A Terra abriga seis continentes — ou sete, dependendo da classificação — e inúmeras ilhas. Mas um estudo recente, publicado na revista Nature, revela a existência de duas imensas formações subterrâneas, ilhas gigantescas na Terra, escondidas no manto terrestre. Essas estruturas são comparáveis em tamanho a alguns continentes.
Ilhas Gigantescas na Terra: Uma Descoberta Subterrânea
Pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, identificaram essas estruturas usando vibrações sísmicas de terremotos. Ao analisar desvios nas ondas sísmicas, eles conseguiram mapear essas formações ocultas. Elas são tão grandes quanto alguns continentes e estão escondidas em áreas extremamente profundas, no manto da Terra. A pesquisa indica que essas estruturas são extremamente antigas, com origem estimada em aproximadamente meio bilhão de anos.
As “ilhas” apresentam temperaturas mais altas que a região ao redor, desafiando a teoria de um manto terrestre de fluxo rápido e bem misturado. Os dados coletados sugerem um fluxo menor do que o esperado, indicando um movimento mais lento do material rochoso.
O estudo também analisou o “cemitério de placas tectônicas”, área onde placas subduzidas afundam no manto. Este fenômeno, conhecido como subducção, envolve o deslizamento de uma placa tectônica sobre outra, mergulhando em direção às camadas mais profundas da Terra. As “ilhas” gigantescas estão localizadas bem próximas.
O sismólogo Arwen Deuss, professor da UU, comentou sobre a descoberta: “Mas ninguém conseguia explicar realmente o que eram, ou se eram um fenômeno temporário, ou se estavam ali há centenas de milhões ou mesmo bilhões de anos. Ao redor dessas duas ilhas gigantescas, há um “cemitério” de placas tectônicas e foram trazidas da superfície da Terra a uma profundidade de quase três mil quilômetros por subducção, o processo pelo qual uma placa tectônica mergulha sob a outra”.
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O Manto Terrestre e as Placas Tectônicas
A teoria da tectônica de placas explica o movimento dos continentes ao longo de bilhões de anos. Anteriormente, a deriva continental, proposta por Alfred Wegener, era a teoria mais aceita, mas não explicava o mecanismo do movimento dos continentes, pois não considerava a existência das placas tectônicas. A Terra é composta por quatro camadas principais: crosta, manto, núcleo externo e núcleo interno. O manto, com cerca de 2.900 km de extensão, é subdividido em manto superior e inferior.
O movimento das placas tectônicas é impulsionado pelo movimento lento do material rochoso no manto, devido ao calor interno da Terra. Estudar o interior da Terra é desafiador, pois não existe tecnologia para perfurar até essas profundezas. Por isso, os cientistas utilizam ondas sísmicas geradas por terremotos e pequenos tremores para analisar como essas vibrações se propagam no interior do planeta, permitindo o estudo das camadas internas.
Imagine o planeta como uma esfera rochosa com fissuras – essas são as placas tectônicas, que se deslocam lentamente impulsionadas pelo material rochoso em movimento. Entender esses movimentos é fundamental, pois eles influenciam desde a atividade sísmica até a formação de novas paisagens ao longo de milhões de anos. Para saber mais sobre a influência do manto na formação da superfície terrestre, acesse este artigo.
Existem entre 12 e 14 placas tectônicas principais, embora alguns especialistas indiquem mais de 20. Suas dimensões variam de centenas a milhões de quilômetros. Há muito para descobrir sobre esses movimentos. Talvez um novo estudo venha a revelar detalhes ainda mais intrigantes sobre as placas tectônicas, como a “pirataria fluvial”, que explica a grandeza do Monte Everest, confira aqui.
As “Ilhas” Subterrâneas
Utilizando a análise de ondas sísmicas, os pesquisadores criaram um mapa do interior da Terra e identificaram as ilhas gigantescas na Terra. Embora já detectadas no século XX, sua origem era um mistério. Essas estruturas estão localizadas na fronteira entre o núcleo externo e o manto, em regiões conhecidas como Grandes Províncias de Baixa Velocidade Sísmica (LLSVPs).
Nessas áreas, as altas temperaturas fazem as ondas sísmicas se moverem mais lentamente. No entanto, observações recentes mostraram pouco amortecimento das ondas nas LLSVPs, ao contrário do esperado. O amortecimento foi maior no “cemitério de placas tectônicas”. Já no manto superior, as altas temperaturas causaram maior perda de energia das ondas sísmicas.
A análise do tamanho dos grãos minerais nessas regiões revelou um fator crucial: os pequenos grãos absorvem parte da energia das ondas sísmicas ao atravessar suas fronteiras. Essa descoberta ajuda a explicar a diferença na dissipação de energia entre as áreas. A equipe concluiu que os grãos nas LLSVPs são maiores, enquanto no “cemitério de placas” os grãos são bem menores, o que explica a absorção significativa de energia.
Para entender melhor a formação dessas estruturas, é importante considerar que o manto da Terra se partiu em duas grandes regiões quando a Pangeia se formou, segundo este estudo. Os movimentos no interior da Terra influenciam a atividade sísmica e a formação de novas paisagens ao longo de milhões de anos.
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Via TecMundo