Estudo revela que quase todos os brasileiros têm DNA miscigenado

Pesquisa com 2.700 brasileiros mostra que a miscigenação é predominante no país, com impactos na saúde e ancestralidade. Saiba mais!
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Estudo revela que quase todos os brasileiros têm DNA miscigenado
Pesquisa revela que a miscigenação no Brasil afeta saúde e ancestralidade. (Imagem/Reprodução: Redir)
Resumo da notícia
    • Um estudo com 2.700 brasileiros revelou que 98% da população tem DNA miscigenado.
    • Você pode descobrir mais sobre sua ancestralidade e como isso afeta sua saúde.
    • A pesquisa pode melhorar tratamentos médicos personalizados no Brasil.
    • Os resultados também ajudam a entender a história da formação da população brasileira.
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Compreender a composição genética da população brasileira é essencial para a medicina de precisão e para traçar a história do país. Um estudo recente, o mais completo já realizado sobre o DNA dos brasileiros, revela uma herança indígena maior do que se pensava e uma vasta diversidade genética, com inúmeras variantes nunca antes identificadas. A pesquisa abre novas perspectivas sobre a ancestralidade e a saúde dos brasileiros.

O estudo do Análise de DNA de mais de 2.700 brasileiros de todas as regiões revelou detalhes surpreendentes sobre a miscigenação e a ancestralidade da população. Liderada por pesquisadores da USP, a pesquisa publicada na revista Science traz informações sobre a herança genética e sua influência na saúde.

A análise dos genomas revelou que a miscigenação deixou marcas profundas no DNA dos brasileiros. A geneticista Lygia da Veiga Pereira destaca a importância de observar as consequências biológicas dos processos de formação da população brasileira, como se vê nos livros de história.

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Os resultados têm o potencial de impactar positivamente a saúde dos brasileiros. Identificar as variantes genéticas prevalentes no país pode otimizar a medicina de precisão, permitindo a escolha de medicamentos e dosagens mais adequadas ao metabolismo de cada paciente.

A miscigenação no Brasil também proporciona uma visão abrangente de diversos grupos populacionais ao redor do mundo. Tábita Hünemeier, que coordenou o estudo com Pereira, explica que o DNA brasileiro pode oferecer pistas valiosas sobre a genômica de populações ancestrais na África Central e na Península Ibérica, por exemplo.

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A pesquisa confirmou que a mistura de populações no Brasil foi desigual. Antes da chegada dos europeus, estimava-se que havia 10 milhões de indígenas no território. A partir do século 16, cerca de 5 milhões de europeus e um número similar de africanos escravizados chegaram ao Brasil. Além disso, houve contribuições de grupos do leste da Ásia e do Oriente Próximo.

Atualmente, a herança genética brasileira é composta por aproximadamente 60% de contribuição europeia, 27% africana e 13% indígena. Estudos anteriores indicavam um legado ameríndio inferior a 10%, mas a nova pesquisa revela um aumento devido à inclusão de amostras da região Norte do Brasil, que possui maior presença indígena.

A análise do cromossomo Y revelou que as linhagens paternas são predominantemente europeias (mais de 70%), enquanto as linhagens maternas são majoritariamente africanas (42%) e indígenas (35%). Apenas 2% dos homens brasileiros possuem um ancestral masculino indígena.

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Tábita Hünemeier ressalta que a violência sexual durante a colonização pode ter influenciado esse padrão. Ela argumenta que é difícil explicar essa disparidade sem considerar os efeitos da violência, já que o cenário é extremamente discrepante.

Apesar das variações regionais, a miscigenação é uma característica presente em todos os estados do país. Casos de pessoas não miscigenadas são raros, como alguns indivíduos com DNA exclusivamente do leste asiático em São Paulo, outros 100% europeus em São Paulo e no Rio Grande do Sul, e alguns com mais de 90% de ancestralidade africana.

O estudo identificou cerca de 8 milhões de variantes de DNA desconhecidas, das quais mais de 36 mil podem ser prejudiciais ao organismo. Além disso, foram detectadas áreas do genoma que parecem ter sido favorecidas pela seleção natural, influenciando o sistema de defesa, a idade da menopausa e o metabolismo.

Implicações da Análise de DNA na Saúde e Ancestralidade

A identificação dessa variabilidade genética é fundamental para investigar como ela afeta o organismo e desenvolver estratégias de prevenção e tratamento. Com uma melhor compreensão da influência do DNA, é possível desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes.

As descobertas do estudo podem fornecer informações sobre a relação entre variações genéticas e a saúde da população brasileira, abrindo caminho para novas pesquisas e estratégias de prevenção e tratamento de doenças. Além disso, a pesquisa contribui para um maior entendimento da ancestralidade e da história da população brasileira.

Ao analisar a fundo o código genético dos brasileiros, os cientistas desvendaram uma história complexa e fascinante de miscigenação e adaptação. Os resultados podem influenciar a forma como a medicina é praticada no país, permitindo tratamentos mais personalizados e eficazes.

A pesquisa representa um avanço significativo no conhecimento sobre a genética da população brasileira. Ao revelar a diversidade genética e a herança ancestral presentes no DNA de cada indivíduo, o estudo abre novas portas para a compreensão da história e da saúde dos brasileiros.

Em um mundo onde a tecnologia avança cada vez mais, é interessante observar como a ciência utiliza ferramentas de ponta para desvendar os mistérios do passado e melhorar o futuro. Quem sabe, em breve, teremos acesso a testes genéticos ainda mais precisos e acessíveis?
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

Via Folha de São Paulo

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.