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- A inteligência artificial generativa está influenciando o mercado de trabalho no setor financeiro dos EUA, com redução nas contratações.
- Você pode ser impactado por mudanças nas funções mais operacionais, que tendem a ser automatizadas pela IA.
- As instituições financeiras buscam maior eficiência e redução de custos ao adotar IA, beneficiando processos e operações.
- Há investimentos na requalificação de funcionários para adaptação às novas demandas do trabalho com tecnologia.
Os impactos da inteligência artificial generativa no mercado de trabalho já começam a ser vistos em algumas áreas. Isso tem sido especialmente notado no setor financeiro, onde grandes bancos americanos já estão reduzindo novas contratações, enquanto investem cada vez mais em novas tecnologias, conforme reportado pela CNBC na última quarta-feira (15).
O JPMorgan Chase, reconhecido como o maior banco do mundo em valor de mercado, exemplifica essa tendência. Mesmo com um lucro expressivo de US$ 14,4 bilhões no terceiro trimestre deste ano, equivalente a cerca de R$ 78,1 bilhões, o banco aumentou seu quadro de funcionários em apenas 1%. Esse valor de lucro representa um crescimento de 12% em comparação com o período em 2024.
O banco conseguiu esses resultados financeiros mesmo com um crescimento mínimo no número de colaboradores. A estratégia de investir em IA generativa parece estar alterando a dinâmica de contratações na instituição. A otimização de processos é um dos pilares dessa transformação.
Tecnologia Transformando o Setor Bancário
A inteligência artificial está sendo integrada em diversas áreas. Conforme a reportagem, o JPMorgan já utiliza ferramentas de inteligência artificial para a automatização de algumas tarefas. Há planos para expandir a presença da tecnologia para a maior parte dos processos bancários.
Com a IA cada vez mais presente, tanto a experiência dos funcionários quanto a dos clientes passará por transformações significativas. Gerentes foram instruídos a pausar novas contratações durante a fase de implementação da inteligência artificial, conforme informado pelo CFO da empresa, Jeremy Barnum, a analistas.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, comentou sobre o futuro. Ele mencionou que a tecnologia pode, de fato, eliminar algumas funções. No entanto, ele afirmou que a empresa investirá na requalificação dos funcionários impactados e que o número total de empregados pode, inclusive, crescer.
Outro grande nome do setor, o Goldman Sachs, também teve um bom desempenho no terceiro trimestre, com um lucro de US$ 4,1 bilhões (cerca de R$ 22,2 bilhões), representando um aumento de 37%. Ele também está se preparando para uma grande reformulação interna a partir da adoção da IA.
Essa movimentação tecnológica trará impactos para os trabalhadores e para as operações. Em um memorando recente enviado aos funcionários, o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, destacou a busca por “mais velocidade e agilidade” em todas as operações da companhia.
Ele ainda reforçou que a implementação da IA, que levará alguns anos para ser concluída, tem como objetivo principal trazer “mais velocidade e agilidade” para todas as operações da companhia. No entanto, o documento também indicou restrições no aumento de contratações.
O comunicado do Goldman Sachs também previu a demissão de um número limitado de funcionários ainda este ano, como parte da reestruturação. A expectativa é que a implementação completa da tecnologia na empresa leve vários anos para ser finalizada.
Avaliando as Funções de Trabalho Impactadas pela IA
Profissionais que atuam em funções operacionais no setor bancário são os mais vulneráveis aos impactos da inteligência artificial, de acordo com o relatório. Aqueles que trabalham no suporte às operações, em departamentos como RH, financeiro e TI, entre outros, aparecem como os principais expostos a essa mudança.
Há alguns meses, um executivo do JPMorgan revelou aos investidores que as equipes de operações e suporte podem sofrer uma redução mínima de 10% nos próximos cinco anos. Isso ocorrerá mesmo com a previsão de crescimento do volume de negócios.
A empresa atualmente conta com um total de 318.153 funcionários. Essa perspectiva de redução está diretamente ligada aos avanços e à implementação da inteligência artificial nas rotinas de trabalho. As instituições financeiras buscam maior eficiência e otimização.
O cenário aponta para uma reconfiguração das demandas por habilidades e uma necessidade de adaptação dos profissionais. A tendência é que funções mais repetitivas sejam automatizadas, exigindo que os colaboradores desenvolvam novas competências para se manterem relevantes no mercado.