Igreja substitui padre por uma Inteligência Artificial

IA Jesus revoluciona a espiritualidade ao substituir um padre na capela de Peter, em Lucerna, por uma inteligência artificial no confessionário. Descubra como essa inovação impacta a fé.
Atualizado há 2 semanas
Igreja substitui padre por uma Inteligência Artificial 1

Outros destaques

chatbot de IA
David Mayer
Mostra de Ciência
agropecuária
''Relógio da morte''

Uma pequena igreja em Lucerna, na Suíça, fez história ao instalar uma imagem de “jesus” alimentado por inteligência artificial em sua capela. O projeto, chamado “Deus em Machina“, foi concebido como um experimento para entender como as pessoas interagem com uma figura religiosa digital. O objetivo era avaliar o interesse e as reações dos visitantes ao dialogar com um avatar de Jesus que fala 100 idiomas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Marco Schmid, teólogo da capela, explicou que a ideia surgiu após uma colaboração com um laboratório de pesquisa local focado em realidade imersiva. “Queríamos ver como as pessoas reagiriam a um Jesus virtual. O que elas perguntariam? Haveria interesse em conversar com ele?”, disse Schmid. A instalação foi lançada em agosto e, durante dois meses, mais de 1.000 pessoas, incluindo turistas de países como China e Vietnã, participaram da experiência.

Os visitantes eram convidados a fazer perguntas ao avatar, que respondia em tempo real, utilizando um sistema de IA treinado em textos teológicos. No entanto, a capela alertou os usuários para não compartilharem informações pessoais, enfatizando que a interação não era uma confissão. “Não estamos tentando imitar uma confissão”, afirmou Schmid.

Os resultados preliminares mostraram que cerca de dois terços dos 230 usuários que forneceram feedback consideraram a experiência espiritual. “Foi surpreendente para nós”, comentou Schmid. Contudo, nem todos ficaram satisfeitos. Alguns visitantes relataram dificuldades em se conectar com uma máquina, descrevendo as respostas como “triviais” e “repetitivas”.

A experiência também gerou críticas dentro da comunidade religiosa. Alguns católicos se opuseram ao uso do confessionário para a instalação, enquanto colegas protestantes questionaram a representação visual de Jesus. Schmid reconheceu o risco envolvido em confiar que a IA não forneceria respostas inadequadas ou que contradissessem os ensinamentos da igreja.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Leia também:

Para mitigar esses riscos, a capela realizou testes com 30 pessoas antes da instalação. Após o lançamento, suporte estava sempre disponível para os usuários. “Nunca tivemos a impressão de que ele estava dizendo coisas estranhas”, disse Schmid, mas a incerteza levou à decisão de manter o projeto como um experimento temporário.

Apesar das críticas, Schmid vê potencial na ideia. Ele acredita que a IA jesus pode se tornar uma ferramenta acessível para discutir religião e fé cristã. “As pessoas parecem ter sede de conversar com Jesus. Elas querem respostas e palavras”, concluiu.

O projeto “Deus em Machina” levanta questões sobre o futuro da interação entre tecnologia e espiritualidade, mostrando que a curiosidade humana por respostas transcende as barreiras tradicionais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para mais informações sobre como a tecnologia está moldando o futuro, confira como o ChatGPT pode desafiar o Google Search e o impacto da IA no diagnóstico médico.

Via The Guardian

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.