Histórico da linha Galaxy Note: evolução e legado

Conheça a história e evolução da linha Galaxy Note, revolucionadora em smartphones com grande tela e recursos de produtividade.
Atualizado há 5 horas atrás
Histórico da linha Galaxy Note: evolução e legado
Descubra a evolução da linha Galaxy Note, pioneira em smartphones de produtividade. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • A linha Galaxy Note iniciou em 2011, criando o conceito de smartphones com telas grandes e caneta S-Pen.
    • As diferenças entre os modelos mostraram avanços em design, funcionalidades e inovação tecnológica ao longo dos anos.
    • O fim da linha, oficializado em 2022, marca uma mudança na estratégia de smartphones da Samsung, mas deixa um legado de inovação.
    • Os smartphones Galaxy Note influenciaram a popularização de dispositivos de grande tela e recursos de produtividade.
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A Samsung sempre se destacou no mercado de celulares com uma variedade de lançamentos para todos os bolsos. Entre tantos modelos, uma linha que deixou saudades e ainda está na memória de muitos é a dos aparelhos Galaxy Note. Essa família de smartphones criou um segmento totalmente novo, trazendo diversas curiosidades ao longo de sua história.

A Origem do Galaxy Note

A história desses aparelhos começou lá em 2011, numa época em que os smartphones ainda eram novidade para muita gente e tinham preços bem altos. Mesmo assim, uma parte do público queria algo mais avançado. A Samsung trouxe uma possível solução, focando em quem buscava maior produtividade e uma melhor experiência para consumir conteúdo.

O primeiro modelo foi apresentado na feira IFA, em Berlim. Ele foi pensado para pessoas que não queriam um tablet grande demais, mas que também não se sentiam totalmente confortáveis com a tela menor dos smartphones da época. Assim, nasceu o conceito de um aparelho híbrido, que unia o melhor dos dois mundos.

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Por um bom tempo, esse tipo de dispositivo foi chamado de phablet, uma mistura de tablet com a parte “ph” de smartphone. Esse termo, no entanto, não é mais usado nos dias de hoje. O modelo inicial do Galaxy Note tinha uma tela HD de 5,3 polegadas e vinha com um botão físico na parte de baixo, algo comum na época.

Existiam duas versões desse aparelho: uma com suporte a 4G, que era uma grande novidade, e outra apenas com 3G. Ele contava com um chip dual core e uma câmera traseira de 8 megapixels, consideradas bem avançadas para os padrões daquela época. Essa foi também a estreia da S-Pen, a caneta especial para desenhos, escrita e anotações, sendo um dos primeiros acessórios desse tipo integrado e otimizado para o celular. No Brasil, ele foi um dos pioneiros com tela Super AMOLED.

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O Galaxy Note foi bastante criticado por seu preço inicial de 300 dólares, o que dava cerca de 2 mil reais no Brasil. A recepção da crítica e do público foi mista. Um dos principais motivos para essa divisão de opiniões era o tamanho da tela. Muitos a consideravam grande demais, chegando a ser vista como estranha para transportar no dia a dia.

Até mesmo Steve Jobs, cofundador da Apple, era um dos grandes críticos ao uso de canetas em dispositivos móveis e defendia telas menores. Ele costumava dizer que ninguém compraria celulares com telas grandes. Naquele tempo, o iPhone 4s (2011) tinha uma tela de 3,5 polegadas, enquanto o Galaxy S2 da Samsung tinha 4,27 polegadas.

O primeiro Galaxy Note. (Imagem: Divulgação/Samsung)
O primeiro Galaxy Note. (Imagem: Divulgação/Samsung)

Apesar das críticas iniciais, o aparelho acabou criando um impacto duradouro. Ele ajudou a impulsionar o lançamento de modelos semelhantes de outras marcas, que também começaram a apostar em telas maiores. Hoje em dia, um celular com menos de 6 polegadas é geralmente considerado um modelo compacto.

A Evolução da Linha Galaxy Note

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Em 2012, chegou o Galaxy Note 2. Com ele, a Samsung estabeleceu um calendário de lançamentos que a empresa mantém até hoje: a linha S no início do ano e um modelo diferente no segundo semestre. As mudanças nesse aparelho foram mais focadas em melhorias específicas, sem grandes revoluções no design.

A tela aumentou para 5,5 polegadas e foi bastante elogiada pela qualidade e pelo novo formato. O botão físico ficou menor, com dois atalhos capacitivos ao lado. Ele oferecia até 64 GB de armazenamento interno, uma bateria de maior capacidade e a função multitarefas se tornou um de seus pontos fortes. A S-Pen também foi redesenhada, ganhando um lado achatado para melhor ergonomia e maior sensibilidade à pressão.

Em 2013, o Galaxy Note 3 trouxe uma atualização mais significativa. Ele ganhou um visual mais premium, com a parte traseira que imitava couro. A tela Full HD subiu para 5,7 polegadas, mas o aparelho ficou mais leve e fino. A câmera traseira de 13 MP gravava em 4K, e o celular contava com um chip quad-core e 3 GB de RAM, especificações muito boas para a época.

Essa versão também incluiu sensores que não voltaram em modelos seguintes, como um termômetro. Além disso, estreou o recurso Air View, que permitia navegar por proximidade, com toques do dedo na tela simulando a S-Pen. O Galaxy Note 3 foi um sucesso de vendas, alcançando 10 milhões de unidades vendidas em apenas dois meses.

O elegante Galaxy Note 3. (Imagem: Divulgação/Samsung)
O elegante Galaxy Note 3. (Imagem: Divulgação/Samsung)

Motivada por esse sucesso, a Samsung lançou no início de 2014 o Galaxy Note 3 Neo. Esta foi a primeira versão alternativa do modelo principal. Era um dispositivo mais acessível e menos potente, similar às atuais edições FE da Samsung. Ele vinha com uma tela um pouco menor, de 5,5 polegadas e apenas HD, além de 2 GB de RAM e outras limitações de hardware. O modelo não foi vendido em todos os países e acabou sendo pouco lembrado, mas serviu como um teste de mercado para a empresa.

A linha Galaxy Note também teve versões em formato de tablet, explorando o conceito da caneta em telas maiores. O primeiro foi o Galaxy Note 10.1, de 2012. Em 2013, veio o Galaxy Note 8.0, um pouco menor. Por fim, em 2014, a empresa lançou o Galaxy Note Pro, com uma tela de 12,2 polegadas, feito para competir com o iPad Pro da Apple.

Em outubro de 2014, a Samsung apresentou o Galaxy Note 4. Este modelo trouxe vários aplicativos novos e uma conexão aprimorada com o ecossistema de produtos da marca. Ele tinha uma tela Quad HD, uma câmera de 16 MP e mais recursos para a S-Pen, além de contar com tecnologia de recarga rápida, um diferencial para a época. Na mesma ocasião, a empresa lançou o Galaxy Note Edge.

O Galaxy Note Edge foi um modelo experimental. Seu nome foi escolhido por causa da lateral curvada da tela, que “vazava” para o lado. Essa área extra permitia exibir textos, atalhos e outras informações. Embora o modelo não tenha tido boas vendas, o conceito da tela curva foi aproveitado em outros smartphones da linha, ainda que por pouco tempo.

Imagem: Divulgação/Samsung
Imagem: Divulgação/Samsung

O Galaxy Note 5 foi lançado em 2015 e recebeu algumas críticas. Essa geração trouxe mudanças que geraram controvérsia, como a bateria não ser mais removível e a ausência de suporte para cartão microSD. Além disso, a Samsung decidiu não lançá-lo na Europa, o que foi uma decisão de mercado. Mesmo com esses pontos, o aparelho vendeu bem por causa do novo visual, dos 4 GB de RAM e das câmeras mais potentes.

O Desastre do Galaxy Note 7

Seguindo a ordem cronológica, a Samsung mudou a numeração dos aparelhos. Em vez de lançar o Galaxy Note 6, a empresa decidiu sincronizar a numeração da linha Note com a linha Galaxy S. Assim, em agosto de 2016, foi apresentado o Galaxy Note 7, que prometia muito.

O aparelho estreou o conector USB-C e contava com um belo acabamento em vidro e metal. Tinha proteção IP68 contra água e poeira, e um sistema de autenticação por leitura de íris, uma tecnologia avançada para a época. A tela apresentava laterais mais curvas e bordas menores, o que contribuía para seu design moderno. Com muitas vendas antecipadas, o modelo tinha tudo para marcar a história da indústria.

E realmente marcou, mas não do jeito que a Samsung esperava. Poucos dias após o lançamento, vídeos começaram a circular nas redes sociais, mostrando aparelhos Galaxy Note 7 pegando fogo do nada. Alguns até explodiam, causando ferimentos e danos materiais. Foi um caos generalizado. Com cada vez mais casos reportados e sem uma solução simples, a Samsung tomou medidas drásticas.

A empresa pediu que as pessoas simplesmente desligassem o aparelho, suspendeu as vendas e fez um recall mundial. Até hoje, o dispositivo é proibido em aeroportos por questões de segurança. O problema do Galaxy Note 7 envolvia falhas de design e fabricação, principalmente pela falta de espaço interno para os componentes. Eles ficaram muito próximos, gerando reações inesperadas.

O defeito mais grave estava na bateria, que expandia quando dois elementos da fonte de energia, que não deveriam se tocar, entravam em contato. Isso resultava no aumento excessivo da temperatura, causando os incidentes. No ano seguinte, a Samsung lançou o Galaxy Note FE, uma versão refeita do Note 7, com produção limitada na Coreia do Sul.

Essa nova versão tinha uma bateria menor e um processador um pouco melhor. No entanto, as vendas foram muito baixas por causa da desconfiança do público. Apesar do baixo desempenho comercial, ele deu origem à nomenclatura FE ou Fan Edition, que é usada hoje em dia em celulares da linha principal da Samsung, como uma forma de oferecer modelos com bom custo-benefício. A empresa continua buscando aprimorar seus dispositivos, como visto nas atualizações de áudio e configurações na One UI 8.

Recuperando a Reputação

Ainda em 2017, a Samsung lançou o Galaxy Note 8. A marca se desculpou publicamente e garantiu que realizaria “testes rigorosíssimos” nas baterias para evitar problemas futuros. O resultado foi um bom smartphone, com tela que ultrapassou as 6,3 polegadas. Ele foi o primeiro da linha sem o botão físico na parte frontal, apresentando cantos arredondados e bordas curvas.

O modelo contava com duas câmeras traseiras de 12 MP, suporte para o recurso Dex, que transformava o celular em um tipo de computador, e a assistente Bixby. No entanto, fãs mais atentos notaram que o design e o padrão seguiam muito de perto a linha Galaxy S8. Essa semelhança foi observada novamente no Galaxy Note 9, lançado em 2018.

O Galaxy Note 9 foi uma atualização mais discreta, com aumento no preço. A principal mudança foi o retorno de uma bateria de grande capacidade, após o incidente anterior. Ele oferecia até 8 GB de RAM e 512 GB de espaço de armazenamento. Como em outras gerações, este modelo tinha uma versão com chip próprio Exynos e outra com Snapdragon da Qualcomm, dependendo do mercado.

A S-Pen foi aprimorada com a inclusão de Bluetooth, permitindo tirar fotos e controlar apresentações à distância. O design do aparelho também foi modificado, com um novo esquema para as câmeras, que se destacavam na parte traseira. Essas melhorias contribuíram para a reputação da linha, que continuava a ser uma referência em tecnologia.

A mudança do Galaxy Note 9 (na cor preta) e o Galaxy Note 10 com traseira colorida. (Imagem: Divulgação/Samsung)
A mudança do Galaxy Note 9 (na cor preta) e o Galaxy Note 10 com traseira colorida. (Imagem: Divulgação/Samsung)

Em 2019, houve uma mudança na forma como os modelos eram nomeados e a adição de um novo aparelho. Isso indicava que a Samsung não estava totalmente satisfeita com o desempenho comercial da linha anterior. O resultado foram dois celulares: os Galaxy Note 10 e Note 10+. Eles trouxeram recursos como carregamento sem fio reverso para outros dispositivos e biometria sob a tela.

A traseira dos aparelhos mudava de cor dependendo da luz, um detalhe visual interessante. O botão Bixby foi integrado ao de energia, com um atalho para desativar a assistente pessoal. O modelo 10 Plus era realmente impressionante, com uma tela de 6,8 polegadas no padrão Infinity-O, bordas finas e alta resolução. O sensor de selfie ficava em um furo discreto na tela.

Ele oferecia até 12 GB de RAM e 1 TB de armazenamento, além de uma bateria robusta. No entanto, o aparelho não tinha a entrada tradicional para fones de ouvido. O Galaxy Note 10 Plus foi um grande sucesso de vendas na Coreia do Sul, onde a linha inteira sempre teve um desempenho muito forte. Se você gosta de manter seu dispositivo atualizado, vale a pena conferir a última atualização de segurança para o Galaxy S21.

Chegando mais perto do fim, o início de 2020 marcou o lançamento do Galaxy Note 10 Lite. Novamente, a Samsung trouxe um modelo com preço um pouco mais acessível e especificações técnicas diferentes. Por exemplo, ele tinha uma tela plana e um chip de geração anterior, mas manteve algumas características dos modelos top de linha, como a S-Pen. Além disso, trouxe de volta a entrada para fones de ouvido e o rádio FM.

O Fim do Galaxy Note

Em agosto de 2020, durante um evento virtual por conta da pandemia de covid-19, foram apresentados os Galaxy Note 20 e Galaxy Note 20 Ultra. Esta foi mais uma mudança na nomenclatura, com uma leve redução no preço e algumas funções cortadas, principalmente na variante convencional. As diferenças entre os dois modelos eram mais notáveis, buscando segmentar ainda mais o público.

O Note 20 Ultra se destacava com uma tela de 6,9 polegadas e taxa de atualização de 120 Hz, além de uma lente de zoom periscópico na parte traseira. Ambos os modelos vinham com chips de última geração e tinham variantes com e sem suporte ao 5G. A integração com PCs Windows também foi aprimorada, facilitando a produtividade. No entanto, as vendas não foram consideradas satisfatórias pela Samsung.

A linha Note 20. (Imagem: Divulgação/Samsung)
A linha Note 20. (Imagem: Divulgação/Samsung)

Esses foram os últimos celulares da linha Galaxy Note lançados pela Samsung. Em 2021, após muitos rumores, a Samsung decidiu não lançar um novo modelo da linha naquele ano. O principal motivo foi a crise de escassez de chips causada pela pandemia, que afetou toda a indústria de tecnologia. As empresas enfrentavam estoques reduzidos e alta demanda, precisando priorizar seus investimentos.

A Samsung optou por focar em outras linhas, como a Galaxy S, os modelos intermediários e os celulares dobráveis. Na feira MWC de 2022, em março, a Samsung confirmou oficialmente o fim da linha Galaxy Note. A família Galaxy S cresceu tanto que acabou tornando a linha Note redundante, com os modelos Ultra suprindo as necessidades do público em termos de especificações e incorporando a S-Pen, seja inclusa ou com suporte. A estratégia se alinha com a de outras empresas, como a Apple, que pode seguir estratégia de lançamento bianual semelhante à Samsung.

Apesar de seu fim, o legado dos aparelhos Galaxy Note é inegável e muito significativo. Eles contribuíram para a popularização dos smartphones com telas grandes e focados em recursos de produtividade. Além disso, a linha se tornou uma referência por seu uso inovador da S-Pen e, por muitos anos, foi pioneira na adoção de certas especificações técnicas de alto nível no mercado.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.