Fireblocks Apresenta Visão sobre Tokenização e Criptoativos

Dea Markova fala sobre como os EAU estão moldando a regulamentação de criptoativos e o futuro da tokenização no setor financeiro.
Atualizado há 13 horas
Fireblocks Apresenta Visão sobre Tokenização e Criptoativos
Dea Markova explica como os EAU influenciam a regulamentação de criptoativos. (Imagem/Reprodução: Cryptonews)
Resumo da notícia
    • Dea Markova, da Fireblocks, destaca os Emirados Árabes Unidos como modelo em regulamentação de criptoativos.
    • O foco em infraestrutura regulatória específica para ativos digitais está atraindo mais investimentos.
    • A tokenização está se expandindo, com o crescimento esperado em diversos setores, além das finanças.
    • As stablecoins emergem como soluções estratégicas, especialmente em países com alta inflação.
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Em um cenário regulatório que muda rapidamente, algumas regiões estão se destacando — e os Emirados Árabes Unidos (EAU) são uma delas. De acordo com Dea Markova, Diretora de Políticas da Fireblocks, a abordagem da nação do Golfo para a supervisão de criptoativos é eficaz devido a uma decisão estrutural chave: a especialização.

“Você tem uma equipe dedicada especificamente à regulamentação de ativos digitais”, disse Markova ao Cryptonews em entrevista durante o TOKEN2049 em Dubai. “Isso é um diferencial por si só.”

Ao montar uma equipe regulatória focada apenas em ativos digitais, tanto Dubai quanto Abu Dhabi conseguiram alinhar novos paradigmas tecnológicos — como emissão de tokens e transferências de ativos on-chain — com metas de longa data de proteção ao consumidor e estabilidade financeira. A atenção a práticas seguras online é crucial nesse contexto.

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“Eles têm uma fila de candidatos na porta”, acrescentou ela. “Não conseguem processá-los tão rapidamente quanto a indústria gostaria, mas é um sinal forte para o mercado.”

Ela também credita o sucesso do Golfo ao reconhecimento da natureza inerentemente global das criptomoedas. “O que você negocia em Delhi é o mesmo que negocia em Nova York”, disse ela, observando como as regulamentações tradicionais lutam com essa interoperabilidade transfronteiriça.

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Stablecoins: Uma Jogada de Soberania, Não Apenas um Produto

Embora as stablecoins lastreadas em dólar dominem a liquidez atual, Markova vê o surgimento de alternativas não dolarizadas como uma inevitabilidade política e econômica.

“O mercado para stablecoins não denominadas em dólar é impulsionado por governos que querem expandir esse mercado”, disse ela.

Essas stablecoins podem ainda não fazer sentido comercialmente, admitiu — a menos que você esteja tentando se proteger do dólar — mas há um incentivo estratégico para alternativas soberanas como uma moeda baseada no dólar de Hong Kong ou no real brasileiro. Mais importante, em países propensos à inflação, as stablecoins já se mostram essenciais.

“O caso de uso para stablecoins começou com moedas assim — Turquia, Argentina — quando as pessoas precisavam de uma reserva de valor que sua moeda local não fornecia.”

A Abordagem da Europa às Regulamentações Cripto

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Markova é diplomática ao discutir o progresso da Europa sob o MiCA (Markets in Crypto-Assets), observando que a UE foi uma das primeiras a projetar um quadro legal. Mas a implementação, disse ela, é onde os problemas começaram.

“Existem problemas reais de inconsistência. O período de transição permite conflitos entre os estados membros.”

Sem um objetivo unificado entre o desenvolvimento de mercado e a regulamentação, Markova vê a Europa em desvantagem em comparação com o Golfo ou mesmo o Reino Unido, que ela chamou de fast follower (seguidor rápido).

“O Reino Unido está aprendendo com as experiências dos outros”, disse ela. “O que eles emitiram é um esboço legal — os detalhes ainda virão — mas os sinais são muito positivos.”

Ela elogiou a linguagem legislativa recente do Reino Unido que diferencia a custódia de títulos tokenizados dos ativos subjacentes, argumentando que essa clareza é o que as instituições tradicionais precisam para finalmente se engajar.

Bancos Estão se Engajando com a Política de Criptoativos e a Regulamentação de cripto nos Emirados Árabes Unidos

Após anos de expectativa, o momento institucional para as criptomoedas pode finalmente ter chegado. Os ETFs (Exchange Traded Funds) foram um ponto de virada, segundo Markova.

“Temos mais clientes de finanças tradicionais se aventurando em ativos digitais do que nunca.”

Os casos de uso abrangem pagamentos, fundos tokenizados e gestão de patrimônio. À medida que bancos e gestores de ativos se aprofundam, eles agora estão entrando na arena política.

“Era óbvio que mesmo bancos globais não tinham pedido às suas equipes de advocacy para se envolverem com a política de ativos digitais. Isso está mudando agora.”

Ela apontou dois debates políticos iminentes: requisitos de capital sob o Basel 3.1 e o papel da infraestrutura do mercado financeiro nas liquidações pós-negociação.

“Os padrões atuais são muito punitivos para ledgers sem permissão. As instituições estão começando a reagir — elas querem se envolver com blockchains públicas sem serem penalizadas.”

Ela também levantou uma mudança fundamental de pensamento: se o blockchain pode oferecer liquidação atômica, as câmaras de compensação ou depositários centrais ainda precisam existir da mesma forma?

“Um Mundo de Tudo Tokenizado”

Olhando para o futuro, a Fireblocks está focada em escalar a infraestrutura para lidar com a crescente diversidade de sua base de clientes, particularmente em pagamentos. Mas, a longo prazo, a empresa aposta alto na tokenização para além das finanças.

“Estamos imaginando um mundo de tudo tokenizado. Já estamos trabalhando com a Sony no Japão — pense em cadeias de suprimentos, jogos, processos não financeiros.”

A Fireblocks quer ser a camada de carteira e infraestrutura conectando este novo ecossistema descentralizado. “Não se trata mais apenas de títulos. Trata-se de como as empresas globais repensam seus processos através da lente tokenizada”, acrescentou ela.

A forma como diferentes regiões, como os EAU e a Europa, abordam a regulamentação, juntamente com o crescente interesse institucional e o potencial da tokenização, sugere uma contínua e dinâmica evolução no espaço dos ativos digitais.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.