Estudo aponta óculos VR como alívio para alucinações em pacientes com esquizofrenia

Descubra como a realidade virtual está transformando o tratamento de alucinações em esquizofrenia, revelando um método promissor para melhorar a saúde mental.
Atualizado há 12 horas atrás
Estudo aponta óculos VR como alívio para alucinações em pacientes com esquizofrenia
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
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Um estudo recente indica que os óculos de realidade virtual podem ser um recurso promissor no tratamento de alucinações auditivas em pacientes com esquizofrenia. Essa abordagem inovadora, que utiliza tecnologia de imersão, apresenta resultados encorajadores na redução da gravidade desses sintomas, especialmente aqueles resistentes à medicação convencional. A pesquisa reforça a importância de explorar novas possibilidades para melhorar a saúde mental.

Usando a realidade virtual na terapia de esquizofrenia

Um estudo conduzido pelo Grupo de Pesquisa VIRTU, do Hospital Universitário de Copenhague na Dinamarca, testou a terapia imersiva chamada Challenge-VRT. A intervenção foi aplicada a 270 pacientes em ambulatórios psiquiátricos, com o objetivo de diminuir o impacto das vozes alucinatórias. Durante as sessões, terapeutas guiavam diálogos em tempo real entre os pacientes e avatares que representavam as vozes, com foco na melhora da autoestima e na redução do poder percebidо dessas vozes.

O trabalho, publicado na revista The Lancet Psychiatry, utilizou uma abordagem que une tecnologia e cuidado clínico. Os pacientes participaram de sete sessões semanais, incluindo duas de reforço, enquanto uma segunda camada de tratamento foi feita de forma convencional. Os resultados demonstraram uma diminuição significativa na intensidade e frequência das alucinações após 12 semanas de terapia.

Resultados que trazem esperança

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Após o período de 12 semanas, os pacientes que fizeram a terapia com óculos de realidade virtual apresentaram uma redução de 12,9% na gravidade das alucinações e uma diminuição de 14,4% na frequência das vozes. Além disso, esses efeitos positivos duraram até 24 semanas, indicando uma melhora duradoura. A tolerabilidade do método foi geralmente boa, impulsionando o interesse por novas alternativas de tratamento para quem não responde bem aos medicamentos atuais.

Apesar desses avanços, o estudo também revelou desafios. Aproximadamente 37% dos participantes relataram um aumento temporário nos sintomas após as sessões, e ocorreram seis eventos adversos graves, incluindo hospitalizações e um caso de automutilação. Esses dados reforçam a necessidade de acompanhamento médico rigoroso e avaliação cuidadosa de cada caso antes de aplicar a terapia.

Segurança, limitações e o futuro

A supervisão clínica contínua é fundamental para garantir a segurança nesse tipo de intervenção. Ainda assim, os pesquisadores veem o uso de óculos de realidade virtual como uma estratégia realista e potencialmente útil para grupos específicos de pacientes. A tecnologia vem evoluindo, com possibilidades de integrar recursos mais sofisticados que aprimorem o tratamento de condições psiquiátricas complexas, como demonstra a análise de outras inovações no setor. Para entender mais sobre os aspectos técnicos e os riscos associados a essas terapias, consulte os detalhes nesta fonte.

O desenvolvimento de novas terapias usando tecnologia de ponta reforça uma tendência crescente no campo da saúde mental. Essas ferramentas têm o potencial de expandir as opções de cuidado, oferecendo alternativas além dos métodos tradicionais. A continuidade da pesquisa e a adaptação clínica serão essenciais para definir seu papel na rotina de tratamento de pacientes com esquizofrenia, especialmente daqueles com sintomas resistentes.

Via Tecmundo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.