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- As políticas do governo Trump reduziram investimentos em pesquisa climática no Ártico, afetando o monitoramento global.
- Você pode ser impactado pelas mudanças climáticas aceleradas devido à falta de dados precisos sobre o Ártico.
- A sociedade enfrentará desafios maiores para mitigar os efeitos das mudanças climáticas sem informações atualizadas.
- A cooperação internacional em pesquisa climática está ameaçada, prejudicando avanços científicos.
A pesquisa no Ártico enfrenta desafios significativos devido às mudanças climáticas e decisões políticas. As alterações no clima da região, como o derretimento do gelo, impactam diretamente o equilíbrio global. Recentemente, cortes em programas de pesquisa e monitoramento ambiental têm gerado preocupação entre cientistas e especialistas. Essas ações podem comprometer a coleta de dados essenciais para entender e mitigar os efeitos das mudanças climáticas no Ártico e em todo o planeta.
O Impacto das Mudanças Climáticas na Pesquisa no Ártico
Luiz Rosa, professor da UFMG, relatou sua surpresa ao constatar o aquecimento do Ártico durante uma expedição em 2023. A expedição revelou uma paisagem com mais vegetação e menos gelo do que o esperado. Esse cenário acelera o aquecimento global, pois o gelo marinho, ao refletir a luz solar, desempenha um papel crucial na manutenção da temperatura global.
O derretimento do gelo no Ártico agrava as mudanças climáticas, impactando ecossistemas e comunidades humanas. A comunidade científica busca entender os impactos desse fenômeno. A pesquisa no Ártico, portanto, é essencial para fornecer informações precisas e dados que auxiliem na tomada de decisões e na implementação de medidas de adaptação e mitigação.
Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, alerta para a “destruição total” da pesquisa climática nos EUA, destacando a importância do monitoramento contínuo do gelo via satélite. Historicamente, os Estados Unidos sempre foram líderes no monitoramento de gelo através de satélites e sensoriamento remoto.
A pesquisa nessa área é fundamental para prever cenários futuros e desenvolver estratégias para proteger o meio ambiente e as populações vulneráveis. A colaboração internacional e o acesso a dados são cruciais para enfrentar esses desafios de forma eficaz.
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Desafios Políticos e a Pesquisa no Ártico
As políticas de governos, como as do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm gerado preocupação na comunidade científica. Trump negou a existência das mudanças climáticas e implementou cortes em agências ambientais, como a NOAA. Tais medidas impactaram diretamente o monitoramento e a pesquisa no Ártico.
Os cortes de funcionários e as limitações orçamentárias no Centro de Dados Nacional para Neve e Gelo (NSIDC) dos EUA comprometem a manutenção de dados importantes, como o Sea Ice Index. Este índice fornece informações desde 1978 sobre as mudanças no gelo marinho do Ártico e da Antártida, sendo um recurso vital para pesquisadores de todo o mundo.
O temor é que bancos de dados climáticos dos EUA, acessados por pesquisadores globalmente, deixem de estar disponíveis. Jefferson Simões destaca que os EUA exercem um “soft power” ao armazenar e fornecer acesso a esses dados. A falta de acesso a essas informações prejudica a pesquisa e a colaboração internacional.
Além dos cortes, as declarações de Trump sobre anexar o Canadá e a Groenlândia, que possuem territórios no Ártico, causaram indignação e tensões diplomáticas. Essas ações minam a cooperação internacional necessária para enfrentar os desafios ambientais na região ártica.
Cooperação Internacional e o Futuro da Pesquisa no Ártico
A integração entre diferentes países é fundamental para o avanço científico, especialmente em um mundo globalizado. Ana Flávia Barros-Platiau, da Universidade de Brasília (UnB), destaca que a ciência moderna é um esforço colaborativo, envolvendo pesquisadores de diversas nacionalidades.
Desde 2022, a invasão da Ucrânia pela Rússia intensificou os desafios na cooperação internacional no Ártico. O isolamento de Moscou impactou a participação russa no Conselho do Ártico e em projetos de pesquisa europeus. A Rússia detém uma vasta porção do território ártico, com 53% da linha costeira do Oceano Ártico, tornando o acesso ao seu território crucial para a coleta de dados abrangentes.
A Rússia, diante de seu isolamento, fortaleceu sua aliança com a China em relação ao Ártico. A China, com seus recursos financeiros e ambições de pesquisa, encontra na Rússia a experiência regional e os quebra-gelos necessários para operar em mares congelados. Esta parceria pode remodelar a dinâmica da pesquisa e influência na região.
A professora Ana Flávia avalia que a China tem grande potencial para desafiar a liderança técnica e científica dos EUA, mas enfrenta desconfiança na Europa devido a questões políticas e econômicas. O futuro da pesquisa no Ártico dependerá da capacidade de construir pontes e manter a colaboração científica acima das tensões geopolíticas.
O cenário atual abre espaço para que novas lideranças surjam na Europa e entre os BRICS, na avaliação de Jefferson Simões. O investimento em pesquisa e a manutenção de dados abertos são essenciais para garantir que a comunidade científica possa continuar a monitorar e a responder aos desafios impostos pelas mudanças climáticas no Ártico. O futuro da pesquisa no Ártico exigirá adaptação, inovação e colaboração global para enfrentar os desafios.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Folha de S.Paulo