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A importação de carros BYD ganhou destaque no mercado brasileiro ao solicitar a redução temporária das alíquotas sobre veículos elétricos e híbridos que chegam desmontados do exterior. Essa iniciativa provocou reações entre concorrentes tradicionais, que questionam os riscos de desindustrialização e de prejudicar a equidade no setor. A discussão agora envolve o governo, montadoras e a própria empresa chinesa, em meio a uma disputa que pode impactar o futuro da produção local e os investimentos no Brasil.
O que motivou a reação das montadoras?
A BYD, ao inaugurar uma fábrica em Camaçari, na Bahia, colocou em prática sua operação no formato semi montado (SKD), antes de avançar para a produção total no país. Para isso, solicitou a redução das tarifas de importação para esses kits, além dos veículos desmontados (CKD). Atualmente, a alíquota para SKD varia de 25% a 28%, enquanto para CKD fica entre 10% e 14%. Contudo, a previsão do governo é aumentar essas tarifas para 35% em 2028.
A solicitação da BYD incluía uma tarifa de apenas 5% para os modelos CKD e 10% para os SKD antes de uma nova regra entrar em vigor. A justificativa foi facilitar sua operação local, com a promessa de gerar mais empregos e ampliar sua presença no Brasil. Já as concorrentes, como Volkswagen, Toyota, GM e Stellantis, reagiram criticando a medida, alegando que ela comprometeria a isonomia e ajudaria a desvalorizar a produção nacional.
Elas enviaram uma carta ao presidente Lula, pedindo para que o governo não aprove a redução das tarifas. Segundo essas empresas, o benefício à BYD poderia estimular a desindustrialização e prejudicar investimentos que deveriam chegar a cerca de R$ 60 bilhões até 2030, além de colocar em risco 50 mil empregos formais e o desenvolvimento tecnológico local. A preocupação é de que a entrada mais fácil de veículos chineses enfraqueceria o mercado interno e a cadeia produtiva.
A resposta da BYD veio com críticas às rivais, alegando que a preocupação delas se devia ao sucesso conquistado pelos seus veículos entre os consumidores brasileiros. A chinesa também afirmou que as marcas tradicionais não conseguirão competir com sua tecnologia e os preços praticados, como evidenciado em uma análise do mercado.
Como o governo decidiu por fim à disputa?
Diante das críticas e troca de farpas entre as empresas, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) interveio na questão. A decisão foi publicada no Diário Oficial na última semana, atendendo às demandas de uma forma equilibrada, de modo a evitar prejuízos futuros.
O governo optou por zerar, temporariamente, as alíquotas de importação para carros elétricos e híbridos que chegam semissmontados ou desmontados até janeiro de 2026, ou até o esgotamento da cota de isenção, que corresponde a US$ 463 milhões (cerca de R$ 2,54 bilhões na cotação do dia). Essa medida beneficia diretamente a importação de carros BYD, facilitando seu ingresso no mercado nacional.
Para as montadoras já atuantes no Brasil, o governo decidiu acelerar a entrada em vigor do aumento na tarifa de 35%. Assim, a nova alíquota será aplicada a partir de janeiro de 2027, um ano e meio antes do previsto originalmente, que era para ocorrer somente em julho de 2028. Essa mudança visa proteger a produção local e evitar uma competição desleal mais cedo.
A movimentação das tarifas evidencia a tentativa do governo de equilibrar os interesses das empresas estrangeiras e proteger o parque industrial nacional. Essa estratégia também busca atrair investimentos e incentivar a fabricação local de veículos elétricos, uma tendência global que promete crescer ainda mais. Para mais detalhes sobre o desfecho dessa disputa, é possível consultar a análise completa no TecMundo.
Ainda, o cenário indica que a importação de carros BYD deve continuar com facilidades temporárias durante o período de transição, além de reforçar a presença de fabricantes internacionais no Brasil. Assim, o país busca equilibrar inovação, competitividade e proteção do mercado interno, numa fase de forte crescimento do setor de veículos elétricos e híbridos.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.