Google enfrenta processo na Europa por uso de IA em buscas

Empresa é alvo de ação na UE por efeito de resumos de IA que alteram o tráfego de sites e preocupam editores digitais
Atualizado há 1 dia atrás
Google enfrenta processo na Europa por uso de IA em buscas
Empresa enfrenta ação na UE por impacto de IA no tráfego e preocupações de editores. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Um grupo de veículos de publicação entrou com ação judicial contra a Google na UE e no Reino Unido.
    • A denúncia é sobre a prática da Google de usar a função Visão Geral Criada por IA, que resume resultados de busca.
    • Críticos alegam que essa funcionalidade reduz acessos aos sites, afetando a receita de publishers.
    • A Google defende sua tecnologia, afirmando que ela aumenta possibilidades de perguntas e descoberta de conteúdos.
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Um grupo de veículos de publicação independente na internet deu início a uma ação judicial contra a Google na União Europeia e no Reino Unido. O consórcio acusa a gigante da tecnologia de aplicar práticas de mercado que ferem a concorrência. A base da queixa é a função AI Overviews, conhecida no Brasil como Visão Geral Criada por IA, que resume resultados de busca.

De acordo com a agência Reuters, o grupo de veículos pediu a implementação de “medidas preventivas”. O objetivo é evitar o que chamam de “danos irreparáveis” aos modelos de negócio de diversos sites que dependem da publicação de conteúdo para sua receita e sustentabilidade. A comissão responsável pelo caso ainda não se manifestou.

Como a Visão Geral Criada por IA Funciona

A funcionalidade Visão Geral Criada por IA é um recurso do buscador da Google que agora apresenta um resumo de termos pesquisados pelos usuários. Esse resumo vem em formato de texto e tópicos, destacando os pontos principais sobre um assunto procurado. É uma forma de fornecer uma resposta rápida e direta aos usuários.

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O conteúdo gerado por essa inteligência artificial é posicionado acima dos tradicionais links de resultados em uma pesquisa. Um ponto de preocupação para os críticos é que essa ferramenta nem sempre indica de forma clara quais foram as fontes consultadas. Além disso, ela também nem sempre mostra onde o usuário pode ler mais sobre o tema original, o que gera incerteza.

O principal motivo de preocupação para os editores de conteúdo é justamente essa falta de direcionamento claro. Eles argumentam que, ao oferecer um resumo completo, a Google reduz a necessidade de os usuários clicarem nos links originais. Isso afeta diretamente o tráfego dos sites e, consequentemente, suas receitas de publicidade.

É importante observar que a Google tem investido pesado em tecnologias de inteligência artificial. Por exemplo, técnicas de colaboração entre modelos de IA têm mostrado um desempenho aprimorado. Essa evolução tecnológica permite funcionalidades cada vez mais complexas e integradas ao dia a dia dos usuários.

O Argumento dos Editores e a Resposta da Google

A Independent Publishers Alliance, que representa os editores, alega que a Google está abusando de seu poder no mercado de buscas. Com a chegada dos novos resumos por IA, a empresa estaria ampliando ainda mais seu domínio. A preocupação é que os usuários se satisfaçam com a visão geral, evitando acessar as páginas originais.

Essa prática, segundo o consórcio, estaria diminuindo de forma considerável a receita, os acessos e a taxa de leitura de projetos que dependem das visitas vindas do buscador. A acusação de monopólio não é algo novo para a Google. A empresa já foi considerada monopólio em buscas e no setor de anúncios em processos nos Estados Unidos.

Essa situação gera debates sobre o futuro da publicação de conteúdo online. A maneira como a informação é distribuída e consumida pode mudar drasticamente. A influência de chatbots de IA em como as pessoas interagem com o conteúdo é um tema crescente. Inclusive, há discussões sobre como a tecnologia de vídeos com IA pode permitir interações visuais inovadoras.

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O consórcio de editores pede que a Google adicione um botão específico. Este botão permitiria que os proprietários de sites proibissem a extração e o uso de seus conteúdos pela Visão Geral Criada por IA. Além disso, eles exigem a possibilidade de impedir essa extração sem que isso resulte em penalizações no ranqueamento de busca, mantendo a visibilidade.

Em uma nota enviada à Reuters, a Google defendeu sua nova experiência de IA na busca. A empresa afirma que as novidades “permitem às pessoas fazer ainda mais perguntas”. Isso, por sua vez, criaria novas oportunidades para que conteúdos e negócios sejam descobertos, aumentando a visibilidade e o alcance para todos.

A Google também argumentou que os relatórios que apontam a queda no tráfego de busca por causa da IA são “altamente incompletos e enviesados”. Segundo a empresa, vários outros fatores estariam envolvidos na possível redução de acessos em um site, e não apenas a introdução das ferramentas de inteligência artificial no buscador.

As discussões sobre o papel da inteligência artificial no acesso à informação continuam. Empresas como a Sakana AI, por exemplo, demonstram a evolução de equipes de IA colaborativas com múltiplos modelos. Esses avanços indicam que a IA está cada vez mais presente na maneira como interagimos com o mundo digital, levantando questões sobre ética e mercado.

O desenrolar desse caso judicial na Europa e no Reino Unido poderá definir novos rumos para a relação entre grandes plataformas e criadores de conteúdo, especialmente no cenário da inteligência artificial. A forma como os resultados de busca são apresentados e como as fontes são atribuídas continuará sendo um tópico central para o futuro da internet.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.