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- As regulamentações nos EUA limitam a capacidade das baterias de smartphones a 20 Wh por célula.
- Esse limite é baseado na segurança e transporte seguro de baterias de íon de lítio.
- Regras mais rígidas levam à produção de baterias menores ou com células divididas em dispositivos.
- A maior autonomia depende de veículos com design de células múltiplas ou fabricação local.
Você já se perguntou por que as baterias de smartphones nos EUA e Europa parecem menores que as vendidas na China? A busca por mais autonomia é comum, mas há um limite de capacidade para muitos aparelhos ocidentais, especialmente para as baterias de smartphones nos EUA. Modelos globais ficam perto dos 5.000 mAh, enquanto alguns chineses chegam a 6.000 mAh, mesmo em telefones similares.
Essa diferença intriga muitos usuários. Por exemplo, o novo Nothing Phone 3 globalmente tem uma bateria de 5.150 mAh, mas na Índia, essa capacidade sobe para 5.500 mAh. O HONOR Magic 7 Pro vai de 5.270 mAh na Europa para 5.850 mAh na China. Já o Xiaomi 15 Ultra, que tem 5.410 mAh globalmente, alcança impressionantes 6.000 mAh em seu mercado doméstico. Mas afinal, qual o motivo dessa disparidade?
As baterias de smartphones nos EUA e as regras que limitam sua capacidade
Muitas pessoas que tentaram enviar um celular pelo correio na Europa ou nos Estados Unidos, ou até mesmo em outros países, podem ter notado questionamentos sobre o tamanho da bateria e se ela estava selada no aparelho. Essa é uma preocupação importante para as baterias de smartphones nos EUA, já que a regulamentação é rigorosa. Isso acontece porque as baterias de íon de lítio são vistas como produtos perigosos por diversas nações, o que leva a regras rígidas para seu empacotamento e transporte.
As mesmas regras, muitas vezes ainda mais severas, valem para grandes carregamentos comerciais que se deslocam por via aérea, rodoviária, ferroviária ou marítima. Várias regulamentações internacionais importantes ditam essas normas. Na Europa, temos o ADR para o transporte rodoviário, RID para ferrovias e IMDG para o transporte marítimo.
Para envios aéreos, as empresas seguem as Regulações de Mercadorias Perigosas (DGR) da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e as regras da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO). Nos Estados Unidos, o Código de Regulamentações Federais, 49 CFR § 173.185, estabelece exigências similares, e outras nações podem ter suas próprias variações.
Todas essas normas, no fim das contas, têm origem nas Regulações Modelo da ONU. Elas definem as baterias de íon de lítio como UN3480, se forem enviadas sozinhas, ou UN3481, se estiverem junto ou dentro de algum equipamento. A peça mais crucial é a Provisão Especial 188 da ONU.
Essa provisão define um limite para o que é considerado uma bateria de íon de lítio “pequena” e pode ser transportada sob regras simplificadas. O limite é de 20 Wh (watt-horas) por célula. Essa medida é replicada nas regulamentações ADR, IMDG, IATA e outras normas internacionais que regem as redes de transporte globais.
Para dar um contexto, existe também um limite de 100 Wh para uma bateria completa, antes que classificações de transporte mais rigorosas sejam aplicadas. Contudo, essa regra é mais pertinente para laptops ou carregadores portáteis. O limite de 20 Wh por célula pode parecer alto.
No entanto, ele está diretamente ligado à voltagem da bateria. Para uma célula de íon de lítio comum, que tem uma voltagem nominal de cerca de 3,8 V, isso resulta em aproximadamente 5.300 mAh por célula. É justamente por isso que muitas baterias de smartphones nos EUA e na Europa atingem seu máximo perto desse valor.
Regras de transporte: o que explica baterias menores?
Embora essas regras possam parecer um incômodo para os consumidores, elas existem por uma razão importante. Baterias de íon de lítio armazenam muita energia em um espaço pequeno, o que as torna excelentes para smartphones e laptops. No entanto, essa característica também significa que elas podem apresentar risco de incêndio se forem danificadas, sofrerem curto-circuito ou forem expostas a calor excessivo.
Já vimos as histórias de terror sobre celulares explodindo por conta de um fenômeno chamado thermal runaway, que é quando a bateria superaquece e entra em um ciclo de aumento de temperatura incontrolável. As regulamentações de transporte são feitas para diminuir esses riscos.
Elas limitam o tamanho das baterias que podem ser transportadas sob regras mais simples e baratas. Além disso, todas as baterias de lítio precisam passar pelos testes UN38.3, que avaliam a resistência a altitude, vibração e calor. Isso garante que elas podem ser transportadas de forma segura.
Ao impor um limite de energia de 20 Wh por célula para um transporte simplificado, as autoridades reduzem as chances de incêndios de grandes proporções em caminhões, navios ou compartimentos de carga de aeronaves. Essa medida também ajuda a manter os custos de seguro mais baixos.
Baterias maiores não são totalmente proibidas. No entanto, elas exigem embalagens mais robustas, documentação especial e, em alguns casos, manuseio de carga exclusivo. Tudo isso é para proteger pessoas e bens durante o transporte.
Soluções para maior capacidade
Você deve ter notado uma “brecha” nas regulamentações que permite baterias maiores. A regra de 20 Wh se aplica a células de bateria individuais. Porém, é possível contornar essa restrição usando duas (ou mais) baterias juntas dentro do mesmo aparelho.
Alguns smartphones já utilizam designs com células divididas há anos, visando um carregamento rápido mais eficiente. Marcas como OnePlus e OPPO, por exemplo, são conhecidas por isso. Por essa razão, você ainda encontra baterias gigantes de 6.000 mAh em aparelhos como o OnePlus 13, o que alivia a preocupação com as baterias de smartphones nos EUA.
Ter várias células, além de exigir circuitos especiais para carregar e descarregar a bateria com segurança, não é uma solução barata. Nem todas as marcas estão dispostas a fazer esse investimento. É por isso que Apple, Google, Samsung e outras não avançaram tanto em capacidades maiores quanto alguns concorrentes chineses.
Curiosamente, laptops usam há muito tempo várias células menores conectadas para permanecerem abaixo do limite de 100 Wh por pacote. É por isso que raramente vemos problemas de envio com eles. Parece que nossos smartphones precisarão seguir esse caminho se quisermos um novo salto na capacidade da bateria.
Quando falamos de telefones fabricados e vendidos dentro da China, os produtos circulam inteiramente no mercado interno. Por essa razão, muitas das regras que governam o transporte internacional não se aplicam ou não são fiscalizadas com o mesmo rigor. Isso explica por que é mais fácil ver baterias maiores por lá.
O transporte terrestre entre a China e seus países vizinhos, junto com a produção local, também ajuda a explicar por que, ocasionalmente, alguns modelos com maior capacidade conseguem chegar a mercados fora da China.
Se o desejo é ter baterias maiores em nossos dispositivos, teremos que aceitar uma das alternativas: pagar mais caro pelos designs com células divididas, arcar com os custos adicionais de responsabilidade e seguro para transportar baterias maiores, ou começar a fabricá-las localmente.
A fabricação local em grande escala dificilmente acontecerá de forma massiva para contornar essa questão. Essa situação, infelizmente, pode diminuir o impacto dos avanços na vida útil da bateria, mesmo com tecnologias promissoras como as células de silício-carbono.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.