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- Estudo revela que a hanseníase já circulava nas Américas antes da chegada dos europeus, com evidências em DNA de mil anos atrás.
- Você vai entender como essa descoberta muda o que sabíamos sobre a história da doença no continente.
- A pesquisa pode impactar o tratamento e a compreensão da hanseníase, ainda presente em países como o Brasil.
- O estudo também sugere redes de comunicação avançadas entre povos pré-colombianos.
Já ouviu falar que a lepra, hoje conhecida como hanseníase, era uma doença trazida pelos europeus para as Américas? Uma pesquisa recente mostra que essa história não é bem assim. A doença já circulava por aqui muito antes da chegada de Cristóvão Colombo. Cientistas descobriram evidências de hanseníase em amostras de DNA de pessoas que viveram no Canadá há mais de mil anos. Essa descoberta muda tudo o que sabíamos sobre a história da doença no continente americano.
A história da hanseníase nas Américas
A hanseníase, como é chamada atualmente, tem um passado bem complicado. A doença sempre carregou um estigma muito forte, aparecendo em textos bíblicos e sendo vista como incurável. Por isso, os profissionais de saúde preferem usar o termo hanseníase, em homenagem ao médico Gerhard Hansen, que descobriu a causa da infecção.
Os primeiros registros da hanseníase têm quase 5 mil anos. Acredita-se que a doença, causada pelas bactérias Mycobacterium leprae ou Mycobacterium lepromatosis, surgiu na África ou na Ásia. De lá, espalhou-se para a Europa através do Oriente Médio.
Por muito tempo, a ciência acreditou que a hanseníase chegou às Américas com os colonizadores europeus, assim como outras doenças. No entanto, o biólogo argentino Nicolás Rascovan mudou essa história em 2017. Ele encontrou evidências de hanseníase em amostras de DNA de pessoas que viveram onde hoje é o Canadá, cerca de mil anos atrás. Isso é séculos antes da chegada dos europeus.
Descobertas genéticas revelam a presença pré-colombiana da hanseníase
Uma equipe internacional de 40 cientistas analisou quase 800 amostras de material genético, incluindo um dente, para chegar a essa conclusão. A pesquisa mostrou que as bactérias causadoras da hanseníase já estavam presentes nas Américas antes do contato com os europeus. Os resultados foram publicados na revista Science.
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Em 1873, Gerhard Hansen identificou a Mycobacterium leprae, o micro-organismo responsável pela hanseníase. Essa foi a primeira vez que uma bactéria foi identificada como causadora de uma doença em humanos. A descoberta foi um marco, abrindo caminho para a cura da hanseníase, algo impensável até então.
A sustentabilidade espacial é um tema cada vez mais importante, mas, voltando à hanseníase, recentemente, descobriu-se que outra bactéria também pode causar a doença. A Mycobacterium lepromatosis foi identificada em 2008 como uma espécie diferente da Mycobacterium leprae, mas que causa os mesmos sintomas.
Essa descoberta de hanseníase nas Américas antes de Colombo não significa que houve viagens secretas de outros povos para o continente. A explicação está na existência dessas duas bactérias diferentes que causam a mesma doença. Inclusive, o Brasil lidera em capacitação em inteligência artificial, um avanço que pode auxiliar em pesquisas como esta.
A diferença entre as bactérias e a disseminação da doença
Análises de ossos, feitas em parceria com povos originários do México, EUA, Brasil, Paraguai e Guiana Francesa, revelaram que a bactéria presente nas Américas era a Mycobacterium lepromatosis, diferente daquela descoberta por Hansen. A maioria dos casos positivos encontrados no estudo veio da América do Norte, indicando que essa bactéria era mais comum nessa região.
Apesar disso, foram encontrados casos desde o Canadá até a Argentina. Ainda não se sabe se a doença era transmitida por animais ou entre humanos. Se fosse entre humanos, isso sugeriria que já existiam redes de comunicação bem desenvolvidas na América antes de Colombo.
É importante lembrar que os colonizadores europeus também trouxeram a hanseníase para as Américas, mas causada pela M. leprae. Atualmente, essa variedade importada é a principal causa da hanseníase no continente americano.
A hanseníase ainda é uma realidade, apesar de ser uma doença antiga e de ter mudado de nome. A infecção afeta a pele e os nervos e, se não tratada, pode causar feridas graves. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados mais de 180 mil casos em 2023, sendo quase 25 mil nas Américas, com 90% deles no Brasil.
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Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.