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- O filme francês ‘É Tempo de Amar’, dirigido por Katell Quillévéré, chegou ao Brasil com uma narrativa sobre amor e culpa pós-guerra.
- Você pode conferir uma obra cinematográfica que desafia convenções e explora temas profundos como desejo e sobrevivência emocional.
- O filme impacta ao retratar o amor como uma força complexa, capaz de unir e corroer, sem idealizações.
- A narrativa convida à reflexão sobre os silêncios e concessões que moldam as relações humanas.
O filme francês É Tempo de Amar, dirigido por Katell Quillévéré, chegou ao Brasil explorando as complexidades do amor e do desejo em um contexto pós-guerra. A trama mergulha nos silêncios e nas concessões morais, apresentando personagens moldados pela culpa e pela busca por sobrevivência emocional. Longe de idealizar o amor, o filme o retrata como uma força que pode tanto unir quanto corroer, escondendo feridas profundas sob uma fachada de normalidade e estabilidade.
A dissecação das vidas em “É Tempo de Amar”
Katell Quillévéré não busca um retrato de época tradicional, mas sim uma análise das vidas impactadas pela culpa e pelas concessões morais impostas pelo amor. A diretora se inspirou em um segredo familiar para criar uma narrativa que explora o silêncio, o desejo e o sacrifício, elementos que ecoam mesmo quando encobertos por convenções sociais.
Ao abrir o filme com imagens reais da libertação da França e da violência contra mulheres acusadas de traição, Quillévéré estabelece um pacto com a memória. No entanto, essa memória é mais emocional do que histórica, focando nas zonas de vergonha que persistem ao longo do tempo, mesmo sob a superfície de laços matrimoniais e convenções sociais.
Madeleine, a protagonista, é apresentada de forma impactante: marcada com uma suástica e com os cabelos raspados, fugindo de uma multidão. O filho que carrega é um lembrete constante de sua transgressão. Anos depois, trabalhando como garçonete, ela demonstra adaptação, não regeneração. Para ela, a maternidade é um ato administrativo, onde Daniel é cuidado, mas não amado, como uma forma de penitência.
Nesse vácuo emocional surge François, um estudante que esconde sua identidade sexual. O encontro entre os dois é motivado por estratégias de sobrevivência, buscando apagar um passado incômodo. O filme mostra que, embora o casamento possa parecer uma farsa, um amor genuíno se desenvolve, mesmo que privado das condições ideais para florescer.
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O poliamor e a fluidez desejante
Quillévéré evita julgar seus personagens, explorando os limites entre desejo, lealdade e convenção. François, apesar de tentar seguir a norma, sente-se atraído pelo que está fora dela. Madeleine adota um olhar de cansaço, não de acusação. A chegada de Jimmy, um soldado negro, catalisa um momento de expansão sensual do casal, revelando a possibilidade de um vínculo baseado na cumplicidade e não na posse.
Apesar de sua importância, o personagem de Jimmy é tratado mais como um signo do que como um sujeito, sendo rapidamente excluído da trama. No entanto, essa sequência revela a possibilidade de um vínculo que transcende a lógica da posse, focando na cumplicidade. A estrutura familiar tradicional retorna com o nascimento de uma filha, enquanto Daniel permanece à margem, como um satélite melancólico.
Essa oscilação entre o íntimo e o estrutural é reforçada pela direção de arte, com cores saturadas e figurinos que parecem anacrônicos. Os personagens envelhecem, mas não se transformam, seus rostos permanecem lisos, seus gestos calculados. Isso reflete a natureza dos papéis que desempenham, onde o amadurecimento é moral, uma habilidade para encobrir e tolerar.
A ausência de confronto não significa pacificação, mas esgotamento. Não há uma resolução clara, apenas sobrevivência. Ao contrário das imagens românticas, É Tempo de Amar não acredita em recomeços, mas em arranjos precários mantidos pelo medo da solidão. Quer saber mais sobre filmes que desafiam as convenções? Confira este artigo sobre um novo filme na Netflix: Uma história de amor e superação.
A inquietude que permanece em “É Tempo de Amar”
A cena final na estação de trem, com um estilo que lembra David Lean, é a materialização de tudo o que não foi dito. O filme não encerra um ciclo, mas reconhece que a vida é feita de momentos que escapam à lógica dos eventos principais, condensando o que realmente importa. Katell Quillévéré, embora não alcance a visceralidade de Réparer les vivants, cria uma narrativa que merece ser vista como um estudo sobre o que permanece: o amor como uma colcha de retalhos costurada com culpa, desejo e silêncio.
A inquietude do filme reside no que permanece latente, sem resolução, insistindo em não desaparecer. Para quem busca mais conteúdos impactantes, vale a pena conferir as indicações do Festival de Cinema do Mediterrâneo em Malta que Anuncia Destaques de 2025. Este evento também explora temas profundos e relevantes através de narrativas cinematográficas.
O filme questiona se o amor pode redimir ou se é apenas um verniz sobre feridas antigas. A honestidade radical na exploração dos limites entre desejo, lealdade e convenção é um dos pontos fortes da obra, criando uma experiência cinematográfica que ecoa na mente do espectador muito tempo depois dos créditos finais. Além disso, se você gosta de histórias com reviravoltas, não deixe de conferir os teasers sinistros de O Telefone Preto 2, sequência de terror que promete prender a atenção do público.
Para quem se interessa por narrativas que exploram a complexidade das relações humanas, “É Tempo de Amar” é uma experiência cinematográfica que permanece na memória, convidando à reflexão sobre os silêncios e concessões que moldam nossas vidas. E se você gosta de descobrir novos talentos e produções, confira este artigo sobre Rafael Dias (DiaTV) que revela bastidores e desafios do lançamento, uma figura em ascensão no cenário audiovisual.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Revista Bula