Desligar o GPS no Brasil: possibilidade, efeitos e alternativas

Veja como o desligar o GPS no Brasil é difícil, mas como interferências podem afetar setores essenciais e quais são as alternativas internacionais disponíveis.
Atualizado há 5 horas atrás
Desligar o GPS no Brasil: possibilidade, efeitos e alternativas
Desligar o GPS no Brasil é complicado e pode impactar serviços essenciais. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Temer a possibilidade de o governo dos EUA bloquear o uso do GPS ou bloquear satélites gerou debates e especulações.
    • O sistema GPS é usado globalmente por dispositivos variados, incluindo smartphones, aviões e navios.
    • Desligar o GPS no Brasil é considerado inviável devido à sua escala e infraestrutura satelital resistente à falha única.
    • Interferências localizadas podem ocorrer por técnicas como jamming e spoofing, que prejudicam a navegação.
    • A maior parte do sistema de navegação no Brasil tem suporte a alternativas como sistemas russos e europeus.
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Temer a possibilidade de o governo dos Estados Unidos bloquear o uso do GPS ou bloquear satélites no Brasil gerou debates e muita especulação, especialmente após aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmarem que sanções desse tipo poderiam ser aplicadas ao país. Muitos se perguntam: será que é mesmo possível desligar o GPS no Brasil? A resposta está relacionada a questões técnicas e geopolíticas, além do impacto real que essas ações podem ter.

Como funciona o GPS e suas alternativas

Desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos EUA, o sistema GPS surgiu com fins militares, especialmente devido à corrida espacial contra a União Soviética. Hoje, ele é utilizado por milhões de dispositivos ao redor do mundo, incluindo smartphones, aviões, navios e veículos. O sistema conta com 31 satélites distribuídos em seis órbitas que cobrem toda a Terra, garantindo que pelo menos quatro satélites estejam visíveis a qualquer momento de um ponto do planeta.

Esses satélites transmitem sinais de rádio que carregam informações sobre localização e horário exato, baseados em relógios atômicos. Os receptores, ao captar esses sinais, comparam o horário de chegada com o de transmissão, calculando a distância até cada satélite. Com sinais de pelo menos quatro satélites diferentes, o receptor consegue determinar uma localização com alta precisão. Se captar sinais de um ou dois satélites, essa precisão diminui bastante, dificultando a navegação.

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Atualmente, o sistema de GPS utilizado pela população mundial é a versão chamada Standard Positioning Service (SPS). As forças militares americanas e alguns países aliados usam uma versão mais precisa, a Precise Positioning Service (PPS). Outros sistemas de navegação ao redor do mundo incluem o GLONASS da Rússia, o Galileo da União Europeia, o BeiDou da China, o NavIC da Índia e o QZSS do Japão. Esses sistemas contam com uma grande quantidade de satélites, o que reduz a dependência do GPS dos EUA.

Para entender a relevância dessas alternativas, confira as opções de GPS portátil para trilhas ao ar livre, que utilizam outros sistemas de satélites além do GPS convencional.

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É mesmo possível desligar o GPS no Brasil?

Por mais que a possibilidade de um país bloquear o sinal do GPS exista, experts ouvidos pela BBC apontam que, na prática, isso seria extremamente difícil de ser feito com eficácia, especialmente para um país do tamanho do Brasil. Segundo Eduardo Tude, presidente da Teleco, bloquear o sinal de um sistema global de navegação como o GPS exigiria uma intervenção que afetaria várias outras nações próximas, inclusive os Estados Unidos, o que torna essa opção inviável no curto prazo.

Ele explica que, assim como a TV aberta pode ser bloqueada em um ambiente fechado, uma transmissão global de sinais de satélites dependeria de grandes mudanças na infraestrutura de transmissão, o que não é viável para um país inteiro. Além disso, o próprio sistema de satélites foi criado de forma a evitar pontos únicos de falha, garantindo redundância e continuidade no funcionamento.

No entanto, mesmo com a inviabilidade de desligar o GPS por completo, é possível causar interferências localizadas, usando dispositivos de rádio que interrompem ou falsificam o sinal. Essa prática, conhecida como jamming, tem sido empregada por países em situações de conflito, como a Rússia durante ataques na Ucrânia, para evitar que mísseis ou drones sejam guiados por sistemas de navegação.

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O uso de técnicas como spoofing, que envia sinais falsos para confundir o receptor, também pode gerar erros na localização. Para isso, há empresas especializadas em criar esses sinais falsos, prejudicando a navegação de veículos, barcos e aviões. Na prática, essas ações impactam setores essenciais, como transporte, aviação, logística e telecomunicações.

Se os Estados Unidos ou outros países decidissem implementar o Desligar o GPS de forma geral, isso poderia afetar milhares de setores no Brasil. Mesmo assim, a maior parte do sistema de navegação utilizado no país é compatível com alternativas, como os sistemas russos, europeus e chineses. Assim, o país não ficaria completamente no escuro, pois dispositivos modernos costumam ter suporte a múltiplas constelações de satélites.

Para entender melhor, confira as diferenças entre os satélites, acessando informações sobre os sistemas de satélites artificiais.

O que acontece se o sinal do GPS for bloqueado?

Caso o governo dos EUA ou outro país tome medidas para restringir o Desligar o GPS no Brasil, setores como aviação, navegação marítima, transporte, telecomunicações e o setor financeiro poderiam sofrer impactos diretos. Ainda assim, dispositivos atuais já vêm equipados para usar outros sistemas de posicionamento, como o GLONASS da Rússia, o Beidou da China, além do Galileu da União Europeia, o NavIC da Índia e o QZSS do Japão.

Segundo especialistas, a maior parte dos dispositivos modernos usa uma combinação de múltiplas satélites para garantir precisão, o que diminui o risco de uma paralisação completa. No entanto, a manipulação de sinais por métodos como jamming ou spoofing, que já foram utilizados por países em conflitos, continuam sendo opções viáveis para causar problemas na navegação, mesmo que temporariamente.

Para quem deseja saber mais sobre essas táticas, o artigo sobre tipos de satélites disponíveis mostra a diversidade de satélites que compõem esses sistemas.

A questão do Desligar o GPS no Brasil, portanto, não é tão simples assim, e o impacto real dependeria de uma ação coordenada e de grande escala, com efeitos que vão além do simples bloqueio de um sistema. Ainda assim, a presença de alternativas internacionais garante que, mesmo que haja interferências, o país não ficaria desprotegido na navegação.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.