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- A Estrela, marca icônica de brinquedos no Brasil, superou crises financeiras e disputas judiciais para se manter relevante.
- Você pode se surpreender com a resiliência da marca e como ela se adaptou às mudanças no mercado.
- A trajetória da Estrela inspira outras empresas a enfrentarem desafios e se reinventarem.
- A marca também expandiu para novos segmentos, como beleza infantil e editora, mostrando versatilidade.
A Estrela de brinquedos, um nome que ecoa na memória de muitas gerações no Brasil, trilhou um caminho cheio de reviravoltas. Mesmo sem o brilho de décadas passadas, a marca se mantém relevante, adaptando-se aos novos hábitos de consumo, diversificando seus negócios e resgatando sucessos do passado com parcerias estratégicas.
Fundada em 1937 por Siegfried Adler, a Estrela começou produzindo bonecas de pano e logo conquistou o coração dos brasileiros com jogos icônicos como Banco Imobiliário, Genius e Falcon. No entanto, as últimas décadas trouxeram desafios como disputas judiciais, a concorrência de importados após a abertura do mercado e a necessidade constante de se reinventar.
Um dos momentos mais marcantes foi o fim da parceria com a Mattel, que durou cerca de 30 anos e permitia à Estrela fabricar a boneca Barbie no Brasil. Com o fim do acordo, a Estrela relançou a boneca Susi, que estava fora do mercado há mais de dez anos, tentando reconquistar o público.
A separação gerou uma batalha judicial, com a Estrela pedindo uma indenização de R$ 64,4 milhões, alegando prejuízos por ter tirado a Susi das prateleiras para favorecer a Barbie. A Justiça, no entanto, não aceitou o pedido, argumentando que a situação financeira da empresa já era difícil antes do rompimento.
Além da Mattel, a Estrela enfrenta uma longa disputa judicial com a Hasbro. A empresa americana cobra milhões em royalties não pagos pela comercialização de 20 brinquedos, incluindo o Banco Imobiliário. A Hasbro também exige que a Estrela transfira parte de suas marcas e destrua brinquedos que seriam cópias de seus produtos. Apesar de a Hasbro ter vencido nas primeiras instâncias, a Estrela recorreu e conseguiu suspender algumas decisões, mantendo o Banco Imobiliário em seu catálogo.
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A virada da Estrela de brinquedos
Carlos Tilkian é a figura chave na transformação da Estrela. Ele assumiu a vice-presidência da empresa em 1993, após sair da Gessy Lever (atual Unilever), e três anos depois surpreendeu o mercado ao comprar a companhia da família fundadora, os Adler. A decisão foi vista como arriscada, já que a Estrela enfrentava uma crise grave, com estoques parados e dívidas de impostos não pagos com o governo. Muitos achavam que a empresa seria vendida para gigantes estrangeiras ou fecharia as portas, mas Tilkian apostou na força da marca e na sua capacidade de recuperação.
Sob a gestão de Tilkian, a Estrela iniciou um processo de modernização, relançando clássicos como Banco Imobiliário, Detetive, Jogo da Vida e Combate. Além disso, investiu em jogos licenciados de programas de TV populares, como Show do Milhão, Big Brother Brasil e No Limite. A China, que antes era vista como concorrente, hoje fornece componentes eletrônicos para os brinquedos da Estrela.
Além de trazer de volta produtos que marcaram época, a empresa também investiu em influenciadores digitais e novos formatos tecnológicos para se conectar com o público jovem, como a boneca da youtuber Luluca, que faz sucesso entre crianças e adolescentes.
Estrela de brinquedos no mundo digital
A Estrela tem marcado presença no comércio eletrônico com lojas oficiais em grandes marketplaces como Shopee, Magalu, Amazon, Americanas e Mercado Livre. A estratégia principal nesses canais é atrair os chamados kidults, adultos que buscam brinquedos nostálgicos para reviver a infância. Entre os produtos de destaque estão Falcon, Genius, Pogobol, Autorama Ayrton Senna, a coleção Moranguinho e a boneca Emília.
Além do setor de brinquedos, a Estrela expandiu seus negócios com a criação da Estrela Beauty, uma marca voltada para o segmento de beleza e perfumaria infantil. Outro braço do grupo é a editora Estrela Cultural, focada em livros para crianças e jovens. Fundada há cerca de cinco anos, a editora já participou de eventos internacionais e viu suas vendas crescerem com o aumento do hábito de leitura durante a pandemia. Para quem gosta de livros, vale a pena conhecer o novo filme de Richard Linklater que explora a criação de ‘Breathless’ de Godard.
Em 2024, a Estrela registrou vendas brutas de R$ 188,71 milhões, mas fechou o ano com um prejuízo de R$ 24,3 milhões.
Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Segunda: Via InfoMoney