Estudo revela como o trauma pode alterar o DNA e impactar gerações futuras

Pesquisa mostra como o trauma pode modificar o DNA e afetar futuras gerações. Entenda os impactos da violência na herança genética.
Atualizado há 2 minutos
Herança genética do trauma

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Você já se perguntou se as experiências ruins que seus pais ou avós viveram podem afetar você de alguma forma? A ciência está começando a desvendar esse mistério! Estudos recentes mostram que traumas podem, de fato, deixar marcas no nosso DNA, influenciando a maneira como nossos genes se comportam. Mas calma, não é como se você herdasse exatamente o trauma, mas sim uma predisposição a certas sensibilidades. Vamos entender melhor essa herança genética do trauma e como ela pode moldar nossas vidas.

O que são traumas e como eles afetam o DNA?

Traumas são como cicatrizes emocionais, resultado de experiências marcantes que causam sofrimento e podem afetar nossa saúde mental. Mas será que esses traumas ficam só na nossa mente? A epigenética, área da ciência que estuda como o ambiente muda a forma como nossos genes se expressam, sugere que não. Acontece que eventos traumáticos podem ativar ou desativar certos genes, alterando a maneira como nosso DNA funciona.

Para entender melhor, imagine que nosso DNA é um livro de receitas. Os traumas seriam como marcações nesse livro, indicando quais receitas (genes) devem ser mais utilizadas ou quais devem ser evitadas. Essas marcações não mudam a receita em si, mas influenciam a forma como ela é lida e utilizada. É como se o ambiente “conversasse” com nossos genes, moldando nossa saúde e comportamento.

Cientistas têm investigado se essas alterações no DNA podem ser transmitidas para as próximas gerações. Será que filhos e netos de pessoas que sofreram traumas carregam alguma marca dessa experiência em seus genes? Para responder a essa pergunta, pesquisadores têm realizado estudos com animais e seres humanos, buscando pistas sobre a herança genética do trauma.

Traumas podem ter origem genética?

Afinal, de onde vêm os traumas? Como vimos, eles podem surgir de eventos extremos, como acidentes ou violência, mas também de situações aparentemente mais simples, como um medo de insetos ou uma experiência social negativa. O que define um trauma é o impacto emocional e psicológico que ele causa em cada pessoa.

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Além das experiências individuais, os traumas também podem ser transmitidos culturalmente, através de crenças e valores compartilhados por uma sociedade. Medos e ansiedades também podem ser passados de pais para filhos, moldando a forma como as novas gerações percebem o mundo e reagem a ele.

Diante disso, a ideia de que o estresse causado por essas situações deixa marcas no DNA se torna mais plausível. Afinal, o ambiente e suas influências podem ativar ou desativar genes, como se fossem interruptores. Mas como isso acontece na prática?

Experimentos com animais, como camundongos, têm demonstrado que o medo pode ser transmitido geneticamente. Mães grávidas expostas a estímulos negativos passaram seus medos para os filhotes, mesmo quando estes foram criados em ambientes diferentes. Isso sugere que os traumas podem ter, sim, um componente genético, influenciando a forma como as próximas gerações reagem a perigos e ameaças.

Estudos em humanos revelam marcas epigenéticas

Uma pesquisa recente publicada na revista Scientific Reports investigou a herança genética do trauma em refugiados sírios. Os pesquisadores coletaram amostras de DNA de avós, mães e filhos, dividindo os participantes em grupos que vivenciaram os horrores da guerra, que nasceram longe de áreas de conflito e que não tinham nenhuma ligação com zonas de combate.

Os resultados mostraram que as mulheres que sofreram violência apresentavam 21 marcadores epigenéticos em diversas regiões do DNA. Surpreendentemente, seus filhos, que não passaram pelas mesmas experiências, também carregavam 14 marcadores genéticos similares. Os pesquisadores acreditam que essas alterações podem ser transmitidas até a terceira geração, com menor intensidade.

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Apesar dos resultados promissores, a função exata desses genes com metilação (um tipo de alteração epigenética) ainda não é totalmente conhecida. É importante lembrar que os fatores epigenéticos não mudam o código genético em si, mas apenas a forma como ele se expressa.

Imagine que o DNA é como um texto e a metilação é como um marca-texto, que destaca algumas partes e obscurece outras. Conforme as cópias desse texto são feitas, as marcações podem enfraquecer, revelando as palavras originais. Isso significa que a informação genética sempre estará presente, mas sua expressão pode variar.

O que tudo isso significa?

No caso da genética do trauma, as mudanças epigenéticas podem contribuir para que certas características sejam transmitidas entre as gerações. No entanto, é fundamental ressaltar que não se herda o trauma em si, mas sim uma maior sensibilidade a determinados estímulos.

É como se os genes se tornassem mais suscetíveis a determinados gatilhos, aumentando a probabilidade de desenvolver certos problemas de saúde mental ou comportamentais. Mas atenção: ainda há muito a ser descoberto nesse campo de pesquisa.

Apesar das evidências de que o estresse dos nossos antepassados pode influenciar nossos genes, ainda não podemos afirmar com certeza quais são todos os efeitos negativos dessa herança genética do trauma. Além disso, as pesquisas em humanos são desafiadoras e exigem estudos mais amplos e representativos, que considerem a participação de ambos os pais no processo de formação de um novo ser.

Outros fatores, como tabagismo, doenças preexistentes e condições sociais, também precisam ser levados em conta antes de atribuir os marcadores genéticos exclusivamente aos traumas. A complexidade da vida humana exige uma análise cuidadosa e multifacetada.

Ainda há um longo caminho a percorrer para entender completamente como o DNA metilado contribui para o envelhecimento precoce, já que a metilação tem sido associada à idade biológica. Enquanto isso, vale a pena conhecer outras mutações do DNA que impulsionaram a evolução humana.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via TecMundo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.