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- A Microsoft encerrou oficialmente o suporte ao Windows Phone, marcando o fim de uma fase na sua linha de smartphones.
- O texto detalha a história do sistema, suas inovações e os motivos que levaram ao seu declínio e encerramento.
- O impacto mais relevante foi a redução da presença da Microsoft no mercado móvel, deixando espaço para Android e iOS dominarem.
- A trajetória mostra as dificuldades enfrentadas pela Microsoft para competir com os grandes do setor.
Atualmente, ao buscar um novo smartphone, a escolha se resume, em grande parte, entre Android e iOS. Embora existam algumas alternativas, como o HarmonyOS da Huawei e certas versões da Xiaomi (HyperOS), nenhuma delas compete diretamente com os gigantes do mercado. Por anos, contudo, a Microsoft marcou presença no setor com seu sistema Windows Phone, que cativou uma comunidade fiel, especialmente no Brasil.
A plataforma Windows Phone teve várias iterações e levou a Microsoft a lançar sua própria linha de smartphones, os icônicos modelos Lumia, em colaboração com a Nokia. Mas o que, de fato, ocorreu com o Windows Phone? Por que os aparelhos que utilizavam esse sistema pararam de ser lançados ao longo do tempo? Vamos explorar a trajetória da Microsoft no universo mobile até o fim deste projeto.
O começo da jornada mobile da Microsoft
O Windows Phone não foi a primeira iniciativa da Microsoft no segmento de dispositivos móveis. Antes dele, a empresa já era reconhecida por fornecer a plataforma para assistentes pessoais digitais (PDAs), aqueles aparelhos que combinavam agenda e outros recursos de produtividade antes da era dos smartphones. O sistema operacional pioneiro da companhia para esses dispositivos foi o Windows CE, lançado em 1996.
Uma atualização importante de 1996 trouxe também um novo nome: PocketPC 2000. Este sistema foi adotado por grandes marcas da época, como Compaq, Toshiba, Casio e HP. A versão seguinte do PocketPC incluiu programas populares como o MSN Messenger e uma interface visual que lembrava o famoso Windows XP, marcando uma evolução significativa.

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A plataforma passou por outra mudança de nome, tornando-se Windows Mobile 2003. As variantes posteriores seguiram uma nomenclatura numérica crescente, similar ao que vemos hoje com Android e iOS. O sistema que se tornou mais conhecido, porém, foi o Windows Phone 7, lançado em 2010. Naquele momento, a própria Microsoft ainda não produzia celulares sob sua marca.
Os primeiros modelos com Windows Phone 7 incluíram dispositivos de diferentes fabricantes, como o Samsung Omnia 7, LG Optimus 7, HTC 7 Trophy, Mozart e HD7, além do Dell Venue Pro. Essa primeira versão já introduzia características que se tornariam marcas registradas do sistema, como a interface Metro, com seus retângulos e quadrados coloridos organizando os ícones, fontes grandes para textos, a divisão de conteúdo por Hubs e o Bing como buscador padrão.
A união com a Nokia e as mudanças de planos
A grande reviravolta para o Windows Phone ocorreu em 2011. Foi nesse ano que a Nokia, que já enfrentava desafios após seu período de auge na década anterior, decidiu abandonar o sistema operacional Symbian e adotar o Windows Phone. Essa decisão marcou o início da linha Lumia, com os primeiros aparelhos sendo o Lumia 710 e o Lumia 800, consolidando uma parceria que se aprofundaria bastante.
Após o lançamento das versões Windows Phone 7.5 e 7.8, a Microsoft tomou a decisão de lançar seus próprios dispositivos. Isso aconteceu com a aquisição da divisão mobile da Nokia em 2013, o que incluiu também os direitos sobre a linha Lumia. Com essa nova estratégia, as versões Windows Phone 8 (lançada em 2012) e 8.1 (de 2014) tornaram-se as mais populares da plataforma.

O desafio principal para a Microsoft, no entanto, era o desempenho comercial. Em 2013, a empresa detinha apenas 3,2% do mercado de smartphones, conforme dados da IDC. Apesar de estar à frente da BlackBerry, essa fatia era consideravelmente menor em comparação com Android e iOS. No Brasil, o sistema chegou a ocupar a segunda posição em market share por um certo período, superando a Apple.
Existem diversas razões que explicam por que o serviço não conseguiu decolar. Entre elas, destacam-se o atraso da Microsoft em entrar de forma mais forte neste segmento, uma plataforma que muitos consideravam menos otimizada para aparelhos de tela menor, além de uma loja mais limitada e menos suporte a aplicativos populares. A falta de um ecossistema robusto de apps foi um ponto crítico.
O que levou ao Fim do Windows Phone?
Com cada vez menos espaço na competição com iOS e Android, a Microsoft fez uma última tentativa com o Windows 10 Mobile. Esta versão apresentou um visual renovado e prometia maior integração com os computadores. Ela chegou ao mercado junto com os últimos modelos de ponta da linha, os Lumia 950 e 950 XL, que buscavam competir com os melhores do mercado.
O Lumia 650, lançado em fevereiro de 2016, foi o último aparelho da Microsoft a vir com seu próprio sistema operacional. Pouco tempo depois, a empresa realizou uma demissão em massa em sua divisão mobile, o que indiretamente confirmou que essa área não era mais uma prioridade estratégica para a companhia. A decisão impactou o setor e seus desenvolvedores.

Nos meses seguintes, algumas fabricantes parceiras ainda lançaram outros aparelhos compatíveis com o sistema, mas com pouquíssima visibilidade e divulgação. O suporte da Microsoft para segurança e aplicativos continuou por um tempo, mas gradualmente esses recursos também pararam de funcionar. A licença para o uso do nome Nokia foi transferida para a HMD Global, que passou a lançar dispositivos com a marca finlandesa a partir de 2018.
A Microsoft tentou retornar ao mercado de celulares com outras propostas, como o Surface Duo, um smartphone dobrável com duas telas separadas. O aparelho teve duas gerações, mas suas vendas foram limitadas, e ele também foi descontinuado devido a outras prioridades internas da empresa. Isso mostra a dificuldade de se consolidar nesse mercado.
Anos após o encerramento da plataforma, novas informações surgiram sobre os bastidores dessa empreitada. Rich Miner, um dos criadores do Android, afirmou em uma entrevista que foi motivado a desenvolver a plataforma, que depois seria comprada pelo Google, ao perceber que a Microsoft tinha a ambição de dominar o mercado de celulares da mesma forma que fez com os PCs.
O próprio Bill Gates, cofundador e ex-CEO da Microsoft, considera o insucesso na indústria mobile um de seus maiores erros como executivo. Seu sucessor, Steve Ballmer, chegou a zombar publicamente do lançamento do primeiro iPhone, duvidando que o aparelho alcançaria o sucesso de vendas que de fato teve, evidenciando uma falta de visão estratégica crucial para a época.
O mercado de smartphones segue em constante evolução, com empresas buscando se adaptar às novas demandas e tendências, desde a velocidade de carregamento até a experiência de uso flexível. A história do Windows Phone serve como um lembrete dos desafios e da concorrência intensa que moldam a indústria da tecnologia móvel.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.