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- A Samsung lançou o novo headset Galaxy XR, que tem despertado comparações com o Apple Vision Pro.
- Se você está interessado em realidade estendida, o Galaxy XR pode oferecer novas experiências imersivas e exploração virtual detalhada.
- O dispositivo traz um design leve e confortável, mas enfrenta desafios como autonomia limitada da bateria e preço elevado.
- O Galaxy XR representa um passo importante para a plataforma Android XR e pode influenciar a variedade de dispositivos no mercado de XR no futuro.
O lançamento do headset Galaxy XR da Samsung gerou discussões sobre sua capacidade de competir com o Apple Vision Pro. Especialistas analisaram as primeiras impressões do dispositivo, a duração da bateria do Pixel 10 e o suporte da Qualcomm ao Linux. Esses temas recentes no mundo da tecnologia mobile e de realidade estendida (XR) mostram os desafios e avanços do setor.
O Galaxy XR da Samsung: Primeiras Impressões e Design
A Samsung lançou oficialmente o seu headset, anteriormente conhecido como Projeto Moohan, após a promessa da Google de apresentar hardware de realidade estendida (XR) até o final do ano. Mishaal Rahman e C. Scott Brown, da equipe do Android Authority, tiveram a chance de testar o dispositivo e compartilhar suas primeiras impressões, avaliando seu potencial para competir no mercado.
C. Scott Brown teve a oportunidade de usar o Galaxy XR por um período estendido, cerca de duas semanas antes do lançamento oficial, e destacou o conforto do aparelho. Ele atribuiu esse conforto em grande parte à decisão da Samsung de adotar uma bateria externa, conectada por um cabo. Essa escolha estratégica reduz significativamente o peso do dispositivo na cabeça do usuário, tornando a experiência de uso mais agradável e menos fatigante em comparação com outros headsets.
A abordagem de design com bateria separada é similar à do Apple Vision Pro e contribui para que o Galaxy XR seja aproximadamente 150 gramas mais leve que o modelo da Apple. Em comparação com o Meta Quest, que possui a bateria integrada, o Galaxy XR oferece uma distribuição de peso mais equilibrada. No entanto, essa bateria externa, que tem o tamanho de um smartphone, oferece apenas cerca de duas horas de uso com uma única carga.
Essa autonomia limitada pode ser um ponto de crítica, especialmente considerando que muitos filmes e sessões de conteúdo imersivo ultrapassam as duas horas. Scott expressou estranheza pelo fato de a bateria, sendo externa e não limitada por espaço no headset, não ter uma capacidade maior para estender o uso. A ausência de opções para adquirir baterias adicionais no momento do lançamento também levanta preocupações sobre a continuidade do uso sem interrupções para recarga.
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Recursos Visuais e Interatividade Imersiva
Entre os recursos que mais chamaram a atenção no Galaxy XR está a experiência com o Google Maps. Ele proporciona uma imersão profunda, permitindo que os usuários “caminhem” virtualmente por cidades e locais em uma visão 3D completa, similar ao Street View, mas com uma sensação de presença muito mais real. Além disso, é possível ter uma visão aérea, como um “super-herói”, para entender o layout das cidades e vilarejos.
A capacidade de explorar o interior de ambientes é um diferencial. Utilizando inteligência artificial, o sistema agrega milhares de fotos públicas para criar modelos 3D detalhados de locais como restaurantes. Isso permite que os usuários visualizem o espaço antes de uma visita, verificando o número de mesas, a decoração ou a existência de áreas externas, o que pode ser extremamente útil para planejamento de viagens e reservas, oferecendo uma prévia visual que não seria possível em uma tela tradicional.
A plataforma Android XR foi desenvolvida com IA generativa desde suas bases, integrando o Gemini ao seu sistema operacional de forma nativa. Uma das demonstrações práticas dessa integração foi a capacidade de organizar as janelas de aplicativos no ambiente virtual. Com um simples comando de voz para o Gemini, o usuário pode reorganizar múltiplas janelas abertas em um formato de grade limpo e ordenado, evidenciando uma integração da IA ao nível do sistema operacional que vai além de um simples chatbot.
C. Scott Brown observou, contudo, que muitas das outras funções que utilizam o Gemini no headset, como descrever o que se está vendo em uma tela (similar ao Gemini Live), já são funcionalidades encontradas em smartphones e tablets. Isso sugere que, embora a IA esteja profundamente integrada, o potencial completo do Gemini no Galaxy XR ainda precisa ser mais explorado e demonstrado com funcionalidades que sejam verdadeiramente únicas para o ambiente XR.
Considerações sobre o Preço, Jogos e Produtividade
O Galaxy XR é lançado com um preço de US$ 1.800. Para adquirir os controladores dedicados, que são vendidos separadamente, o valor total do investimento ultrapassa os US$ 2.000. C. Scott Brown argumentou que a falta de controladores inclusos desde o início limita o headset, impedindo que seja um “dispositivo tudo-em-um” para experiências de realidade virtual, especialmente para jogos que dependem de controles específicos para uma interação imersiva.
Mishaal Rahman também considerou a compra do dispositivo, mas hesitou devido a desafios na obtenção de lentes de prescrição e dúvidas sobre a utilidade para seu fluxo de trabalho. Como ele realiza a maior parte de suas tarefas em um PC com Windows, a experiência de produtividade no Android XR, mesmo com uma “tela infinita”, não oferecia a mesma robustez. O navegador Chrome do Android XR, por exemplo, carece de extensões e outros comportamentos de desktop esperados para um trabalho mais complexo.
A aplicação Virtual Desktop, que permite estender a tela de um PC Windows para o headset, foi vista como um ponto positivo por Mishaal, mas ele questionou se o alto custo do dispositivo se justificaria apenas para essa funcionalidade secundária. A biblioteca limitada de jogos VR compatíveis com o Android XR também foi uma preocupação. Ele mencionou a vontade de jogar títulos como Half-Life: Alyx, mas a incerteza sobre a compatibilidade no ecossistema Android XR é um fator.
Scott ainda ressaltou a existência de muitos jogos VR exclusivos para plataformas como PlayStation VR (ex: Horizon) ou Meta Quest (ex: Resident Evil 4 Remake), o que significa que, mesmo com o Steam Link disponível, o Galaxy XR não oferece acesso a todo o universo de jogos. A fragmentação do mercado de VR exige que os usuários considerem múltiplos headsets, o que é um impedimento significativo para a adoção em massa.
A Google tem posicionado o Android XR como uma plataforma aberta, diferenciando-o dos ecossistemas mais fechados do Apple Vision Pro e do modelo inicial do Meta Quest. Essa estratégia visa encorajar outros fabricantes a desenvolverem seus próprios dispositivos XR, incluindo óculos inteligentes, como os que empresas como Xreal já confirmaram estar desenvolvendo. A esperança é que essa abordagem de plataforma leve a uma maior variedade de produtos e preços no futuro, talvez até a um “Meta Quest killer” mais acessível.
No entanto, ambos os especialistas expressaram ceticismo sobre o sucesso imediato do Galaxy XR. A Samsung e a Google, no lançamento, pareciam mais entusiasmadas com os “próximos produtos” e óculos inteligentes do que com o próprio headset, indicando que o Galaxy XR é visto como um “ato de abertura”. A aposta da Google na longevidade da plataforma, apesar da sua tendência histórica de abandonar projetos que não decolam rapidamente, será crucial para o futuro do Android XR.
Desafios na Autonomia do Pixel 10
A duração da bateria tem sido um ponto de discussão frequente para os usuários dos smartphones Pixel, especialmente com a série Pixel 10. Mishaal Rahman mencionou que, além de problemas anteriores com inchaço de bateria em modelos da série A, agora há relatos de drenagem rápida de bateria em aparelhos com chipset Tensor. O Android Authority investigou a fundo as causas desses problemas, revelando insights importantes sobre a eficiência dos chips da Google.
Rob Triggs, um dos principais analistas do Android Authority, conduziu testes rigorosos para entender o consumo de energia da série Pixel 10. Ele comparou o Pixel 9 Pro XL, o Pixel 10 Pro XL e o Galaxy S25 Ultra em uma variedade de cenários de uso, desde tarefas de baixo desempenho até as mais exigentes. Os resultados detalhados ajudaram a identificar as condições específicas onde a bateria do Pixel 10 sofre mais.
Em tarefas de baixo consumo, como manter o telefone em idle com a tela ligada ou desligada, conectado ao Wi-Fi ou dados móveis, os três modelos apresentaram um consumo de energia muito parecido, sem grandes disparidades. Essa uniformidade sugere que o problema não reside no uso passivo do dispositivo. As diferenças começaram a aparecer em cenários de uso mais ativo e demandante de recursos.
Para tarefas de médio desempenho, como navegar intensivamente na web ou participar de videochamadas prolongadas, os smartphones Pixel, tanto o 9 quanto o 10, consumiram mais energia em comparação com o Galaxy S25 Ultra. No entanto, a diferença entre o consumo em Wi-Fi e em dados móveis nesses cenários de médio uso permaneceu relativamente proporcional entre todos os três telefones testados, indicando uma performance mais consistente, embora ainda com maior consumo nos Pixels.
O cenário mudou drasticamente em tarefas de alto desempenho, que incluem baixar arquivos muito grandes ou reproduzir vídeos em 1080p via streaming. Nesses casos, os chips Tensor do Pixel apresentaram um desempenho notavelmente inferior. A disparidade entre o consumo de bateria em Wi-Fi e em dados móveis foi significativamente maior nos Pixels, o que aponta para uma ineficiência substancial sob carga pesada na conexão celular, um uso que exige muito do modem e do processador.
Um dado ainda mais preocupante revelado pelos testes foi que o Pixel 10 teve um desempenho de bateria pior que o Pixel 9 nesses mesmos cenários de alto desempenho e conexão celular. Considerando que ambos os modelos utilizam o mesmo modem, a causa da ineficiência parece estar ligada ao chipset Tensor em si ou a alguma otimização de software que ainda não foi resolvida na geração mais recente. A Google, por sua vez, não ofereceu nenhum comentário oficial sobre os dados.
Para usuários de Pixel que buscam otimizar a vida útil da bateria, a recomendação clara é evitar ao máximo a realização de tarefas de alto consumo de energia em conexões de dados móveis, como baixar arquivos pesados ou assistir a vídeos em alta definição. Priorizar o uso de Wi-Fi para essas atividades pode fazer uma diferença considerável na duração da bateria. Rob Triggs destacou que essa questão também afeta o Galaxy S25 Ultra, mas em um grau muito menor, sendo mais acentuada nos Pixels.
O Debate sobre o Chipset Tensor
A comunidade de fãs do Pixel tem demonstrado crescente frustração com a persistência dessas questões de desempenho e eficiência. Muitos questionam a decisão da Google de continuar utilizando seus chips Tensor, dadas as queixas em comparação com a performance e eficiência energética dos processadores Snapdragon da Qualcomm. Há um apelo significativo para que a Google considere retornar aos chips da Qualcomm para as futuras gerações de seus smartphones, visando uma experiência geral superior, especialmente em jogos e tarefas pesadas.
C. Scott Brown, no entanto, argumenta que a Google deveria manter o uso de seus chipsets Tensor. Ele defende que, para a grande maioria dos usuários de smartphones – cerca de 90%, segundo sua estimativa –, o Tensor oferece um desempenho totalmente satisfatório para as necessidades diárias. Ele enfatiza que o público do Android Authority e entusiastas de tecnologia representam um nicho que valoriza benchmarks e performance máxima, enquanto o usuário médio não realiza tarefas como emulação de jogos ou download de arquivos gigantes em dados móveis.
Brown também destaca a importância de ter um chip alternativo no mercado. Ele aponta que a predominância da Qualcomm, com cerca de 95% dos smartphones Android nos Estados Unidos usando seus processadores, confere um poder excessivo à empresa sobre o mercado e os preços dos dispositivos. A existência do Tensor e de outros chips, como os da MediaTek, fomenta a competição, o que, a longo prazo, pode beneficiar os consumidores ao incentivar a inovação e controlar os custos.
Qualcomm e o Suporte Limitado ao Linux Terminal
Enquanto os chips Tensor da Google enfrentam críticas de alguns usuários, eles se destacam em uma área específica: o suporte à emulação Linux. Mishaal Rahman explicou que a Google tem desenvolvido um recurso de Linux Terminal, que permite executar aplicativos desktop Linux completos em smartphones Android. Isso inclui programas como GIMP, LibreOffice e até a versão desktop do Chromium, tudo rodando em uma máquina virtual no próprio aparelho.
O grande diferencial, no entanto, é que esse recurso está disponível apenas em telefones Android que suportam o Android Virtualization Framework e máquinas virtuais não protegidas. Surpreendentemente, nenhum chip Qualcomm Snapdragon, incluindo o mais recente Snapdragon 8 Elite Gen 5, oferece suporte a máquinas virtuais não protegidas. Essa limitação técnica impede a execução do recurso de Linux Terminal nesses dispositivos, criando uma desvantagem em relação à concorrência.
Ao ser questionada sobre essa limitação, a Qualcomm forneceu uma declaração. A empresa afirmou que sua prioridade é desenvolver tecnologia que atenda às necessidades de seus parceiros OEM (fabricantes de equipamentos originais) e dos consumidores finais. A Qualcomm mencionou que, à medida que o ecossistema Android expande seus casos de uso de virtualização, eles permanecerão “prontos para suportar requisitos emergentes, incluindo casos de uso não seguros como o Linux Terminal, caso a demanda do mercado surja”.
Essa posição da Qualcomm contrasta com a de outros grandes fabricantes de chips para dispositivos móveis. Os chips Tensor da Google, os Exynos da Samsung e os da MediaTek já oferecem suporte completo para máquinas virtuais não protegidas. Essa diferença coloca a Qualcomm em uma posição singular no mercado, especialmente considerando a importância crescente da virtualização para o futuro do Android.
O Potencial do Android em PCs com Suporte Linux
Embora o Linux Terminal seja considerado um recurso de nicho atualmente, seu potencial a longo prazo é significativo, especialmente para o futuro do Android em PCs. A Google vê essa funcionalidade como um pilar fundamental para a transição do sistema operacional para o ambiente de computadores pessoais. A expectativa é que, em cinco ou seis anos, essa tecnologia esteja muito mais avançada, permitindo que aplicativos Linux rodem com desempenho próximo ao nativo em PCs Android com chips de próxima geração.
A decisão da Qualcomm de não suportar máquinas virtuais não protegidas pode ser vista como um risco em termos de preparação para o futuro. A Google está investindo pesadamente no desenvolvimento de uma experiência desktop completa para o Android, e a ausência desse suporte pode limitar a capacidade dos dispositivos com Snapdragon de se integrarem plenamente a essa visão. Esse recurso é crucial para que os usuários possam desfrutar de aplicativos robustos e ferramentas de desenvolvimento que tradicionalmente são exclusivos do Linux.
Mishaal Rahman destacou que a falta de suporte da Qualcomm para essa funcionalidade é uma decepção. Ele comparou a situação com o suporte de saída de vídeo para monitores externos em smartphones: hoje pode não ser essencial, mas em alguns anos, com o amadurecimento do modo desktop do Android, a ausência de recursos como o Linux Terminal será um grande impeditivo para a versatilidade dos dispositivos.
O chipset Tensor da Google, portanto, tem uma vantagem clara sobre os Snapdragon da Qualcomm nesta área específica. Essa funcionalidade de virtualização Linux é vista como um “future proofing” para os dispositivos, garantindo que eles estejam prontos para as próximas evoluções do sistema operacional Android. Mishaal salientou que, embora hoje muitos telefones não se conectem a um PC para serem usados como um computador completo, essa realidade pode mudar drasticamente nos próximos cinco anos, com o amadurecimento da plataforma Android para PCs.
Rick Osterloh, da Google, e Cristiano Amon, da Qualcomm, já haviam discutido o futuro do Android em PCs no Snapdragon Summit, com Amon expressando entusiasmo pela visão e afirmando ter visto o projeto em ação. A decisão da Qualcomm de não incluir o suporte ao Linux Terminal em seus chips mais recentes parece um tanto incongruente com essa visão compartilhada e com o direcionamento estratégico da Google para o Android em plataformas maiores.
A Google inclusive deu a entender que pretende trabalhar com parceiros para habilitar jogos por meio da VM Linux em dispositivos Android. Se houver colaboração com empresas como a Valve para integrar o Proton — a camada de compatibilidade usada no Steam Deck — isso poderia, teoricamente, permitir que telefones Android do futuro rodem jogos do Steam. Essa é uma visão ambiciosa que a ausência do suporte da Qualcomm pode impedir que seus chips alcancem.
Essas discussões evidenciam um momento dinâmico e de certa incerteza no cenário da tecnologia. Tanto a aposta da Samsung no segmento de XR quanto os desafios da Google com seus chips Tensor, além das decisões da Qualcomm em relação ao suporte Linux, moldarão o futuro dos dispositivos mobile e das plataformas de realidade estendida. Resta acompanhar como as empresas irão adaptar suas estratégias para atender às demandas crescentes dos usuários e ao potencial de novas tecnologias.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

