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- Albert Saniger, ex-CEO da Nate, está sendo julgado por fraude envolvendo promessas de automação com IA.
- O caso levantou preocupações sobre a falta de transparência em startups de tecnologia.
- As acusações podem resultar em até 40 anos de prisão se ele for condenado.
- Esse caso reforça a necessidade de investigar inovações que prometem mais do que entregam.
O ex-CEO da Nate, Albert Saniger, está sendo acusado de fraude com inteligência artificial. Ele prometeu um aplicativo que usaria inteligência artificial para automatizar compras com apenas um clique, mas, na realidade, o trabalho era feito por humanos. Saniger conseguiu mais de US$ 50 milhões em investimentos com essa promessa, e agora o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) está investigando o caso.
A história toda começou em 2018, quando a Nate surgiu com a promessa de revolucionar as compras online. A empresa captou cerca de US$ 50 milhões em investimentos, o que equivale a R$ 283 milhões, com a ideia de um aplicativo que usaria inteligência artificial para facilitar a vida dos consumidores. Mas, em 2022, uma reportagem do The Information levantou dúvidas sobre a veracidade do serviço, e o FBI entrou na jogada para investigar.
Segundo o DOJ, a Nate realmente tinha alguma tecnologia de inteligência artificial e até contava com profissionais da área, mas a automação do aplicativo era mínima. A acusação é que Saniger enganou tanto os investidores quanto os usuários, vendendo uma falsa inovação.
O procurador interino dos EUA, Matthew Podolsky, afirmou que esse tipo de fraude prejudica investidores e desvia capital de startups legítimas, além de criar ceticismo em relação aos avanços reais da inteligência artificial. Ele garantiu que o escritório e o FBI vão continuar a investigar e punir quem tenta enganar investidores com falsas inovações.
Como a “IA” da Nate Funcionava na Realidade
O aplicativo Nate foi anunciado como a solução perfeita para quem faz muitas compras online. A ideia era que, se você quisesse um par de tênis, por exemplo, bastava entrar na loja virtual, informar o modelo e deixar que o bot fizesse o resto.
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Saniger prometia aos investidores que o aplicativo conseguia escolher o tamanho do tênis, preencher os dados de entrega, inserir as informações de pagamento e confirmar a compra, tudo isso por apenas US$ 1 por transação.
Só que, de acordo com o DOJ, o processo não era nada automatizado. Em vez de inteligência artificial, quem fazia as compras online era uma equipe de centenas de trabalhadores em um call center nas Filipinas. Esses funcionários eram os responsáveis por realizar o trabalho que a IA supostamente faria.
A maioria dos funcionários da startup e os investidores não sabiam da fraude. Saniger restringia o acesso ao “Painel de Taxa de Automação” da plataforma, alegando que era um segredo comercial para manter a farsa.
A Verdade por Trás da Automação
Os investigadores descobriram que a Nate chegou a desenvolver alguns bots para automatizar certas transações, mas eles não conseguiam lidar com a maioria das compras, que dependiam do trabalho manual. Quando questionado sobre isso, Saniger dizia que a intervenção humana era necessária em alguns casos para concluir o processo.
As Acusações e as Possíveis Consequências da Fraude com inteligência artificial
Por enganar investidores e “explorar a promessa e o fascínio da tecnologia de inteligência artificial para construir uma narrativa falsa sobre inovação que nunca existiu”, Saniger foi acusado de fraude de valores mobiliários e fraude digital.
Cada acusação pode render até 20 anos de prisão, o que significa que o ex-CEO da Nate pode pegar até 40 anos de cadeia se for condenado. A data do julgamento ainda não foi definida.
De acordo com o TechCrunch, Saniger foi forçado a vender todos os seus bens no início de 2023, ficando sem dinheiro e causando perdas quase totais aos investidores da Nate.
Um caso parecido aconteceu recentemente com a Presto, que também alegava usar inteligência artificial para automatizar o atendimento em drive-thrus. No entanto, a maior parte do trabalho era feita por humanos contratados de empresas nas Filipinas.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo