A Anatel decidiu incluir parte da faixa de 6 GHz para Wi-Fi em serviços móveis, prevendo um leilão até o fim de 2026. Essa decisão reacendeu o debate entre o Wi-Fi e a telefonia celular sobre o uso dessa faixa de frequência.
Faixa de 6 GHz para Wi-Fi: O Debate entre Wi-Fi e Telefonia Celular
Entidades como Abrint e Neo, representando provedores de internet, defendem que toda a faixa de 6 GHz (1200 MHz) seja destinada ao Wi-Fi. A Abrint chegou a criticar a Anatel, argumentando que dividir o espectro com a telefonia móvel seria prejudicial ao Wi-Fi e um retrocesso na inclusão digital. Em um comunicado, a entidade chamou essa decisão de uma “morte lenta” para o Wi-Fi.
Por outro lado, a GSMA discorda, afirmando que boa parte da população de baixa renda acessa Wi-Fi por meio de seus celulares, principalmente no trabalho. Em casa, porém, muitas vezes dependem de planos de dados móveis para acesso à internet. Segundo Luciana Camargos, head global de espectro da GSMA, o acesso móvel é mais democrático por estar disponível a qualquer hora e lugar, diferente do Wi-Fi, que necessita de infraestrutura.
Espectro Suficiente para Wi-Fi
Para a GSMA, os 500 MHz reservados pela Anatel para uso não licenciado (Wi-Fi) na parte inferior da faixa de 6 GHz são suficientes. Esses 500 MHz podem ser combinados com a faixa de 5 GHz, já destinada a uso não licenciado, bastando atualizar os roteadores para padrões Wi-Fi 6E e 7. A executiva lembra que 500 MHz é uma quantidade maior do que qualquer operadora móvel já recebeu em um único bloco.
A GSMA ressalta que a disponibilidade da faixa de 6 GHz para Wi-Fi depende também da atualização dos equipamentos. A troca de roteadores antigos por modelos mais novos, compatíveis com as novas tecnologias Wi-Fi, é fundamental para aproveitar o potencial da faixa de 6 GHz.
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Cenário Internacional e o Futuro da Faixa de 6 GHz para Wi-Fi
Dados da GSMA mostram que apenas 11% dos países destinaram a faixa de 6 GHz inteiramente ao Wi-Fi, incluindo os EUA. Em contrapartida, na Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23), países representando 60% da população mundial, incluindo a Europa e o México, defenderam a divisão da faixa entre serviços móveis e Wi-Fi. Hong Kong foi pioneiro em leiloar a parte superior da faixa de 6 GHz para telefonia celular.
A proposta da Anatel de destinar 500 MHz para uso não licenciado e 700 MHz para serviços móveis se alinha com a tendência global de dividir o espectro. A parte licenciado da faixa de 6 GHz pode ser utilizada para as redes móveis de sexta geração (6G), previstas para implementações comerciais a partir de 2030.
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Via Mobile Time