▲
- Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura, afirma que o Brasil está trabalhando para conter a gripe aviária.
- O objetivo é evitar a disseminação do vírus e proteger as exportações de carne de frango.
- O impacto pode incluir suspensões temporárias de importações por outros países.
- O Brasil mantém sua posição como maior exportador mundial, mas enfrenta desafios para recuperar mercados afetados.
Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, e por mais de 12 anos à frente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), hoje como presidente do conselho consultivo, acompanhou de perto a criação dos controles sanitários que garantiram ao Brasil o status de país livre da influenza aviária. Mesmo com todo esse esforço, ele não se diz surpreso com o primeiro caso da doença no país.
“Buscamos de todas as formas conter a influenza aviária, que já havia ocorrido em quase todos os países. Era quase inevitável. Diante dos acontecimentos no mundo, seria um milagre passarmos ilesos”, comentou Turra ao InfoMoney. Ele acredita que os efeitos do vírus nas exportações de frango seguirão a mesma lógica de quando um foco da doença de Newcastle foi identificado no Rio Grande do Sul no ano passado.
As vendas para o exterior foram afetadas, e alguns mercados ainda não voltaram a comprar do estado. No entanto, o Brasil conseguiu se manter como o maior exportador de carne de frango do mundo. Turra garante que as empresas do setor estão trabalhando juntas para cumprir os protocolos e evitar a disseminação da gripe aviária no Brasil além dos focos já identificados.
Esses esforços, segundo ele, devem preservar a reputação do Brasil no mercado global. “O importante é saber conter. O Brasil tem esse conceito, e isso é o mais importante”, afirma. Outro fator positivo para o país, segundo ele, é a ausência de mercados que possam substituir o Brasil nas exportações. “Não há país com excedentes como o Brasil”, completou.
O Protagonismo do Brasil nas Exportações de Carne de Frango
Com um trabalho contínuo para conter a influenza aviária, o Brasil se tornou o maior exportador do mundo desde 2005, com 37% de participação nas exportações globais. O setor é extremamente profissionalizado, gerando 4 milhões de empregos diretos e indiretos, e é muito importante, principalmente para a pequena propriedade.
Leia também:
O sistema de integração brasileiro é um modelo mundial, transformando o pequeno produtor em um empresário. Existe até uma lei específica de integração. O Brasil já estava mais preparado com protocolos, estudos, ciência e treinamento para enfrentar um caso de influenza aviária.
Assim que a doença foi detectada, os protocolos da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Agricultura foram acionados: descarte de ovos, abate de aves, regionalização, desinfecção e corredores sanitários. Todas as medidas foram tomadas para minimizar os danos e superar a situação.
Quando a doença de Newcastle ocorreu, o mundo confiou no trabalho de sanidade do Brasil. Ter ou não ter a doença é, às vezes, uma questão de lógica. Mas o importante é saber conter, e o Brasil tem essa capacidade, o que é fundamental.
Impacto da Gripe Aviária nas Exportações e Medidas de Contenção
A suspensão temporária das importações é uma reação normal, seguindo os protocolos que os países importadores têm com o Brasil. Essa suspensão se aplica, no mínimo, ao estado onde o caso foi detectado e, no máximo, ao país como um todo. No entanto, essa situação é temporária e, à medida que o país demonstra capacidade de conter e reagir, a confiança é reconquistada.
Os prejuízos mais duradouros afetam principalmente a região onde o foco ocorreu. A doença de Newcastle impactou o Rio Grande do Sul, que até agora não retomou as vendas para o mercado chileno e chinês, por exemplo. A situação estava sendo resolvida, mas o novo caso de influenza aviária causou esse infortúnio.
Existe o risco de novos focos, pois o caso ocorreu em uma granja de ovos férteis que já havia realizado vendas para outros países e estados brasileiros. O rastreamento está em andamento, e os ovos da granja estão sendo descartados. A contaminação ocorreu em um local onde não poderia ter acontecido, tornando a situação mais sensível.
Se fosse em um aviário comum, seria mais fácil conter. O trabalho agora é maior, mas está sendo feito para minimizar os prejuízos. Os compradores que suspenderam as importações do Brasil não têm mercados alternativos disponíveis, pois nenhum país pode substituir o volume de exportação brasileiro.
Os Estados Unidos são o maior produtor, mas quase não têm excedentes exportáveis. A União Europeia é importadora. Nenhum outro país tem excedentes como o Brasil, e os que têm já estão exportando. Isso é um ponto positivo para o Brasil.
Ações do Setor e Recuperação do Rio Grande do Sul
As empresas do setor estão totalmente integradas, unidas, aceitando e cumprindo os protocolos. O caso ocorreu em um local onde a empresa tem condições de ajudar a conter e investir na contenção. Nos casos onde há dificuldade, a solidariedade das empresas, do governo e do fundo de defesa sanitária do Rio Grande do Sul são fundamentais.
As enchentes no Rio Grande do Sul completaram um ano recentemente. A chegada da influenza aviária no estado impacta a recuperação do setor agrícola. É como se as pragas do Egito tivessem se repetido: Covid, enchente, estiagem, Newcastle e agora a gripe aviária no Brasil. Mas tudo isso se tornou um treinamento para superação.
Primeira: Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Segunda: Via InfoMoney