Huawei produz 750 mil microchips avançados, apesar das sanções dos EUA

Relatório revela que a Huawei pode produzir 750 mil chips de inteligência artificial, mesmo enfrentando sanções dos Estados Unidos.
Atualizado há 1 mês
Chips de IA da Huawei
Chips de IA da Huawei
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Apesar das sanções dos EUA, a gigante tecnológica chinesa Huawei tem conseguido produzir cerca de 750.000 chips de IA da Huawei avançados. Um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) indica que a principal fabricante de chips da China, SMIC, superou obstáculos na fabricação de semicondutores de 7 nanômetros ao adquirir equipamentos dos EUA. Essa capacidade permite à Huawei manter sua posição no mercado global de inteligência artificial, mesmo diante das restrições.

Huawei e a Produção de Chips de IA

De acordo com o CSIS, a Huawei pode ter chips suficientes para fabricar cerca de um milhão de Ascend 910C, um modelo de chip de IA. A SMIC, em colaboração com a Huawei, tem demonstrado capacidade de inovar e contornar as limitações impostas pelas sanções. Embora a SMIC não consiga competir diretamente com a TSMC de Taiwan na produção de chips de 7 nanômetros ou mais avançados, a parceria estratégica com a Huawei pode resultar em avanços significativos, especialmente com os recursos dedicados para superar os principais obstáculos.

O relatório do CSIS aborda a entrada da DeepSeek na corrida da IA, destacando que a política do governo dos EUA, que inicialmente restringia os clientes chineses ao uso de GPUs NVIDIA V100 mais antigas, teve um efeito inesperado. A NVIDIA encontrou uma maneira de modificar seus chips existentes após a fabricação, criando as linhas de produtos A800, adaptadas para atender às restrições de exportação dos EUA. A NVIDIA, inclusive, já trabalha em novas soluções para o mercado.

Essa estratégia permitiu que a DeepSeek desenvolvesse seus modelos de IA utilizando GPUs que, embora adaptadas, mantinham um desempenho próximo ao dos modelos restritos, como o A100. O CSIS observa que, embora o H800 específico para a China difira do H100 restrito, a demanda pelos modelos A800 e H800 aumentou, tornando a demanda pelos H100 e A100 da China menos relevante devido às suas características de desempenho semelhantes.

Apesar de depender das GPUs da NVIDIA para o desenvolvimento de sua IA, as sanções também forçaram a DeepSeek a considerar alternativas, como o CANN da Huawei, uma alternativa ao CUDA da NVIDIA. No entanto, fontes indicam que a DeepSeek avaliou que ainda levaria anos para que a combinação de chips Ascend e software compatível com CANN se tornasse uma alternativa viável.

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Produção e Desafios na Fabricação dos Chips de IA da Huawei

As sanções dos EUA contra a TSMC visam impedir a Huawei de desenvolver e produzir os mais recentes chips de IA da Huawei. Os dois chips de IA mais recentes da empresa chinesa são os chips Ascend 910B e Ascend 910C. Segundo fontes governamentais do CSIS, antes das sanções dos EUA, a TSMC fabricou mais de 2 milhões de dies lógicos Ascend 910B, que agora estão todos com a Huawei.

Como um Ascend 910C combina dois 910Bs, os pesquisadores concluem que a Huawei pode produzir até um milhão de chips Ascend 910C. No entanto, esse processo de embalagem também introduz defeitos, e as fontes da indústria do CSIS compartilham que cerca de 75% dos Ascend 910Cs sobrevivem ao processo de embalagem avançado.

Embora as sanções dos EUA e da Holanda contra a SMIC da China a tenham impedido de adquirir equipamentos EUV para fabricar os chips mais avançados, os equipamentos DUV mais antigos em sua posse permitiram que a empresa produzisse chips de 7 nanômetros. A SMIC planeja expandir significativamente sua produção de 7nm, pois adquiriu ferramentas de gravação, deposição e outras ferramentas usadas na fabricação de chips nos EUA.

Essas ferramentas também podem ajudar a SMIC a melhorar seus rendimentos de 7nm dos atuais 20% para chips totalmente funcionais, conforme destaca o CSIS. De acordo com seu relatório, fontes da indústria informaram ao CSIS que SiEn, Pensun e a fábrica da Huawei em Dongguan conseguiram adquirir legalmente os equipamentos de gravação, deposição e inspeção/metrologia necessários para a SMIC por dois motivos: (1) o equipamento não era restrito em todo o país para toda a China e (2) o equipamento era restrito com base no uso final e no usuário final, mas SiEn e Pensun informaram às empresas dos EUA que seria usado exclusivamente para produzir chips menos avançados que 14 nm.

Por meio dessas máquinas, fontes acreditam que a SMIC estava almejando especificamente 50.000 WPM de 7 nm até o final de 2025. Combinado com uma taxa de rendimento de 20%, 50.000 wafers por mês podem permitir que ela fabrique 400.000 chips 910C por mês. As empresas chinesas SiEn e Pensun venderam o equipamento para a SMIC, e a venda foi negociada no quarto trimestre de 2024 e concluída no primeiro trimestre de 2025.

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O relatório conclui que toda a margem para a implementação negligente de controles de exportação ou tolerância à contravenção de chips em grande escala já foi consumida. Não há mais tempo a perder.

A capacidade da Huawei de produzir chips de IA da Huawei avançados, mesmo sob sanções, demonstra a resiliência e a inovação da indústria tecnológica chinesa. As estratégias adotadas pela SMIC, como a aquisição de equipamentos DUV e a otimização de processos de fabricação, permitiram que a Huawei continuasse avançando no campo da inteligência artificial. A colaboração com a SMIC e a busca por alternativas, como o CANN, são indicativos do compromisso da Huawei em superar os desafios impostos pelas restrições comerciais e tecnológicas.

Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificiado, mas escrito e revisado por um humano.

Via Wccftech

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.