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- Fabricantes de smartphones nos EUA passaram a produzir mais na Índia, ultrapassando a China.
- As mudanças buscam diversificar a cadeia de suprimentos e atender à demanda americana.
- Essa estratégia pode influenciar a velocidade de fornecimento e o estoque de dispositivos.
Recentemente, fabricante de smartphones nos EUA ultrapassou a China como principal país de origem das importações de celulares, impulsionado principalmente pela Apple. Essa mudança reflete uma estratégia de diversificação na cadeia de produção em meio às tensões comerciais com a China, além de um esforço crescente para atender a demanda americana de forma mais ágil e segura.
Alterações na cadeia de produção e os números do mercado
Dados da Canalys revelam que as remessas de iPhones aos Estados Unidos caíram 11% no segundo trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado. A Apple enviou 13,3 milhões de unidades para o mercado americano entre abril e junho, contra 14,9 milhões no ano anterior. Enquanto isso, na primeira parte do ano, a marca registrou aumento de 25%, motivado por compras antecipadas diante de possíveis tarifas.
A queda das remessas no segundo trimestre é atribuída ao escoamento da demanda antecipada, ao enfraquecimento econômico e ao aumento da concorrência nos segmentos de entrada e médio preço de mercado. Apesar das mudanças, a Apple manteve a liderança no país, com uma fatia de 49% de mercado, embora essa participação tenha recuado de 56% em 2024.
A Samsung, por outro lado, cresceu 38% em remessas, chegando a 8,3 milhões de unidades enviadas e ampliando sua fatia de mercado de 23% para 31%. Esses números mostram uma disputa mais acirrada entre as principais fabricantes de smartphones nos EUA, refletindo a adaptação às novas estratégias de produção.
Mobilidade na cadeia de fornecimento: CNT as mãos da Índia
Um feito notável da pesquisa é a redução na dependência da China na fabricação e montagem dos dispositivos. A participação de celulares produzidos na China caiu de 61% no segundo trimestre de 2024 para 25% no mesmo período de 2025. Enquanto isso, a Índia aumentou sua participação de 13% para 44%, tornando-se o principal hub de produção de smartphones para o mercado americano. Essa mudança marca a primeira vez que a Índia superou a China nessa posição, segundo o artigo da MacRumors.
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Apple começou a montar modelos do iPhone 16 Pro na Índia durante o segundo trimestre, ampliando sua presença de produção no país. A estratégia faz parte do programa “China Plus One”, no qual a Apple busca reduzir a dependência da China e proteger sua cadeia de suprimentos. A companhia já aumentou fases de produção na Índia ao longo dos últimos anos, dedicando grande parte da capacidade de exportação aos EUA.
Mesmo assim, a produção de alguns modelos, como os Pro, ainda depende de fábricas na China para atender à alta demanda americana. A mudança tem o objetivo de equilibrar riscos e se adaptar ao cenário de tarifas e tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Efeito na velocidade de fornecimento e estoque
A Apple intensificou sua montagem na Índia justamente para evitar problemas de abastecimento futuros. Segundo a Canalys, a Apple acumulou estoques de forma rápida no final do primeiro trimestre e continuou nesse ritmo no segundo trimestre, tentando antecipar possíveis tarifas. Apesar disso, o mercado global cresceu apenas 1%, indicando que a demanda por novos smartphones ainda está fraca, especialmente devido à maior pressão econômica.
A estratégia de frontloading de estoques mostra um cuidado da Apple em minimizar riscos de interrupções na cadeia de fornecimento, mesmo com a desaceleração nas vendas. A expectativa é que a companhia reporte seus lucros em 31 de julho, com uma atenção especial ao impacto dessas mudanças na cadeia de produção e distribuição.
Para quem acompanha o mercado, essa movimentação reforça que a fabricante de smartphones nos EUA está buscando cada vez mais diversificar sua cadeia de suprimentos, uma tendência que deve se manter enquanto o cenário geopolítico continuar instável. Essas evoluções também indicam que os consumidores podem perceber variações na disponibilidade de certos modelos e na velocidade de reposição de estoque.
Este movimento global está mudando a forma como o setor funciona e representando um passo importante na autonomia da Índia como polo de fabricação de eletrônicos, além de influenciar as próximas estratégias de outras companhias no mercado mundial.
Via MacRumors