Fusões e aquisições caem para o nível mais baixo em 20 anos

Número de acordos de fusão e aquisição atinge menor nível em duas décadas, reflexo da instabilidade econômica.
Atualizado em 06/05/2025 às 13:05
Fusões e aquisições caem para o nível mais baixo em 20 anos
Acordos de fusão e aquisição caem para o menor nível em 20 anos devido à instabilidade. (Imagem/Reprodução: Infomoney)
Resumo da notícia
    • Após a guerra comercial iniciada por Donald Trump, o número de fusões e aquisições caiu drásticamente.
    • Essa redução impacta o mercado financeiro e a realização de IPOs nos Estados Unidos.
    • Executoras e investidores enfrentam incertezas que podem atrasar novos investimentos.
    • O setor de tecnologia, que concentra 40% das aquisições, está particularmente afetado.
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Após Donald Trump iniciar uma guerra comercial global em 2 de abril, executivos de bancos de investimento e CEOs diminuíram o ritmo de fusões e aquisições. O número de acordos assinados caiu para o nível mais baixo em 20 anos, desde fevereiro de 2005, superando até os períodos mais críticos da pandemia de Covid-19 e da crise financeira de 2008.

Nos EUA, o principal mercado de fusões e aquisições, apenas 555 acordos foram firmados no último mês, representando o menor número desde maio de 2009. A incerteza gerada pelas tarifas de Trump fez com que empresas adiassem seus planos de IPOs e outras nações adotassem medidas retaliatórias.

Impacto da Guerra Comercial nas Operações de Fusão e Aquisição

A política de tarifas de Trump, iniciada em 2 de abril, teve um efeito imediato nos mercados globais. Executivos de bancos de investimento, que lucram com taxas e bônus ao intermediar operações de M&A e IPOs, aconselharam seus clientes a postergar essas atividades até que houvesse maior clareza e estabilidade na política americana.

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Lorenzo Paoletti, diretor-gerente de banco de investimento da Truist Securities, recomenda cautela: “Aconselho os clientes a esperarem. CEOs e CFOs ainda não entenderam completamente como as tarifas os afetarão, então é melhor manter dinheiro em caixa” até que haja mais clareza.

Embora alguns grandes negócios tenham ocorrido em abril, como a aquisição de uma empresa de processamento de cartões e serviços de contas pela Global Payments por US$24,25 bilhões, eles não foram suficientes para impulsionar o mercado.

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O valor da atividade global de fusões e aquisições caiu para US$243 bilhões, cerca de 54% abaixo de março e 20% abaixo da média mensal dos últimos 20 anos, conforme dados da Dealogic. “Estamos vendo uma reação em cadeia em toda a diligência que estamos fazendo”, disse Kristin Pothier, líder de estratégia e consultoria de negócios globais na consultoria KPMG.

A guerra comercial retaliatória elevou a volatilidade do mercado a níveis históricos em abril, “impulsionada por declarações intermitentes da Casa Branca sobre política tarifária”, explicou a analista Lisa Shalett, do Morgan Stanley.

Setores Afetados e Respostas do Mercado

Em 2 de abril, Trump impôs e depois suspendeu por 90 dias uma tarifa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA, com percentuais mais altos para diversos parceiros importantes, da Europa ao Japão, incluindo taxas de 145% sobre a China. As ameaças de Trump de demitir o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, também aumentaram o estresse nos mercados.

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O setor de tecnologia se destacou, representando quase 40% dos quase US$600 bilhões em negócios assinados neste ano nos EUA. O país responde por quase metade da atividade global de negócios em valor. A incerteza, no entanto, tem impactado os setores de forma diferente.

Telecomunicações, mídia, serviços, petróleo e gás e serviços de utilidade pública são setores menos afetados pelas tarifas. Por outro lado, algumas áreas da indústria, saúde e tecnologia estão enfrentando mudanças maiores em seus modelos de negócios devido aos anúncios de tarifas, segundo Kevin Cox, chefe global de M&A do Citi.

“Qualquer fabricante, seja o que recebe insumos do exterior ou que envia produtos acabados para o exterior, será afetado”, disse Cox. Sua equipe está orientando os clientes a dedicarem tempo para entender os riscos adicionais do modelo de negócios de um alvo e seus retornos esperados.

O banco assessorou a Boeing na venda, em 22 de abril, da subsidiária de software de voo Jeppesen para a Thoma Bravo por US$10,6 bilhões, em um acordo de tecnologia. “A volatilidade impacta as transações”, disse Cox. “Os compradores devem precificar esse risco adicional ou recuar e aguardar que a situação seja conhecida.”

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.