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- O Google Glass foi lançado em 2012 como um dispositivo inovador, mas enfrentou desafios de privacidade e aceitação.
- Você pode entender como a tecnologia promissora pode não alcançar o sucesso esperado devido a questões éticas e de mercado.
- O fim do Google Glass afeta o mercado de wearables e sinaliza uma mudança na estratégia do Google para realidade estendida.
- O dispositivo deixou um legado na evolução dos gadgets vestíveis, mesmo sem se tornar popular.
Em abril de 2012, o Google anunciou o “Project Glass”, um projeto ambicioso de óculos que funcionariam como um smartphone com comando de voz. Essa proposta gerou grande expectativa, sendo vista como um potencial concorrente dos dispositivos da Apple, que já contavam com a assistente Siri. O dispositivo vestível prometia integrar o mundo digital ao cotidiano de forma inovadora, mas será que cumpriu o que prometeu?
A Siri estava prestes a ser superada, segundo a CNN na época, que divulgou uma foto do Google de um óculos futurista com um mini display transparente em apenas um dos olhos. O wearable estava sendo desenvolvido pelo Google X, o laboratório de inovação da empresa, e um vídeo publicitário mostrava o que se esperava da novidade.
A simulação no vídeo mostrava um mundo onde o Google Glass seria uma segunda tela, permitindo acessar notificações, responder mensagens e usar o Google Maps com as mãos livres. O vídeo, intitulado “Project Glass: One Day…“, acumulou mais de 22 milhões de visualizações.
Um detalhe interessante era o mecanismo de áudio por Transdutor de Condução Óssea (BCT), localizado atrás da orelha e disfarçado com o logo do Glass, permitindo ouvir tudo discretamente, sem fones de ouvido.
A primeira aparição pública do Google Glass foi com Sergey Brin, cofundador do Google, usando o protótipo em um evento beneficente em São Francisco. No entanto, essa mesma cidade, um ano depois, já tinha bares proibindo a entrada de pessoas usando as versões beta do dispositivo, devido à polêmica sobre a violação de privacidade, já que era fácil gravar vídeos e tirar fotos sem que as pessoas percebessem.
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Esses conflitos éticos prevaleceram, apesar dos esforços de marketing, que incluíram modelos desfilando com o dispositivo na Semana de Moda de Nova York de 2012.
O Lançamento e os Desafios do Google Glass
O lançamento inicial foi restrito a desenvolvedores e entusiastas em abril de 2013, dentro do programa “Google Glass Explorer Edition”. Em maio de 2014, o produto foi aberto ao público em geral por US$ 1,5 mil, com 2 GB de RAM, 16 GB de espaço, Wi-Fi, Bluetooth e uma câmera de 5 MP.
Ainda em 2014, Babak Parviz, líder nas pesquisas do óculos, foi contratado pela Amazon. Pouco tempo depois, o Google anunciou a descontinuidade do programa “Google Glass Explorer Edition”, que nem sequer chegou a ser lançado oficialmente no Brasil. A imprensa da época chegou a dizer que as lentes conectadas tinham virado “piada”.
A estratégia de venda começou a mudar, com o público-alvo se concentrando principalmente em empresas, o que se consolidou em 2017 com o lançamento do Google Glass Enterprise Edition, voltado para o mercado corporativo.
Google Glass para empresas: A virada para o mercado corporativo
A última edição do Google Glass, o Enterprise Edition 2, foi lançada em 2019, com um design bem diferente do primeiro modelo. As hastes eram mais largas e reforçadas, e o preço era mais baixo (US$ 999). O dispositivo contava com 3 GB de RAM, 32 GB de espaço, Wi-Fi, Bluetooth, resistência à poeira e água, bateria de 820 mAh e câmera de 8 MP.
O Glass Enterprise recebeu atualizações nos anos seguintes, incorporando o Meet em 2020, quando a pandemia aumentou a frequência das videoconferências. Em 2022, foram testadas traduções simultâneas nos dispositivos. Contudo, em 15 de março de 2023, a página de suporte anunciou o fim das vendas do Glass Enterprise Edition, sem outro comunicado oficial.
Desde então, a estratégia do Google no segmento de vestíveis está focada nos óculos de realidade estendida (XR), que combinam realidade aumentada e IA.
No evento para desenvolvedores Google I/O, a empresa anunciou o Android XR, um projeto para dispositivos como headsets e óculos, integrados ao Gemini, a inteligência artificial generativa do Google. O produto é fruto de uma parceria com Qualcomm e Samsung. Empresas brasileiras planejam manter o trabalho 100% presencial em 2025, o que pode impactar a necessidade de dispositivos como o Google Glass no ambiente corporativo.
O Google Glass teve uma trajetória cheia de altos e baixos. Desde o hype inicial como um produto revolucionário até o seu reposicionamento para o mercado corporativo, o dispositivo enfrentou desafios relacionados à privacidade e aceitação pelo público. Apesar de não ter se tornado um sucesso de vendas para o consumidor final, o Google Glass deixou sua marca na história da tecnologia e abriu caminho para novas inovações no campo dos dispositivos vestíveis.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Mobile Time