Investimentos em spyware comercial crescem nos EUA, revela estudo recente

Estudo mostra crescimento de investimentos em spyware nos EUA em 2024, gerando debate sobre privacidade e segurança digital.
Investimentos em spyware comercial crescem nos EUA, revela estudo recente
(Imagem/Reprodução: Tecmundo)
Resumo da notícia
    • Os EUA lideram o investimento em spyware comercial, focando em empresas controversas e levantando preocupações sobre direitos humanos.
    • Você deve ficar atento à segurança dos seus dispositivos diante do aumento de tecnologias de vigilância e spyware.
    • O crescimento desses investimentos pode influenciar o controle e a proteção da privacidade a nível global e afetar a sociedade como um todo.
    • Novos mercados estão surgindo, e a discussão sobre o uso ético dessas tecnologias se intensifica internacionalmente.
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Os Estados Unidos foram o país que mais direcionou recursos para empresas de desenvolvimento e venda de spyware comercial em 2024. Isso acontece mesmo com as preocupações sobre privacidade e os abusos de direitos humanos, conforme apontou um levantamento recente do Atlantic Council.

No ano passado, 20 novos investidores baseados nos EUA destinaram capital para soluções que permitem espionar dispositivos eletrônicos, uma preocupação crescente na era dos smartphones mais recentes. Com isso, os Estados Unidos agora contam com 31 apoiadores dessas ferramentas, superando nações com histórico na área, como Itália, Reino Unido e Israel. Essa expansão de apoio financeiro levanta questões importantes sobre o controle e o uso dessas tecnologias de vigilância.

O Crescimento do Investimento em Spyware nos EUA

De acordo com o relatório, os investidores americanos têm focado em fornecedores de softwares espiões considerados controversos. Isso inclui empresas israelenses cujos serviços foram utilizados em situações que resultaram na violação de direitos humanos e no comprometimento da segurança nacional. Essa prática é vista com grande preocupação por especialistas e organizações de direitos civis.

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Em alguns casos, até mesmo funcionários do governo americano, em países aliados, foram alvo desses programas, evidenciando como a cibersegurança é um desafio global. A situação destaca a complexidade e os riscos inerentes à proliferação e ao uso dessas ferramentas de vigilância. Um exemplo disso é a busca por proteção de hardware contra spywares em novos dispositivos, como o iPhone 17.

  • Uma das desenvolvedoras que recebeu novos aportes é a Paragon. O programa malicioso dessa empresa foi usado recentemente na Itália para monitorar defensores dos direitos humanos e membros da sociedade civil, gerando repercussão negativa.
  • A Saito Tech, responsável pelo spyware Candiru, também recebeu investimentos dos EUA no ano passado. Isso ocorreu mesmo após a empresa ter sido adicionada à lista restrita do Departamento de Comércio dos EUA em 2021, o que indica uma avaliação complexa por parte dos investidores.
  • O levantamento revela, ainda, que dinheiro de fundos de pensão, financiados pela população, foi usado para apoiar o desenvolvimento de programas de vigilância de diversas fornecedoras, o que levanta questões éticas sobre o destino de investimentos públicos em tecnologias controversas.
  • Há também destaque para os investimentos em revendedores e corretores de spyware. Muitos deles são desconhecidos e atuam como intermediários, conectando as empresas a novos clientes e expandindo o alcance dessas ferramentas. Tais ações demandam constante vigilância, especialmente em relação a novos malwares que surgem no cenário digital.

Como apontado pela Wired, algumas das empresas beneficiadas possuem parcerias com o governo. A Paragon, por exemplo, teve seu contrato com o Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) reativado no início de setembro, após um longo período. Essa decisão gerou discussões intensas, especialmente considerando as operações da agência e seu histórico.

Entidades da sociedade civil classificaram a medida como “extremamente preocupante”. Elas afirmam que isso aumenta as preocupações quanto às liberdades civis, especialmente porque a agência federal tem sido utilizada em inúmeras operações de busca de imigrantes que vivem ilegalmente no país.

Novos Mercados e os Riscos do Spyware

O estudo também mostrou que novos países estão se envolvendo com as atividades de spyware, como Malásia e Panamá. O Japão também foi incluído na lista, o que é um fato interessante, pois o país é um dos signatários da Declaração Conjunta sobre Esforços para Combater a Proliferação e o Uso Indevido de Spyware Comercial.

Sarah Graham, coautora do levantamento, destacou em entrevista que “A descoberta de entidades que operam em novas jurisdições, como o Japão, destaca potenciais conflitos de interesse entre os compromissos internacionais e a dinâmica do mercado”. Essa observação ressalta as complexidades do cenário geopolítico e tecnológico, onde acordos internacionais coexistem com os interesses comerciais. A segurança dos aparelhos conectados é uma pauta crescente.

Um spyware é um tipo de malware que infecta dispositivos de forma silenciosa. Ele é capaz de monitorar as atividades do usuário para roubar informações pessoais e financeiras. Essa capacidade de monitoramento discreto torna a detecção difícil e representa um risco significativo para a segurança digital dos usuários.

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Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.

André atua como jornalista de tecnologia desde 2009 quando fundou o Tekimobile. Também trabalhou na implantação do portal Tudocelular.com no Brasil e já escreveu para outros portais como AndroidPIT e Techtudo. É formado em eletrônica e automação, trabalhando com tecnologia há 26 anos.