Um estudo recente, publicado na revista Nature, revelou a existência de duas gigantescas formações subterrâneas no manto terrestre. Ilhas gigantescas na Terra, essas estruturas são comparáveis em tamanho a alguns continentes. A descoberta desafia teorias sobre o fluxo do manto terrestre.
Descoberta de Ilhas Gigantescas na Terra: Um estudo surpreendente
Pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, utilizaram dados de vibrações sísmicas para mapear essas estruturas. Ao analisar desvios nas ondas sísmicas, eles conseguiram identificar áreas de reflexão e alteração das ondas, revelando as formas ocultas nessas profundezas. Este método é crucial, pois a tecnologia atual não permite a perfuração para observação direta.
As “ilhas” subterrâneas, estimadas em meio bilhão de anos ou mais, apresentam temperaturas mais altas que a área ao redor, conhecida como cemitério de placas tectônicas. O cemitério é a região onde as placas tectônicas subduzidas afundam no manto terrestre devido à subducção – o processo em que uma placa desliza sob outra, mergulhando nas camadas mais profundas. A compreensão da dinâmica das placas tectônicas é fundamental para entender a formação dos continentes.
O sismólogo Arwen Deuss, da Universidade de Utrecht, explicou que as “ilhas” estavam ali há centenas de milhões, ou bilhões, de anos. Sua existência contradiz a teoria de um manto terrestre de fluxo rápido e altamente misturado. A pesquisa sugere que o fluxo é menor do que se imaginava.
Anteriormente, já haviam sido detectadas estruturas similares, mas sua origem permanecia inexplicável. Este novo estudo fornece mais dados para a compreensão da formação e composição dessas áreas, expandindo nosso conhecimento sobre a dinâmica interna do planeta.
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O manto terrestre e a teoria das placas tectônicas
A teoria da deriva continental, proposta por Alfred Wegener, foi uma das primeiras tentativas de explicar a movimentação dos continentes. Entretanto, na época, não levou em consideração as placas tectônicas. Atualmente, a teoria das placas tectônicas explica melhor esse processo, considerando o movimento dessas placas impulsionado pelo calor interno da Terra. Imagine a configuração da Terra na era da Pangeia, quando todos os continentes formavam um único supercontinente.
A litosfera, camada externa rígida da Terra, é subdividida em placas tectônicas que se movimentam sobre o manto. O manto, com cerca de 2.900 km de extensão, é composto por rochas sólidas, mas possui um fluxo lento que permite o movimento das placas. Compreender a composição e dinâmica do manto é essencial para estudos geológicos.
Os terremotos geram ondas sísmicas que se propagam pelo interior da Terra. A análise dessas ondas fornece dados sobre a estrutura interna do planeta. Sem tecnologia para perfurar até essas profundidades, o estudo das ondas sísmicas é a ferramenta principal para entender o interior da Terra.
O estudo das ondas sísmicas é crucial para a pesquisa geológica, pois permite o mapeamento de estruturas internas que, de outra forma, seriam inacessíveis. Essa tecnologia nos permite observar e analisar as ilhas gigantescas na Terra em detalhes, aprimorando nossa compreensão sobre a complexa estrutura do planeta. Entender a origem de ondas sísmicas misteriosas ajuda a desvendar os segredos do manto terrestre.
Análise das ondas sísmicas e a composição das “ilhas”
As “ilhas” localizam-se em Grandes Províncias de Baixa Velocidade Sísmica (LLSVPs). Nessas áreas, as altas temperaturas deveriam diminuir a velocidade das ondas sísmicas, mas as observações foram diferentes. O amortecimento das ondas foi bem mais significativo no cemitério de placas tectônicas.
Inicialmente, atribuiu-se o amortecimento apenas às altas temperaturas. No entanto, descobriu-se que esse fator sozinho não é suficiente para explicar a absorção de energia.
Analisando-se o tamanho dos grãos minerais, percebeu-se que grãos menores absorvem mais energia das ondas sísmicas devido à grande quantidade de fronteiras entre eles. As LLSVPs, por possuírem grãos maiores, demonstram menor amortecimento. A formação das LLSVPs pode estar relacionada à formação de Pangea.
Segundo Laura Cobden, especialista em minerais, grãos menores significam mais transições entre grãos e consequentemente maior amortecimento. As LLSVPs, com grãos maiores, absorvem menos energia. O contraste no amortecimento entre as LLSVPs e o cemitério de placas reforça a diferença em sua composição. A pesquisa sobre ilhas gigantescas na Terra indica que a composição mineral influencia diretamente a propagação das ondas sísmicas.
Os movimentos internos da Terra impactam vários fenômenos, desde a atividade sísmica até a formação de paisagens ao longo de milhões de anos. Como o manto da Terra moldou a topografia da superfície é um tema fascinante e ainda está sendo desvendado pela ciência.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via TecMundo