Empresas têm prazo estendido para adaptação às novas regras de saúde mental no trabalho

Empresas ganham mais tempo para se adequar às normas de saúde mental, mas já começam a ajustar a cultura interna. Entenda os impactos.
Atualizado há 5 dias atrás
Empresas têm prazo estendido para adaptação às novas regras de saúde mental no trabalho
Empresas se adaptam às normas de saúde mental e transformam sua cultura interna. (Imagem/Reprodução: Infomoney)
Resumo da notícia
    • As empresas no Brasil ganharam mais tempo para se adaptar às novas regras sobre saúde mental no trabalho, com o adiamento da NR1.
    • Você pode se beneficiar de um ambiente de trabalho mais saudável, com menos riscos psicossociais como estresse e assédio.
    • A mudança pode impactar os custos das empresas e a qualidade de vida dos funcionários, promovendo uma cultura mais equilibrada.
    • O adiamento permite que as empresas se preparem melhor, mas a conscientização sobre o tema já está em andamento.
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As empresas no Brasil ganharam um pouco mais de tempo para se adaptarem às novas regras sobre saúde mental no trabalho. A atualização da Norma Regulamentadora nº1 (NR1), que estava prevista para entrar em vigor, foi adiada por um ano. Essa norma exige que as empresas identifiquem e combatam os riscos à saúde mental de seus funcionários, que podem impactar o ambiente de trabalho e gerar custos adicionais.

A nova redação da NR1 obriga as empresas a eliminar riscos psicossociais no trabalho, assim como já fazem com os riscos à saúde física. Isso significa identificar situações que causam estresse, como jornadas excessivas, assédio e cobranças exageradas.

Entenda a NR1 e os Riscos Psicossociais

A atualização da NR1 está ligada à NR4, que trata dos riscos do trabalho, e à Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE), que define o grau de risco da empresa, segundo Fernanda Garcez, sócia da Abe Advogados, e Catharine Machado, advogada da MBW Advocacia.

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Se uma empresa registrar o afastamento de um trabalhador por problemas de saúde mental, isso pode mudar o CNAE da empresa e aumentar o fator de risco acidentário, impactando os custos da folha de pagamento. Entenda como a inteligência artificial está transformando o aconselhamento financeiro no Brasil.

“A NR1 pode impactar indiretamente na folha de salários porque o que define o grau de risco da empresa é o CNAE ou atividade econômica. Na NR4, que é outra norma regulamentadora, tem a lista dos CNAEs e cada CNAE tem um grau de risco correspondente. Esse grau de risco é revisto periodicamente e, geralmente, ele é feito com base na acidentalidade. A partir do momento que há doenças mentais sendo consideradas como doenças ocupacionais, como o próprio burnout, isso pode levar a um aumento na acidentalidade”, explica Garcez.

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A consultora de saúde mental Izabella Camargo, especialista em burnout e segurança psicológica no trabalho, ressalta que a atualização da NR1 é crucial para mudar a cultura do trabalho. Muitos comportamentos que antes eram aceitáveis, hoje não são mais tolerados, como o que acontece nas redes sociais. É fundamental promover a conscientização sobre assédio e capacitar as lideranças para evitar situações de violência.

Prorrogação do Prazo e Mapeamento de Riscos

A portaria nº 765, de 15 de maio, prorrogou a vigência da NR1, transferindo toda a sua aplicação para o próximo ano. A advogada trabalhista Priscila Soeiro Moreira, da Abe Advogados, explica que o adiamento foi necessário para que as empresas obtenham mais informações sobre como mapear os riscos psicossociais.

“A gente não tem, por exemplo, um passo a passo, um modelo do plano de ação. As empresas sabem que elas precisam fazer, mas não sabem exatamente como fazer”, explica Moreira. Saiba como garantir a segurança cibernética.

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Segundo Moreira, a análise jurídica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concluiu que não há respaldo legal para impedir autuações por 12 meses, mesmo com previsão em portaria, devido ao caráter supralegal da saúde e segurança no trabalho. Ela afirma que isso levou o governo a prorrogar a vigência, garantindo um período de adequação sem autuações.

Para medir os riscos psicossociais, Izabella Camargo recomenda o uso de pesquisas anônimas e individuais, que avaliem o clima da organização, e não as percepções individuais dos funcionários. A partir dos resultados, a empresa pode identificar e gerenciar os riscos em cada setor.

“Estamos vivendo um período de mudança cultural. Reações, piadas, vão acontecer. Mas toda tentativa de debater o tema é válida. Quando uma pessoa adoece no trabalho, ela está mostrando a deficiência daquele ambiente, e não dela própria”, afirma Camargo.

Ações Necessárias para a Saúde Mental no Trabalho

Apesar do adiamento do prazo, a atualização da NR1 é vista como um passo importante para transformar a cultura no ambiente de trabalho. A norma obriga as empresas a identificar e eliminar os riscos psicossociais, que podem levar ao estresse e ao burnout.

É importante que as empresas identifiquem situações que podem aumentar o estresse no trabalho, como excesso de jornada, assédios e cobrança excessiva por resultados. Além disso, a falta de descanso mental também deve ser considerada um risco.

A partir do momento que as empresas identificarem esses riscos, elas devem criar planos de ação para combater esses problemas e garantir um ambiente de trabalho mais saudável. É fundamental que as empresas promovam a conscientização sobre o tema e ofereçam apoio aos funcionários que precisam.

O adiamento do prazo permite que as empresas se preparem melhor para implementar as mudanças exigidas pela NR1. No entanto, é importante que as empresas não esperem até o último momento para começar a agir. Quanto antes as empresas começarem a se preocupar com a saúde mental de seus funcionários, melhor será para todos.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.