos de localização.
    • Você pode aprender técnicas para identificar locais em vídeos, útil para curiosos ou profissionais.
    • A notícia destaca a importância do olhar humano mesmo em uma era dominada pela inteligência artificial.
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A descoberta do paradeiro da deputada Carla Zambelli nos Estados Unidos, revelada por um youtuber, demonstra como a tecnologia pode ser usada para rastrear informações a partir de pequenos detalhes. Mesmo com as ferramentas e a inteligência artificial disponíveis, o trabalho de investigação dependeu da análise minuciosa e do olhar treinado do criador de conteúdo, mostrando que, por vezes, a inteligência humana ainda supera as máquinas.

A localização de Carla Zambelli nos EUA, que desafiou até mesmo especialistas, foi possível graças ao youtuber Geo Pasch. Conhecido por suas habilidades no jogo GeoGuessr, onde o objetivo é identificar locais ao redor do mundo, Geo Pasch utilizou um vídeo da deputada para descobrir seu paradeiro. A façanha demonstra a capacidade de análise e a precisão que um olhar treinado pode oferecer, mesmo com a ajuda de ferramentas tecnológicas.

A complexidade por trás da Localização de Carla Zambelli

Apesar da crença popular de que seria simples identificar a localização de um vídeo com uma busca no Google, a realidade é bem mais complexa. As ferramentas do Google e a inteligência artificial podem auxiliar na identificação, comparando imagens com vastos bancos de dados online. No entanto, essa comparação depende da presença de elementos visuais distintos e identificáveis no vídeo ou em seus frames.

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No caso do vídeo de Zambelli, a dificuldade residia no enquadramento. A imagem, feita com um celular na vertical e com foco no rosto da deputada, continha poucos elementos da paisagem, limitando-se a dois prédios e algumas árvores ao fundo. Essa escassez de detalhes dificultou a identificação precisa do local, mesmo com o uso de ferramentas avançadas.

Em um teste realizado pelo g1, o Google Lens, que utiliza inteligência artificial para reconhecimento de imagens, não conseguiu identificar o local exato a partir do vídeo. Inicialmente, o serviço alegou “resultados sobre pessoas são limitados”, uma medida de proteção à privacidade. Em outra tentativa, restringindo a imagem aos prédios, o Google Lens exibiu edifícios similares em diversas partes do mundo, mas sem precisão.

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O ChatGPT também enfrentou dificuldades. O assistente descreveu os prédios, mas ressaltou que a “arquitetura é genérica” e, portanto, “não é possível determinar com precisão onde essa foto foi tirada”. A análise demonstra que, sem elementos visuais específicos, a inteligência artificial se torna limitada na identificação de locais.

O método de Geo Pasch para encontrar a localização de Carla Zambelli

Após a descoberta da coordenada geográfica pelo youtuber Geo Pasch, o Google Earth facilitou a confirmação do local com uma imagem mais ampla. O Google Lens, então, conseguiu identificar fotos dos mesmos prédios já publicadas em diversos sites. Mas como o youtuber chegou a essa coordenada?

Geo Pasch utilizou o Google Earth, mas partiu de pistas obtidas por sua experiência de quatro anos no GeoGuessr. A placa de um carro no vídeo indicava um padrão dos EUA, as palmeiras sugeriam uma cidade litorânea, possivelmente Miami, e os prédios ao fundo tinham formatos distintos: um maior com sacadas e outro semelhante à letra K.

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Além disso, foi necessário inverter o vídeo, que estava espelhado, para obter a visualização correta dos edifícios. Com essas informações, o youtuber “passeou” pela costa da Flórida no Google Earth. “Como eu sabia que seria na Flórida, e perto da costa, eu fui pelo Google Earth até o prédio mais ao Norte da região de Miami e fui descendo até o Sul. Em Fort Lauderdale, eu finalmente encontrei os prédios em questão”, explicou Geo Pasch.

Geo Pasch também comentou sobre a dificuldade do desafio: “Já me ocorreram desafios em que a chance de encontrar era praticamente zero. Mas, nesse caso, sinto que as chances eram até que bem altas, mesmo que demorasse um pouquinho”. Sua experiência e atenção aos detalhes foram cruciais para o sucesso na busca pela localização de Carla Zambelli. Se você se interessa por desafios e quebra-cabeças, pode se divertir com os jogos e quebra-cabeças Grow com descontos especiais na Amazon.

Alternativas com inteligência artificial para localização de fotos

Existem outras ferramentas de inteligência artificial criadas especificamente para auxiliar na localização de pessoas a partir de fotos. Entre elas, destacam-se o FindPicLocation, que é pago, e o GeoSpy, exclusivo para governos e polícias. O FindPicLocation descreve elementos da foto e sugere cerca de dez possíveis locais, permitindo a busca em um mapa interativo.

Em um teste realizado, o FindPicLocation indicou um endereço em Fort Lauderdale, a menos de 7 km do local onde a deputada gravou o vídeo. Em outra tentativa, errou ao sugerir a Califórnia. O GeoSpy, por sua vez, foi treinado com imagens de diversos países para analisar elementos como geografia e arquitetura. A empresa responsável, Graylark, afirma ter auxiliado na resolução de mais de 1.000 crimes globalmente.

A descoberta da localização de Carla Zambelli demonstra a importância da análise detalhada e do conhecimento geográfico. Mesmo com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, o olhar humano treinado ainda se mostra essencial em determinadas situações.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Via g1

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.