Todo tutor de gato já sabe: gatos são líquidos. Eles se espremem em qualquer espaço, desafiando a lógica da física. Mas será que a ciência confirma essa observação tão comum entre os donos de felinos? Dois pesquisadores, um físico francês e um etólogo húngaro, investigaram essa peculiaridade.
Gatos são líquidos: a Ciência Entra em Cena
A ideia de que gatos são líquidos inspirou diversos memes na internet. Mas a constatação popular ganhou um novo rumo com a publicação de dois estudos científicos. O primeiro, intitulado “Sobre a reologia dos gatos”, rendeu ao físico francês Marc-Antoine Fardin o Prêmio Ig Nobel de Física de 2017. Este prêmio, vale lembrar, reconhece pesquisas aparentemente bizarras, mas com base científica sólida.
Mais recentemente, em outubro de 2024, o estudo “Os gatos são (quase) líquidos! Os gatos confiam seletivamente na consciência do tamanho do corpo ao negociar aberturas curtas”, de autoria de Péter Pongrácz, foi publicado. A pesquisa se aprofundou na capacidade dos felinos de se adaptarem a diferentes espaços.
Para entender melhor a “liquidez” felina, Fardin utilizou conceitos da reologia, ciência que estuda a deformação e o fluxo da matéria. Ele empregou o “número de Débora”, que mede a velocidade com que um líquido assume a forma do recipiente. A água, por exemplo, tem um número de Débora baixo, enquanto o mel tem um número mais alto.
De acordo com Fardin, os gatos se encaixam na categoria de “líquido não newtoniano”. Sua capacidade de mudar de forma para preencher um espaço sem alterar o volume os assemelha a substâncias como o ketchup. Essa descoberta científica valida a percepção intuitiva de muitos donos de gatos.
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Gatos e a Percepção do Próprio Corpo
O estudo de Pongrácz, realizado na Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, analisou a consciência corporal dos gatos ao passarem por aberturas estreitas. Em 39 residências, foram instaladas barreiras de papelão com buracos. O objetivo era observar como os felinos lidavam com o desafio de atravessá-los.
A pesquisa revelou que, apesar de hesitar diante de aberturas muito pequenas, os gatos se jogavam em aberturas estreitas, quase sempre persistindo até conseguir passar. Os resultados indicam que os felinos, embora possuam autoconsciência do tamanho do próprio corpo, não se deixam intimidar facilmente por espaços confinados.
Apesar de muitos donos de gatos já estarem familiarizados com a capacidade de seus felinos de se espremerem em espaços inusitados, a pesquisa científica contribui para uma melhor compreensão dessa habilidade, confirmando-a como característica comportamental e física desses animais. A observação dos gatos passando por aberturas estreitas, literalmente como um líquido, é intrigante.
Pongrácz pretende realizar mais pesquisas sobre a capacidade dos gatos de avaliarem o espaço e se adaptarem a ele. O estudo sugere que, além de apresentarem propriedades físicas semelhantes a líquidos, os gatos possuem uma interessante consciência espacial e adaptação comportamental.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo