Hollow Knight Silksong apresenta gráficos impressionantes, mas falha na acessibilidade para deficientes

Análise destaca a beleza visual de Silksong, mas aponta falta de opções acessíveis para jogadores com deficiências.
Hollow Knight Silksong apresenta gráficos impressionantes, mas falha na acessibilidade para deficientes
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Hollow Knight: Silksong foi lançado após sete anos de desenvolvimento com Hornet como protagonista e mecânicas renovadas.
    • Você pode experimentar controles e interfaces visualmente aprimorados, mas com limitações importantes em recursos de acessibilidade.
    • A falta de opções para deficiências visuais e motoras impacta diretamente a inclusão de jogadores com necessidades especiais.
    • Recursos importantes como filtros para daltônicos e automação de comandos estão ausentes, prejudicando a experiência geral.
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Após sete anos de criação, Hollow Knight: Silksong chegou, trazendo Hornet como personagem principal. O jogo oferece combates mais rápidos, um novo sistema de personalização com as “Partes da Agulha” (em substituição aos amuletos tradicionais) e a opção de criar itens variados. Seu lançamento foi tão grande que, por um breve momento, chegou a sobrecarregar algumas lojas digitais, como a Steam.

Além das novidades na jogabilidade, um ponto crucial que precisa ser observado é a Acessibilidade em Silksong. Ela é fundamental para que todos os jogadores, com diversas habilidades e necessidades, possam desfrutar da experiência completa que o jogo propõe. Este texto analisa os recursos que o jogo disponibiliza — ou não — para ser mais inclusivo, baseado na perspectiva de uma pessoa com baixa visão.

Esta análise foi realizada usando uma cópia do jogo fornecida gratuitamente pela Nuuvem, uma plataforma de vendas de jogos digitais. A versão utilizada para este conteúdo foi a de PC, disponível através da Microsoft Store. A loja brasileira Nuuvem oferece opções de compra de gift cards para o jogo em computador e Xbox, com a vantagem de cashback via drops, permitindo aos jogadores adquirir o título com benefícios.

Interface do Jogo

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Uma interface bem desenhada é vital para a navegação fluida, tanto nos menus de configuração e inventário quanto durante a ação direta no jogo. Isso beneficia todos os usuários, pois influencia diretamente como as informações são apresentadas e consumidas, seja para ajustar detalhes técnicos ou para ler o mapa.

Em Silksong, as opções disponíveis para personalização da interface são bastante limitadas. É possível, por exemplo, ajustar o tamanho da HUD, o que facilita a visualização de dados importantes como a barra de vida da protagonista Hornet. Além disso, o jogo permite desativar o tremor de câmera, um recurso útil para jogadores que sentem enjoo de movimento durante a jogatina e preferem uma tela mais estável.

No entanto, faltam recursos importantes que poderiam ampliar a acessibilidade para muitos jogadores, como um filtro específico para daltônicos ou uma opção de alto contraste visual. Essas ausências são notáveis e podem dificultar a experiência para certas pessoas. As interfaces de jogos mobile também precisam de atenção à acessibilidade, mostrando a importância desses detalhes em todas as plataformas.

Este ponto é particularmente problemático porque vários inimigos do jogo possuem esquemas de cores parecidos com os das armadilhas presentes nos cenários. Essa semelhança visual torna a distinção entre inimigos e perigos mais difícil, especialmente para pessoas com baixa visão, que dependem mais de contrastes claros. O aspecto positivo fica com as letras dos menus, que são grandes e fáceis de ler.

Mesmo com a clareza das fontes nos menus, percebe-se uma falta de preocupação real com a inclusão na interface de forma abrangente. Isso já indica como a experiência geral do jogo se desenrolará em outros aspectos, sem oferecer um suporte robusto para diferentes necessidades dos jogadores. Desenvolvedores de sistemas como o HyperOS 3 também buscam otimizar suas interfaces para diversos usuários.

Controles e Personalização na Jogabilidade

Os controles representam a principal forma de interação com qualquer jogo, e a capacidade de personalizá-los é vital para indivíduos com deficiências motoras, que podem precisar de ajustes específicos para jogar confortavelmente. Em Silksong, as opções nesse quesito se limitam a um remapeamento básico dos botões e à possibilidade de desligar a vibração do controle, o que é um começo, mas não o suficiente.

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Recursos importantes que poderiam ampliar significativamente a acessibilidade ficam de fora. Não há, por exemplo, a automatização de comandos, que permitiria ao jogador manter um botão pressionado em vez de ter que apertá-lo repetidamente para uma ação contínua. Da mesma forma, faltam opções para reverter essa automação, adaptando-se a diferentes estilos de jogo e necessidades individuais.

Outros ajustes ausentes incluem presets de controle já adaptados para quem utiliza apenas uma mão para jogar, o que poderia beneficiar muitos usuários com deficiência motora. A capacidade de ajustar a zona morta do analógico também não está presente, um detalhe técnico que faz diferença na precisão e conforto para alguns jogadores, especialmente em jogos de plataforma e combate.

Essas personalizações são cruciais e podem transformar completamente a experiência para jogadores com deficiência (PCD), permitindo que eles superem barreiras de interação. A falta delas em Silksong é um indicativo de que a atenção à diversidade de jogadores não foi uma prioridade no desenvolvimento, o que é uma oportunidade perdida para tornar o jogo mais inclusivo para um público mais amplo.

Desafio e Experiência de Jogo

É importante entender que acessibilidade em jogos não significa apenas adicionar um “modo fácil”. O conceito envolve oferecer ferramentas e opções que permitem adequar a experiência de jogo às necessidades de diversos tipos de jogadores, sejam eles com deficiências visuais, cognitivas, auditivas ou motoras, mantendo o desafio proposto pelo título.

Assim como seu antecessor, o game Hollow Knight: Silksong apresenta um nível de dificuldade considerável e não inclui ajustes de dificuldade que pudessem suavizar a experiência para quem precisa. Isso, por si só, não seria um grande problema se o jogo compensasse com outras opções de inclusão, o que, infelizmente, não é o caso, tornando a ausência de modos de dificuldade mais notável.

Essa ausência se torna ainda mais decepcionante quando observamos outros metroidvanias no mercado. Títulos como Dead Cells e Prince of Persia: The Lost Crown, por exemplo, conseguem manter seu estilo desafiador sem abrir mão de recursos que tornam a experiência mais inclusiva. Esses jogos demonstram que é possível balancear a dificuldade com a acessibilidade, permitindo que um público mais amplo possa desfrutar plenamente do conteúdo.

Um ponto adicional de frustração é a forma como certas mecânicas que poderiam auxiliar na acessibilidade são implementadas. Funções como viagem rápida, uma bússola para orientação ou marcadores de mapa úteis para navegação existem no jogo, mas estão vinculadas a desbloqueios que exigem a moeda do jogo. Isso significa que, para tornar a experiência mais navegável e acessível, o jogador precisa “comprar” melhorias dentro da própria campanha.

Seria muito mais justo e inclusivo oferecer essas funções básicas como opções de acessibilidade desde o início do jogo, sem a necessidade de um custo adicional ou de progresso dentro da campanha. A falta de recursos de acessibilidade em Silksong contrasta com o avanço de tecnologias em outros setores. Por exemplo, a inteligência artificial tem sido integrada em diversas ferramentas para auxiliar na interação.

Mesmo processadores como o Ryzen 5 5600F são otimizados para melhor desempenho em diversas tarefas, mas a falta de otimização para a acessibilidade é notável no jogo, especialmente considerando o tempo de desenvolvimento. Essa escolha pode limitar o número de jogadores que podem aproveitar o título.

Considerações sobre o Lançamento

Normalmente, há uma compreensão maior ao avaliar jogos independentes, considerando as restrições orçamentárias e os desafios de produção que estúdios menores costumam enfrentar. No entanto, este não parece ser o caso de Hollow Knight: Silksong. A equipe da Team Cherry teve tempo e recursos significativos à disposição para o desenvolvimento do título.

O título anterior, Hollow Knight, gerou receitas consideráveis, e o desenvolvimento de Silksong se estendeu por sete anos. Não houve relatos de “crunch” (períodos de trabalho exaustivos e prolongados), indicando um processo de criação mais equilibrado e planejado. Isso sugere que houve oportunidades para considerar diversos aspectos do desenvolvimento do jogo, incluindo a acessibilidade.

A impressão que persiste é que a acessibilidade simplesmente não foi uma prioridade no planejamento da equipe de desenvolvimento. Este é um ponto importante, pois um jogo, mesmo sendo independente, é um produto de consumo. A inclusão deveria estar minimamente considerada desde as fases iniciais do projeto, para atender a um público mais amplo e diverso de jogadores.

Diante dessas observações, é difícil recomendar Hollow Knight: Silksong para jogadores que possuem alguma deficiência. Embora o jogo esteja disponível em serviços como o Game Pass e tenha um preço acessível em várias plataformas, ele não oferece os recursos essenciais para ser classificado como um título inclusivo para todos os públicos.

Para quem busca apenas um metroidvania com um bom nível de desafio, Silksong, sem dúvida, entrega essa proposta de forma competente. Contudo, para jogadores com deficiência (PCD), a realidade é diferente: este jogo não se mostra acessível de maneira satisfatória. A comunidade gamer tem discutido a importância da acessibilidade em novas tecnologias, como óculos inteligentes, o que ressalta a relevância do tema também nos jogos.

Para mais análises de acessibilidade como esta, continue acompanhando as próximas publicações sobre o mundo dos games e da tecnologia.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.
Confira mais detalhes aqui na Nuuvem.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.