A premiação do Oscar 2025 gerou debates interessantes sobre o uso de IA em filmes. Dois filmes indicados, Emilia Pérez e O Brutalista, usaram inteligência artificial em seus processos de produção, levantando questionamentos sobre o impacto dessa tecnologia na indústria cinematográfica.
IA em filmes para Oscar 2025: Controversas indicações
Emilia Pérez e o uso da IA
Em Emilia Pérez, a IA foi empregada para modificar a voz da protagonista, Kara Sofía Gascón, combinando-a com a da cantora Camille. A equipe de produção justificou a escolha, alegando que a IA tornou o processo mais rápido e acessível. Essa decisão, no entanto, não está isenta de polêmica.
A utilização da IA em Emilia Pérez gerou controvérsias, principalmente por conta da alteração na voz da atriz. A equipe do filme explicou que a técnica foi necessária para atingir tons específicos da canção. Contudo, a discussão sobre o uso da IA na pós-produção se acendeu nas redes sociais.
O uso de IA em pós-produção de som, como em Emilia Pérez, não é algo inédito em Hollywood. Apesar da equipe de som garantir que a IA não substituiu o trabalho da atriz, alguns questionam se a tecnologia deveria ser empregada em produções que concorrem a prêmios como o Oscar.
Apesar de polêmico, o uso da IA no cinema tem o potencial de auxiliar em diversas etapas da produção, reduzindo custos e tempo. Entretanto, ainda carece de ampla discussão sobre seus limites éticos e seu impacto no mercado de trabalho.
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O Brutalista e a inteligência artificial
Já em O Brutalista, a IA foi utilizada para aprimorar o sotaque húngaro dos atores Adrien Brody e Felicity Jones. A equipe utilizou o programa Respeecher para que os atores pudessem pronunciar sons específicos da língua com mais naturalidade.
A equipe de O Brutalista defendeu o uso da IA argumentando que métodos tradicionais de edição são mais lentos e caros. O diretor Brady Corbet e o editor David Jancso destacaram que a IA acelerou o processo sem substituir o trabalho dos atores, que realizaram meses de preparação vocal.
A polêmica em torno do uso de IA em O Brutalista reflete um debate mais amplo sobre a tecnologia em Hollywood. Para muitos, a IA pode gerar desequilíbrios no mercado de trabalho, permitindo a substituição de profissionais. Mas, para outros, a IA funciona apenas como uma ferramenta auxiliar que otimiza os processos de produção.
O uso da IA na produção cinematográfica, demonstrado em O Brutalista, levanta questões importantes sobre a relação entre tecnologia e arte. A automatização de tarefas, ainda que otimize processos, impacta no mercado de trabalho e exige uma discussão sobre direitos autorais e a justa compensação dos envolvidos na produção.
A polêmica da IA em Hollywood
A greve do SAG-AFTRA e do WGA em 2023 colocou a questão do uso da IA em Hollywood em primeiro plano. Muitos profissionais temem o impacto da tecnologia em seus empregos e carreiras. A preocupação maior é sobre a capacidade da IA em replicar infinitamente a atuação, voz e aparência dos atores, ameaçando seu trabalho.
Outro ponto sensível diz respeito à IA generativa, que pode gerar roteiros a partir de trabalhos pré-existentes sem que os autores originais sejam devidamente compensados. O acordo entre alguns grupos da indústria cinematográfica estipula que qualquer produção que utilize IA deve compensar justamente os membros de suas equipes, incluindo aqueles que tiveram suas réplicas digitais criadas.
A questão dos limites do uso de IA, principalmente com relação a obras pré-existentes, permanece incerta. Muitos dos membros da Academia que votam no Oscar podem ser diretamente afetados pelas técnicas de IA, o que pode influenciar seus votos. A premiação, portanto, pode se tornar um palco para debater essas questões importantes.
O debate em torno do uso da IA em filmes para o Oscar 2025 reflete uma transformação maior na indústria cinematográfica. Ainda não há um consenso sobre a melhor forma de integrar a IA ao processo criativo, minimizando seus potenciais riscos.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo