Apesar das preocupações sobre o impacto da inteligência artificial (IA) nas eleições globais, a Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, afirmou que a influência da tecnologia foi modesta em 2024. Nick Clegg, presidente de assuntos globais da Meta, destacou que as defesas da empresa conseguiram evitar operações de desinformação impulsionadas por IA.
Clegg comentou que a utilização de IA generativa não foi uma ferramenta eficaz para os responsáveis por campanhas de desinformação. Em 2024, a Meta estabeleceu centros de operações eleitorais em várias partes do mundo, monitorando questões de conteúdo durante as eleições em países como Estados Unidos, Brasil e Índia.
Segundo Clegg, a maioria das operações de influência que foram interrompidas nos últimos anos teve origem em países como Rússia, Irã e China. A Meta desmantelou cerca de 20 operações de influência em sua plataforma neste ano. Desde 2017, a Rússia foi identificada como a principal fonte, com 39 redes desativadas, seguida pelo Irã e China.
Desinformação e o Papel da IA nas Eleições Globais
Embora a Meta tenha conseguido controlar a desinformação, Clegg observou que o volume de conteúdo gerado por IA foi baixo e que a empresa conseguiu rotular ou remover rapidamente o que surgiu. Isso é notável, considerando que 2024 foi um ano eleitoral significativo, com cerca de 2 bilhões de pessoas votando em todo o mundo.
As preocupações sobre o impacto da IA nas eleições globais foram compreensíveis, mas Clegg afirmou que qualquer efeito foi limitado. Conteúdos como vídeos deepfake e áudios de candidatos políticos foram rapidamente expostos e não enganaram a opinião pública.
Durante o mês que antecedeu o Dia da Eleição nos EUA, a Meta rejeitou 590 mil solicitações para gerar imagens de figuras políticas, incluindo o presidente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump. Apesar da presença de desinformação, a Meta conseguiu mitigar os danos.
Preocupações Públicas e Respostas Governamentais
Uma pesquisa da Pew revelou que a maioria dos americanos acredita que a IA será usada para fins negativos nas eleições globais. Em resposta, o presidente Biden anunciou planos para utilizar a IA em questões de segurança nacional, enfatizando a necessidade de um desenvolvimento seguro e confiável da tecnologia.
A Meta também enfrentou críticas por sua abordagem em relação à desinformação. A Human Rights Watch acusou a empresa de silenciar vozes pró-Palestina durante um período de maior censura nas redes sociais. A Meta afirmou que suas plataformas foram usadas principalmente para direcionar os usuários a informações legítimas sobre candidatos e processos eleitorais.
Clegg reconheceu que a empresa ainda está lidando com as consequências de suas ações durante a pandemia de COVID-19, o que resultou na remoção indevida de alguns conteúdos. Ele afirmou que a Meta busca melhorar a precisão e a eficácia de suas regras.
Desafios e Expectativas Futuras
Alguns legisladores republicanos nos EUA levantaram questões sobre a suposta censura de opiniões em redes sociais. O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, expressou arrependimento por algumas remoções de conteúdo feitas sob pressão do governo Biden. Clegg mencionou que Zuckerberg está interessado em moldar as políticas tecnológicas da administração de Trump, especialmente em relação à IA.
O cenário das eleições globais continua a evoluir, e a Meta está se preparando para enfrentar novos desafios. A empresa se compromete a manter um papel ativo nas discussões sobre a liderança tecnológica dos EUA e a importância da IA nesse contexto.
Com a crescente preocupação sobre a desinformação e o uso da IA, a Meta e outras plataformas sociais terão que se adaptar e melhorar suas estratégias para garantir a integridade das informações durante as eleições.
Via Al Jazeera